domingo, 16 de fevereiro de 2014

04 MUSEU DE COMUNICAÇÕES: RELAÇÃO COM O TURISMO ECONOMIA IDENTIDADE E MUSEOLOGIA

 

          “Nem a aridez da Ciência Antropológica, nem as flores da Literatura. O [...] objectivo é diferente: É de uma natureza mais positiva; tende a facilitar a comunicação entre os povos e a transportar o pensamento escrito de um canto do Mundo ao outro” (extrato traduzido do francês proferido pelo rei D. Luís no Congresso da União Postal Universal, reunido em Lisboa no dia 11 de fevereiro de 1885)
 

          Nota prévia: Não temos indicação de que os patrimónios  de  correios, telecomunicações e filatelia estejam a ser geridos com falta de zelo. No entanto convém acautelar sobre os eventuais perigos que ligam estes acervos a privatizações.
 

          O conhecimento que nos chega informalmente de Inglaterra, em situações semelhantes, deixa-nos apreensivos.  Estão em causa peças dos CTT e PT e a breve trecho poderá ser a vez da TAP, RTP (Rádio e Televisão). Deixamos aqui um alerta sobre as incertezas em relação ao espólio museológico e documental e, simultaneamente, indicamos vantagens em preservar e gerir estes valores num museu nacional.

          Portugal tem patrimónios que refletem o quanto interagimos com outros povos, desde o século XV. As memórias dão-nos alma, identidade e possibilidade de realizar valor económico, tratando estes acervos como recursos. Estamos a pensar em patrimónios tangíveis e intangíveis dos CTT, PT, ANACOM e FPC - Fundação Portuguesa das Comunicações, entre outros da área das comunicações e dos transportes afins. Em termos históricos referimo-nos também aos acervos de telecomunicações das ex-empresas integradas na PT: TLP – Telefones de Lisboa e Porto, CPRM – Companhia Portuguesa Rádio Marconi e TDT – Teledifusora de Portugal (1). Estes acervos museológicos prevalecem à guarda na Fundação Portuguesa das Comunicações. 

          Sendo o turismo, uma das nossas atividades mais lucrativas, faz sentido criar um museu nacional das comunicações.  Além de peças originais poderá usar réplicas. Exemplo a “Carta de Pero Vaz de Caminha” sobre o descobrimento ou achamento do Brasil e os primeiros contactos com novas terras, populações e culturas. Faria sentido que esta Carta estivesse em exposição permanente, ou de longa duração, em contexto das comunicações, transportes e descobertas.

          O Museu das Comunicações, Museu dos Transportes e Comunicações, Museu Nacional da Imprensa, Museu do Cabo Submarino, Arquivo do Ultramar, Biblioteca Nacional de Portugal, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Embaixadas, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Museu de Marinha, Museu Maynense, Museu da Medicina - são alguns exemplos com preciosas peças de comunicação e descobertas que poderão alimentar exposições temporárias e de longo prazo num futuro museu nacional das comunicações transportes e descobertas e, enquanto isso não puder acontecer, que seja ativada uma rede de patrimónios afins.

          Recorrendo às novas museologias, podemos expor ideias e conceitos, materializar o imaterial ou o que já não existe, concebendo/construindo peças que visualizem, por exemplo, as primeiras trocas e comunicações de Portugal com vários povos do mundo. Estas relações constituem atos de comunicação; logo, é pertinente alargar o âmbito de ação para dar mais força e visibilidade às peças museológicas, atrair mais públicos e justificar investimentos.

          Será a oportunidade para Portugal ter o merecido, necessário e há muito aguardado museu com as temáticas da história, descobertas, encontros e relações com vários povos. Neste museu poderão participar, só para exemplo, nomes portugueses nossos conhecidos e revisitados, tais como:

- Cristiano Bramão (inovador na telegrafia e telefonia), Maximiliano Herrmann (inovador e construtor na telegrafia, telefonia, caminhos de ferro e eletrificação); Guilhermino Augusto de Barros (político e diretor da Direção Geral dos Correios Telégrafos e Faróis); Godofredo Ferreira (autor, compilador e organizador de documentação da história dos correios e telecomunicações); Gago Coutinho (cientista, inovador, cartógrafo, navegador e pioneiro na 1ª viagem aérea de Portugal ao Atlântico Sul); Sacadura Cabral (cartógrafo e aviador, colaborou na 1ª viagem aérea de Portugal ao Atlântico Sul);

- Mas também outros portugueses e do espaço lusófono que investigaram, descobriram, inventaram, organizaram, comunicaram e se destacaram, tais como:  

          - D. Dinis (rei poeta, impulsionador da marinha, letras e instituidor da língua portuguesa com que Portugal passou a comunicar oficialmente); Infante D. Henrique (o impulsionador das descobertas e comunicações com povos de além-mar); Vasco da Gama (pioneiro no Oriente por via marítima); Pedro Álvares Cabral (navegador, descobridor, iniciador das relações entre povos brasílicos e portugueses); Fernão de Magalhães (pioneiro na primeira viagem de circum-navegação);

          Fernão Vaz Dourado (na cartografia mundial); Garcia de Horta (nas descobertas e experimentalismo renascentista europeu); Marquês de Pombal (na ciência, educação, relações externas e expansão do Brasil); Luís de Camões (vida e obra); Afonso de Albuquerque (na Ásia, nos casamentos mistos, na vastidão do mar português e na diplomacia); Alexandre Rodrigues Ferreira (na ciência, comunicação e “viagem filosófica” ao interior do Brasil);

          Domingos Vandelli (italiano que fez de Portugal a sua segunda Pátria, colaborou na ciência e no ensino); frei José Mayne (na ciência, religião, filosofia e ensino); frei Manuel do Cenáculo (na “biblioteca nacional”, ciência, arqueologia e defesa do património); António Raposo Tavares (“último grande bandeirante”,  o conhecimento e a expansão do Brasil); D. Pedro IV de Portugal e I Imperador do Brasil (proporcionou a continuação das relações/comunicações e a lusofonia); Fernando Pessoa (vida e obra, especialmente o contributo para a cultura da língua portuguesa); Aristides de Sousa Mendes (direitos humanos, comunicação, diplomacia e cidadania), Egas Moniz (comunicações e desenvolvimento da medicina neurológica), Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (2) .... ;

          Mais recentemente Eusébio da Silva Ferreira e Cristiano Ronaldo, ambos fenómenos da cultura moderna – o futebol que implica a comunicação de massas e entre vários povos do mundo.

Acreditamos que a cooperação de museus, núcleos, arquivos e bibliotecas com o Museu das Comunicações reorganizado (3) em Museu Nacional, ou nele colaborante, será uma mais valia para a imagem e a economia de Portugal.

 

Notas:
(1) Teledifusora de Portugal. Organização anteriormente gerida pela RTP para a difusão do sinal de televisão. Transitou há pouco mais de uma década para a PT.
(2) Rómulo de Carvalho (conhecido pelo pseudónimo António Gedeão) organizou o Museu Maynense da Academia de Ciências de Lisboa e sintetizou, no seu poema “Pedra Filosofal”, a ciência, técnica, arte, descobrimento(s), viagem e comunicação.
(3) Um velho e experiente gestor de patrimónios de interesse público dizia que “Os Museus renovam-se, transformam-se e modernizam-se ao serviço das suas coleções e do público que servem” (Les Musées se renovent, se transforment, se modernisent au servisse de leurs colections, au servisse du public qu`ils tentent de séduire” – Landais, HubertDirecteur des Musées de France in Faire un Musée: Comment Conduire une Operation Museographique? – Paris: La Documentation Française, 1986

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

03 MUSEU DE COMUNICAÇÕES: RELAÇÃO COM OS PATRIMÓNIOS LOCAIS E OS MEDIA

"O mensageiro anuncia - "a ordem será reposta": Cada um, segundo a suas responsabilidades obterá o que lhe conferem os seus merecimentos" (cf. Mal 2,17 - 3,5).
 
          Poderão fazer parte dum futuro Museu Nacional dos Media e das Comunicações os seguintes exemplares de acervos civis, militares, públicos e de culto, designadamente: documentação e instrumentos ligados à escrita - antiga e moderna, em quaisquer dos suportes: pedra, argila, papiro, papel, madeira …; inscrições epigráficas e paleográficas, cartas comuns, comerciais, diplomáticas, de amizade, de guerra e de amor; bilhetes-postais, aerogramas, boas-festas, cartões de felicitações e telefónicos, selos, vinhetas e outras marcas de porte e entrega; arte ligada às comunicações, equipamentos de transporte  do correio tradicional e novos meios eletrónicos.

          Igualmente de interesse são as imagens, desde os sinais de fumo aos espécimes de percussão, telegrafia semafórica (1) e elétrica; sítios, toponímias, edifícios, equipamentos de telefonia, rádio, televisão, dados, transmissão, documentação descritiva e técnica e das ciências de comunicação, incluindo semiologia.

          Só uma pequena parte dos locais emblemáticos das comunicações estão musealizados. Vários estão na memória das populações e/ou nas toponímias. Podem ser objeto de musealização, especialmente em cooperação entre entidades, como as Autarquias, Ministérios, Empresas, Agência Nacional para Cultura Científica e Tecnológica - Ciência Viva, Fundações, Museu das Comunicações e da Imprensa.

          Alguns topónimos, edificações e equipamento móvel merecem preservação e tratamento. É pertinente estudar, integrar peças e documentos, marcas relacionadas com as antigas funções de comunicação e informação através da criação de um núcleo de museu nos Açores, outro na Madeira e um Museu Nacional das Comunicações. O objetivo é valorizar os patrimónios, inventariar, integrar em rede, pôr todos estes acervos em diálogo/comunicação, divulgar, conservar e propor classificação. Junto apresentamos alguns exemplos, entre outros, que poderão fazer parte mas, para já, referimos os que poderão vir a ser tratados por:

 

Um Núcleo de Museu Nacional das Comunicações nos Açores

          Tratará os itens acima referidos, bem como:

          Os Caminhos do Facho: na Horta, Praia da Vitória e Santa Maria;

          Os Picos do Facho: na Graciosa, Santa Maria, Monte Brasil de Angra do Heroísmo;

          A Estrada do Facho em Praia da Vitória.

          O posto de sinais ou posto semafórico no alto do Pico do Facho do Monte Brasil-Angra do Heroísmo-Ilha Terceira encontra-se dotado com réplicas de equipamentos, constituindo um exemplo para vários outros locais onde existiu e/ou existe património idêntico.

 

Um Núcleo de Museu Nacional das Comunicações na Madeira

          Tratará os itens referidos no primeiro e segundo parágrafos deste artigo e os abaixo indicados:

          Os Caminhos do Facho: em Câmara de Lobos, Porto Santo e Ribeira Brava;

          O Monte do Facho no Machico;

          Os Picos do Facho: no Machico, Porto Santo e Funchal;

          Os Miradouros do Pico do Facho: em Porto Santo e Machico;

          A Estrada do Facho em Câmara de Lobos;

          A Rua do Pico do Facho em Porto Santo.

 

Uma Sede de Museu Nacional no Continente

          Trabalhará com os itens tradicionais de correios, filatelia, escrita, imprensa e telecomunicações e outros patrimónios indicados no primeiro e segundo parágrafos deste artigo, bem como se ocupará de locais, toponímias e edificações espalhados pelo território continental, dos quais destacamos -

          Os Montes do Facho: em Barcelos, Foz do Arelho (com miradouro), Santo Tirso, São Martinho do Porto – Alcobaça (com miradouro), Vila Nova de Famalicão, Melgaço, Lama – Barcelos (datando da época romana), Braga e Roriz;

          Os Montes de Vigia: em Vila Nova de Mil Fontes, Serpa, Odemira e Beja;

          As Torres de Vigia: em Penamacor, Palmela, Monte de Santa Quitéria em Felgueiras, Peniche, Oliveira de Frades, Quinta das Lapas em Torres Vedras (inclui legendas em latim, pelo que demonstra mais um atrativo) e torres de vigia inseridas nos castelos;

          A Ponta da Vigia no local arqueológico de Torres Vedras, também utilizado nas comunicações semafóricas.

          Vários Montes de vigia e do facho foram cristianizados com a denominação de santos e a construção de capelas ou ermidas, outros apresentam caminhos e trilhos de percursos pedonais e BTT. Em Vila Nova de Famalicão foi construído um parque de aerogeradores elétricos que podem conviver com a preservação e musealização do sítio outrora ao serviço das comunicações.

          Nossa Senhora do Facho e Monte do Facho na Serra de Oliveira - Barcelos, onde outrora existira uma Citânia. Neste local construíram uma capela a nossa Senhora representada com um facho de luz na mão direita. A devoção a Nossa Senhora levou à organização de festas, romarias e ao cumprimento de promessas. “Nossa Senhora do Facho, / Mãe de Jesus, Homem Deus. / Atende, dá bom despacho /Ao clamor dos filhos teus”. (2)

          Caminhos do Facho: em Afife, São Lourenço do Douro - Marco de Canaveses, Frende - Baião, Pardilhó - Murtosa, Vila Flor, Seixas - Viana do Castelo, São Martinho do Porto, denotando que por ali perto existiram sítios e equipamentos de comunicação.

          Estradas do Facho: em Santana – Sesimbra e São Martinho do Porto - Alcobaça.

          Ruas do Monte do facho: em Caldas da Rainha, Penafiel, Santo Tirso;

          Monte da Luz em Leixões onde funcionou um antigo farol e capela com estação semafórica, telegráfica elétrica e telefonia (3).          Faróis da linha de costa de Portugal continental e ilhas. Outrora foram ocupados por guardas e oficiais antes da automatização e digitalização. A Direção Geral de Faróis / Marinha tem-se ocupado da preservação dos edifícios e equipamentos mas o seu trabalho seria mais divulgado e fruído se integrado num Museu Nacional das Comunicações. 

          O Farol de Santa Marta em Cascais foi em boa hora musealizado em resultado de protocolo entre a Direção de Faróis/Marinha e a Câmara Municipal de Cascais. É um exemplo de sucesso de musealização de farol.

          “Talegre ou Telegre” na Serra do Sirigo - Penedono onde existe um marco geodésico. Tudo indica que o sítio serviu outrora como relé de telecomunicações semafóricas.  

          Torre de Vigia da Quinta das Lapas em Torres Vedras. Preserva parte da torre com legendas em latim, o que demonstra a antiguidade e raridade que se crê datar do século XVIII ou anterior.

          Serra do Facho e Miradouro do Facho na Praia da Vitória – Ilha Terceira - Açores

          Rota do Facho em Macedo de Cavaleiros. Tal como o nome indica, esteve ao serviço das telecomunicações semafóricas. O antigo lugar do facho acabou por denominar este percurso entre Carrapatas e a Serra de Bornes.

          Torre de Vigia de Peniche (4). Trata-se de um núcleo de observação e comunicação entre a Península do Baleal, Nazaré, Berlengas, farol do Cabo Carvoeiro, Consolação, Cabo da Roca e Serra de Sintra. Ainda se mantém uma construção, com uma área de cerca de 300 m2, incluindo torre e edificações associadas em relativo bom estado de conservação.

          Centros emissores de radio e teledifusão e sua envolvente. Alguns destes centros recetores/retransmissores incluem edifícios para os equipamentos e para serviço de controlo e oficinas. Alguns dos edifícios serviram de habitação para guardas/técnicos, especialmente antes do controlo à distância e digitalização. A Estação Terrena de Satélites de Alfouvar – Sintra e os Centros Emissores de Monsanto-Lisboa e Trevim-Lousã têm sido objeto de curiosidade da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva onde os visitantes mostram muito interesse em adquirir conhecimento. Existem ainda outros centros recetores/retransmissores, geralmente nas serras de Portugal, que despertam interesse, inclusivamente na vista e interpretação da paisagem.   

          O estudo do termo Almenara leva-nos a uma das teorias que remete para a origem da denominação da freguesia do Lumiar – Lisboa. Baseia-se no termo árabe al – menara ou almenara (5) que significa “o sítio da luz, lanterna, farol, facho e/ou torre onde se acendia o facho” para transmitir/comunicar à distância. Daí terá evoluído para Lumiar, representativo de lugar de luzes. Na Idade Média, o Lumiar era percorrido por linhas de água em comunicação com o Tejo. Tudo parece indicar que nos pontos altos havia postos de comunicação com o mar e a costa (6). Aliás, o escudo do brasão desta freguesia é composto por uma série de fachos e um galhardete, representativos das comunicações semafóricas/visuais. Outras teorias podem ser consideradas na significação do brasão. Porém, aquela teoria é a que se nos apresenta com mais consistência.

          De época recente, existe uma rede nacional de postos de vigia ao serviço da Direção Geral de Florestas com equipamento de observação e telecomunicações. Também de época relativamente recente existe uma rede nacional de postos de vigia do Instituto Geográfico Português com equipamento de observação e telecomunicações. Algumas destas estações/postos de vigia podem ser musealizadas ou no mínimo serão fornecedores de informação e aparelhos de interesse museológico, após a retirada do serviço.

 

Patrimónios relacionados com as Linhas de Torres

          Designadas Linhas de Torres ou de Torres Vedras, por aí terem começado, encontramos alguns postos de sinais telegráficos para-musealizados, podendo ser apreciados in-situ e/ou nos museus municipais de Torres, Bucelas, Loures, Mafra, Biblioteca de Sobral de Monte Agraço, Biblioteca e coleções museológicas de Arruda dos Vinhos, Museu e Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira. Estes municípios, museus e bibliotecas estão integrados no projeto PILT – Plataforma Intermunicipal para as Linhas de Torres. Um futuro Museu Nacional das Comunicações poderá ter como recurso uma rede local de informação e comunicação que ponha todos os núcleos de comunicações em relação.

São de destacar, desde já, os locais base, de comunicação semafórica destas Linhas:

- O Centro de Interpretação das Linhas de Torres e do Forte do Alqueidão (Concelho de Sobral do Monte Agraço), com observatório de paisagem, marcas, desenhos e indicação de distâncias entre fortes com comunicação semafórica/visual;

- A Ermida e Serra do Socorro (Mafra) com observatório de paisagem, área de exposição sobre a história local e das comunicações das Linhas de Torres, marcas e réplicas de telégrafos semafóricos;

- Forte de São Vicente, Castelo e Museu Municipal Leonel Trindade com importante núcleo das Linhas de Torres e comunicações do concelho;

- Monte Grandela - Montachique (Loures) onde existiu um forte e um telégrafo semafórico, cerca do atual marco geodésico e posto de observação da paisagem;

- Museu da Vinha e do Vinho de Bucelas, contendo um núcleo de interpretação das Linhas de Torres associado;

- Torreões dos castelos de Lisboa e de Abrantes, entre outros postos de retransmissão com interesse, para núcleos museológicos das comunicações e observatório da paisagem.

          Embora não muito desenvolvidos na temática das comunicações, é todavia de louvar o esforço daquelas autarquias, museus e bibliotecas no trabalho já realizado. Há cerca de 20 anos não havia quase nada na temática das comunicações que cativasse os turistas nacionais e estrangeiros, especialmente os ingleses, sempre muito interessados por tudo o que respeita às Linhas de Torres ou defesa de Lisboa.   

         Todas estas marcas, conhecimentos, saberes, toponímias e equipamentos merecem estudo, valorização e exposição num Museu Nacional dos Media e das Comunicações. O Turismo e o desenvolvimento do nível de vida e cultural das populações serão os beneficiários.

 

Notas:

(1) Entendemos como telegrafia semafórica, a transmissão de informação e comunicação e o registo da informação, usando como meios, aparelhos ou equipamento de tecnologia pré-elétrica (ou não elétrica). As designadas telegrafias: visual e ótica, constituem, em nosso entender, subdivisões de telegrafia semafórica. Cf. Etimologia de semáforo e semafórico em http://letratura.blogspot.pt/2006/02/etimologia-semforo.html, acedido em 30.1.2014 e monografia A hereditariedade em face da educação / Octavio Domingues – São Paulo – Rio: Editora Proprietária Comp. Melhoramentos de S. Paulo, s. d. (col. Bibliotheca da Educação, vol. VI), p. 151


(3) Cf. Entrada/link “Estação Semafórica e Telegráfica do Monte da Luz em Leixões”. Este edifício ainda se encontra no local, embora com algumas alterações e está classificado como Imóvel de Interesse Municipal, um dos primeiros a ser construído como farol e estação semafórica, registando diversas memórias.

 


(5) Cf. dic. http://www.priberam.pt/dlpo/almenara, acedido em 24.1.2014).

(6) Cf. Nova Monografia do Lumiar / Rosa Maria Trindade César Ferreira e Fernando Afonso de Andrade e Lemos, 2009

Fontes bibliográficas:

-Anciães, Alfredo Ramos; Janeira, Ana Luísa (coord), et all. “A comunicação à distância que conseguem”. in Agenda 2001. Os nossos avós. Lisboa: Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2000. Formato livro com textos e imagens de património;  O mundo das colecções dos nossos encantos:  “Quando os objectos falam das telecomunicações”. Porto Alegre: Episteme / Revista nº 21, suplemento especial, jan./jun. 2005, págs 129-143. Com o apoio do CICTSUL Universidade de Lisboa, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados, Grupo Interdisciplinar em Filosofia e História das Ciências e Câmara Municipal de Montemor-o-Novo. Anexo ao livro um CD “Verbi Gratia” nº 20. Especial sobre Coleccionismo da revista Episteme uma revista brasileira de filosofia e história das ciências.

-Domingues, Octavio - A Hereditariedade em face da educação. São Paulo/Rio: Editora Proprietária Comp. Melhoramentos de S. Paulo, s. d. (col. Bibliotheca da Educação, vol. VI). Para o conceito de biophoros e e por analogia - semaphoros ou semáforos.

-Direcção de Faróis da Marinha Portuguesa - Faróis de Portugal. S. L.: Ed. Ciência Viva, Agência Nacional para a Cultura Científica e tecnológica, 2003

-Louro, Maria Regina ; Vilhena, João Francisco - Faróis de Portugal. Lisboa: Gradiva – Publicações, Ldª, 1995 

Fontes em linha:

-Centros recetores e retransmissores de radiodifusão e teledifusão:  http://www.cienciaviva.pt/veraocv/engenharia/eng2008/index.asp?accao=showactivconcelho&id_concelho=462,  acedido em 3.2.2014



-Etimologia de semáforo e semafórico em http://letratura.blogspot.pt/2006/02/etimologia-semforo.html, acedido em 30.1.2014


-Nossa Senhora do Facho – Monte do Facho – Barcelos - http://jornaloliveira.blogspot.pt/2007/06/senhora-do-facho.html, acedido em 29.1.2014

-Plano de Atividades 2013 do Instituto Português do Mar e da Atmosfera - http://www.ipma.pt/export/sites/ipma/bin/docs/institucionais/plano_actividades_ipma_2013.pdf, acedido em 28.1.2014


Posted: segunda-feira, 3 de Fevereiro de 2014 1:04 por AlfredoRamosAnciaes Editar