quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Nesta foto tirada no arquipélago de Bazaruto, na costa centro oriental de Moçambique em 2005, encontro-me eu - ex. 1º Cabo Anciães e dois meninos que faziam questão em me acompanhar, independentemente de lhes dar algo ou não. 

A população desta ilha, embora pouco habitada, é muito amável. Vivem essencialmente da pesca e recolha de marisco na costa. Algumas pessoas estão empregadas nos dois hoteis: Indigo Bay Island Resort e Pestana Resort Hotel (de gestão portuguesa, este segundo), inseridos na paisagem protegida. Outra ilha mais pequena associada a esta é a ilha de Santa Carolina onde ainda vi algumas estruturas em decadência do tempo em que para ali ía descansar alguma população de ex "colonos" portugueses para aliviarem o stress da vida quotidiana. Vi ainda um piano que já não debitava som que pudesse fazer música. As paredes da casa estavam meio esburacadas com as próprias ondas do mar. Havia a média de uma praia para cada família. A areia é finíssima e muito limpa e as águas desta costa do Índico são geralmente muito pacíficas, como pode ver-se na foto. É um autêntico paraíso para relax. Quando cheguei à ilha os recepcionistas do Pestana Hotel, incluindo a população local, cobriram-me com uma coroa de flores; tinham duas toalhas para me limpar o suor, uma com perfume; água, espumante e bolachas.

Quando estive em ambiente de guerrilha, entre 1971 e finais de 1973 não fazia a mínima ideia de que um dia iria voltar a Moçambique nas circunstâncias que acima descrevi. DEUS ajudou-me. Se puder voltarei para abraçar aquele povo e aquela terra, incluindo Lourenço Marques (Maputo), Beira e Gorongoza. Gostaria também de revisitar a zona de Dôa e aldeamentos, onde fiz a comissão militar. Um abraço e que não faltem sonhos e recursos, embora este tempo de crise e troycas ande nebulado. Esperemos que venha uma espécie de milagre que nos salve. Vamos fazer tudo para merecermos o milagre.
 
Um abraço para os meus amigos.