segunda-feira, 17 de abril de 2017

145. COMUNICAÇÕES DE PORTUGAL: Contextualizando Patrimónios - Expo` I República - Estado Novo - Prenúncios de Democracia


001 Dois momentos. Memórias menos gratas para a I e II Repúblicas que, contudo, preservam. Alguns símbolos do passado mantiveram-se na paisagem urbana. Veja marco postal do lado esquerdo.
Lado direito. – marco dos anos 40. É possivel que ainda haja alguns nas ruas de Portugal.

As situações de instabilidade política, social e económica; o contexto internacional da grande depressão de 1929, bem como os confrontos ideológicos que levam à guerra civil espanhola e contribuem, directa ou indirectamente, para a implantação do Estado Novo.

002 Heliografia morse.

Tanto a I República quanto a Ditadura Nacional, pós 28 de Maio de 1926, procuram apoio nas relações internacionais. Nesta óptica surgem os acordos que levam à criação da Companhia Portuguesa Radio Marconi, em 1925, para a comunicação com o mundo, através da telegrafia sem fios, bem como ligações telefónicas, a começar entre Lisboa e Madrid, em 1928.

003 Lanternas de sinais morse.

Desde o início, o Estado Novo procura, a par da reorganização das finanças públicas, o desenvolvimento das infraestruturas. Se a introdução da televisão foi algo tardia (1957), já nas restantes telecomunicações, nomeadamente a rádio, a telegrafia sem fios, a radiotelefonia e a radiodifusão são introduzidas e desenvolvidas no tempo oportuno, em relação com o exterior e com o desenvolvimento do país.

004 Rede de pombais de comunicações militares.

O Estado chama ao seu controle e propriedade, os meios de comunicação. Assim, em 1935 é inaugurada a Emissora Nacional. Os CTT – Correios Telégrafos e Telefones iniciam a partir de 1937 a construção de vários edifícios pelo país.
005 Guglielmo Marconi com uma comunidade de técnicos de Alfragide/Oeiras e damas portuguesas 
Em 1936 é criado o Instituto Superior Técnico que vem lecionar matérias atinentes às telecomunicações, algumas das quais fazem parte do ex Instituto Industrial de Lisboa, situado nos espaços onde hoje tem sede a Fundação Portuguesa das Comunicações e o Museu.


006 Telégrafo / telefone combinado (conceito de dois em um). Construído com inovação nas Oficinas de Material de Guerra da República Portuguesa. Relaciona-se com o CEP – Corpo Expedicionário Português

Em 1940, a exposição do pavilhão das comunicações dos CTT, APT e Marconi destaca-se na área das ciências e das técnicas. Ainda neste ano é assinado um convénio com a CPRM, para facilitar as comunicações com os territórios ultramarinos portugueses.


007 Central Telegráfica de Lisboa operando maioritariamente com telégrafos Hughes, modelo piano transmissor.

Lisboa e Porto deixam de ter o exclusivo da atenção no que respeita à telefonia. Assim, em 1942, começa o serviço automático no grupo de redes de Coimbra.

Em 1945, o velho sistema telegráfico morse a funcionar em quase todo o território (comarcas e concelhos) assiste à introdução das redes de teleimpressores, vulgo gentex/telex. Em 1946 as comunicações, em que se inserem os CTT, são tuteladas pelo Ministério das Comunicações.

007 Técnicos de Instalações Exteriores (vulgo Guarda-Fios) em arranjo / manutenção de linhas de alta frequência.

Em 1950, as coroas territoriais de Lisboa e do Porto têm um milhão de telefones e em 1952 é possível falar ao telefone via rádio, de Lisboa, até Goa.

Em 1956, as inovações e a indústria portuguesa de telecomunicações começam, paulatinamente, a cobrir o território nacional. Vilas e muitas aldeias das províncias começam a ter serviço telefónico.

Em 1964 Portugal comunica com a Europa e Estados Unidos, inclusivamente com a transmissão de imagens via satélite Intelsat. Em 1969 novos cabos submarinos possibilitam melhores comunicações internacionais.


009 Boletineiros para entrega de telegramas nas residências e escritórios.

Em 1972 o GECA (Grupo de Estudos de Comutação Automática) reestrutura-se e recebe a designação de CET (Centro de Estudos de Telecomunicações) e, além de continuar a inovar e apoiar a indústria portuguesa, dá também o impulso decisivo para a criação da Universidade de Aveiro que, por sua vez, passa a ser parceira no desenvolvimento das tecnologias de comunicações.

Palavras-chave: I República, CET – Centro de Estudos de Telecomunicações, correios, telecomunicações, Estado Novo, história, Portugal, Universidade de Aveiro

Fontes:

-ANCIÃES, Alfredo Ramos – “Da história das telecomunicações na I república”; “Da história das telecomunicações no Estado Novo (1926-1974)”; ”Da História das telecomunicações na Democracia (1974-2010)” in Fundação Portuguesa das Comunicações; Alfredo Anciães; Alva Santos; Cristina Weber; Isabel Varão; Joel de Almeida; Júlia Saldanha; Margarida Mouta e Ricardo Cordeiro. Lisboa: Fundação Portuguesa das Comunicações, [2010]

 -ANCIÃES, Alfredo Ramos – “Expo temporária.- destaques dos 100 Anos de Comunicações na República”. Guia para-catálogo do Património Museológico da Fundação Portuguesa das Comunicações. FPC, 2010

-Imagens gentileza: Fundação Portuguesa das Comunicações / CDI / Museu / Património

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