HOMENAGEM À MEMÓRIA DE MARIA
KEIL DO AMARAL
Faleceu no dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas neste 10 de Junho de 2012 a
célebre artista plástica. Tinha aproximadamente 98 anos.
Nasceu em Silves, em 1914. Estudou pintura
na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa onde foi aluna do pintor Veloso
Salgado. Foi vizinha do professor Agostinho da Silva, a quem dedicou um retrato que
figura à porta onde viveu o filósofo, no prédio nº 7 da Travessa do
Abarracamento de Peniche, ao Príncipe Real, em Lisboa.
Obra: Em 1937 Maria Keil trabalhou na decoração do
Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris. Em 1947 casou com o Arquitecto
Francisco Keil do Amaral, neto de Alfredo Keil, autor da música do Hino
Nacional. Tem uma obra notável como pintora e ceramista. Pintou retratos,
naturezas mortas, e fez decorações murais, entre as quais referimos um painel
para a grande Exposição do Mundo
Português de 1940 com motivos ligados à epopeia portuguesa, nomeadamente os
monstros marinhos. Fez cenários para o Grupo de
Bailados o “Verde-Gaio”, ilustrações de publicidade, capas e interiores de
livros.
Parceria artística com o seu marido: Colaborou
como autora em vários trabalhos em que Francisco Keil do Amaral foi Arquitecto,
decorando instalações dos aeroportos da TAP em Paris, Nova Iorque e Luanda; bem
como no Metropolitano de Lisboa onde decorou com painéis murais as primeiras Estações,
pelo que foi, durante muitos anos, conhecida como “A Menina dos Azulejos” tendo
contribuído, de maneira particular, para o renascimento da arte azulejar e para
a revitalização da Fábrica Viúva Lamego.
Tem diversa obra nos Museus do Chiado e do
Azulejo. Na filatelia participou no ano Internacional da Mulher com a
realização do desenho e pintura de edição de selos, bem como em outras edições de
valor filatélico.
Entre prémios e distinções recebidas: Em
1941 recebeu o Prémio Revelação Amadeu de Sousa Cardoso pelo auto-retrato. Em
1989, o Museu do Azulejo dedicou-lhe uma exposição retrospectiva, o que não é
muito habitual nos museus nacionais portugueses durante a vida dos autores. Foi
considerada uma figura de destaque a nível nacional, entre 80 mulheres que
viveram mais de 80 anos.