segunda-feira, 31 de outubro de 2016

105. UMA VISITA À SÉTIMA COLINA DE LISBOA

Quando as perguntas são tão interessantes como as respostas:

 -Sabe como evoluiu o Bairro Alto: São Pedro de Alcântara, Príncipe Real e Sétima colina de Lisboa?

 -Porque é que são referidas sete colinas em Lisboa e não dez?

 -Porque é que Lisboa se chama Lisboa?

 -Haverá neste sítio da sétima colina - marcas que possam reportar à origem do nome Lisboa?

 -Quais as marcas patrimoniais mais evidentes da sétima colina?

 -Sabe quem foram as Comendadeiras de Santos e os Comendadores que lhes deram origem?

 -E qual a ligação dessas Comendadeiras e Comendadores a este sítio de São Pedro de Alcântara?

 -O que é que Santos e São Pedro de Alcântara têm a ver com a Independência de Portugal, a Reconquista Cristã e posteriormente com a Restauração?

 -Porque é que temos em São Pedro de Alcântara uma das mais belas capelas de devoção aos santos mártires de Lisboa - Máxima, Júlia e Veríssimo?
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No dia 14 de Novembro, segunda-feira (10H30 saída de Massamá – 13H00 chegada a Massamá): Visita guiada pela Universidade Sénior de Massamá e Monte Abraão (USMMA) – disciplina: Portugal Museal: Tradicional Novo e Social

Serão apresentados Patrimónios deste coração da capital que foi inspirar-se na Idade Clássica, também na Idade Moderna e Contemporânea.

Inscrições na UFMMA / USMMA – “Casa Animada” anexa ao Parque Jardim Salgueiro Maia, junto à Avenida 25 de Abril – Massamá.

Para mais informações: telefone 214 30 13 13

domingo, 30 de outubro de 2016

104. UMA VISITA A LISBOA EM TEMPO DE SANTOS

Bem-vindos a este “tour”. Este prefixo - “tour” vem de turismo.
No caso, é um percurso turístico-cultural e museal.
Museal porque se reporta a uma parcela de território de Lisboa que considero parcialmente musealizado e de onde se perscruta o território desta capital referencial.

Representação da 7ª colina na escadaria da Rua da Mãe D`Água. Ft AA. Realizado para a "Lisboa 94 Capital Europeia da Cultura". "Autoria e execução de Luís Camacho na Fábrica Sant`Anna - Lisboa, 1993/1994"


Não vamos, por ora, visitar o Castelo, o opidium que quer dizer lugar alto e defendido, porém, este opidium está em relação visual com a 7ª colina onde vamos parar e interpretar.
Para isso, e em breves pinceladas, temos que remontar até à Grécia, ao tempo das musas e dos heróis míticos e reais que enformaram a cultura portuguesa, até aos dias de hoje. Questiona-se daqui, nomeadamente, o porquê de Lisboa se chamar Lisboa e o porquê dos nossos clássicos com destaque para Camões, Gil Vicente, Vieira, Pessoa, Agostinho da Silva recorrerem ao tempo e à cultura das musas.


Foto do busto de Ulisses no patamar inferior do jardim miradouro de São Pedro de Alcântara. Ft AA 

Não ficamos por aqui, nesta viagem virtual e real. Da Grécia de Homero e de Ulisses cujos bustos figuram na 7ª colina (que iremos ver) temos que viajar idealmente até Roma e nomeadamente ao tempo de Diocleciano (284-305) pois foi esta Roma e este Imperador que deram origem, sem querer, à denominação de Santos, Santos-O-Velho e Santos-O-Novo.

O que é que a 7ª colina tem a ver com a zona de Santos e com a freguesia dos Mártires? Muito, digo eu. Essa relação é estreita e é minha intenção tentar ligar o que está desligado, porque estando soltas as coisas não produzem conhecimento, não fazem sentido. Falando em mártires temos, pois, que descer de Roma e ir até à Reconquista Cristã.


Vista parcial do painel sobre a mesa do miradouro. A autoria da pintura sobre azulejo é de Fred Kradolfer. 2ª metade do século XX. Ft AA
Foi o nosso primeiro rei, ao que sabemos, que pôs em destaque essa cultura de mártires em Lisboa. E porquê?
Como bom estratega, Afonso Henriques sabe que tem de arranjar uma missão, um alvo inimigo, a consagração de uma memória, uma recompensa para aqueles que tombam e para que sirva de exemplo aos vivos, em nome do ideal de Reino e Reconquista.

Ideal que é refletido pela conduta dos santos mártires. E onde é que Afonso Henriques vai consagrar esses mártires? Aqui bem perto. Primeiro na primitiva igreja que se torna paróquia dos Mártires – Existe ainda essa igreja na versão reconstruída na Rua Garret / Chiado.

Foi aqui que o rei e as suas tropas assentaram arraiais logo após a Reconquista. Mas não foi suficiente. O rei não se fica pelo memorial dos mártires da Reconquista de Lisboa, isto é dos cavaleiros que o acompanharam. Ele vai às memórias e consagra também os mártires de Lisboa que, desde há séculos careciam de destaque.

Funda-se, pois, o convento de Santos onde são instaladas as mulheres e as filhas dos cavaleiros da Ordem de Santiago. Ali é erigida uma capela para guardar e tornar devocionais os restos mortais de Máxima, Júlia e Veríssimo.

À luz da fundação de Lisboa e seu desenvolvimento patrimonial a freguesia dos Mártires e a zona vizinha da 7ª colina, nomeadamente São Pedro de Alcântara, merecem uma visita ao património artístico e devocional, ligado aos mártires da cidade. Património, este, praticamente desconhecido por razões várias.

A origem do nome Lisboa e o vínculo de ligação aos Santos Mártires é um tema abrangente com muitos elos mas o espírito de síntese é aqui evocado. Analisamos, por ora, só o que consideramos fundamental.
E até à próxima visita.

V. também: ANCIÃES, Alfredo Ramos 68. Santos-O-Velho in http://cumpriraterra.blogspot.pt/2016/06/68-santos-o-velho.html

terça-feira, 25 de outubro de 2016

103. NO PRINCÍPIO


Do Rio Lete às Memórias Sem Fim.

No princípio terá havido um acordo entre os homens e o divino. O acordo previa atribuições de capacidades e provisões necessárias ao desenvolvimento da vida.

Estamos dotados com inteligência, discernimento, intuição e membros: superiores e inferiores, a fim de nos permitir a mobilidade, a recoleção, as sementeiras, as colheitas, as manufaturas, o fabrico e a oração.

Nos benefícios recebidos inclui-se, pois, o essencial para a vida em sociedade e em comunhão com a natureza: água abundante no planeta e repartida pelos mares, lagos, rios, subsolo e atmosfera. O ar abundante por toda a parte; sol e luz, também abundantes; terra, minerais, fogo, animais e natureza vegetal.

Com tudo isto, Deus (e/ou d`euses) e os homens acharam que o acordo era bom, pois incluía o importante e com abundância. O resto, os homens tratariam de granjear. Também faria parte do acordo um pequeno esforço dos homens para o aperfeiçoamento do físico, da alma, do espírito e da natureza envolvente.

Os homens apenas tiveram que pagar um pequeno preço que foi aceite como justo e fundamental com base no mérito e não no medo ou na reverência.

Achou-se que tudo o que pudéssemos conquistar com base no medo não seria valorizado para a missão a que o homem se propôs cumprir.

Qual foi o preço que o homem aceitou pagar, ou pagar-se? Foi precisamente o princípio do esquecimento.

Para emergirmos à terra e ganharmos méritos tivemos que esquecer tudo: inclusive que viemos por vontade própria do acordo inicial.

Tudo o que conquistamos e fazemos de bem, no âmbito do esquecimento do acordo prévio, tem a máxima virtude.

Na mitologia que serve para interpretarmos o mundo diz-se que o esquecimento à nascença se deve à passagem pelo rio Lete, o rio mitificado.

Depois da passagem pelo Lete a nossa mente torna-se quase numa tábua rasa de memórias. Porém, em ação de graça, Deus (e/ou os d`euses) não nos deixam desprovidos das aptidões para desenvolver novas memórias, quiçá sem limite de capacidades.

Assim, temos a possibilidade de construir e restaurar memórias fundamentais para a estada no mundo: sejam memórias táticas, olfativas, visuais, auditivas e digitais que nos permitem estudar, decorar, realizar, criar e salvar, ou voltar a esquecer tudo e repetir os ciclos terrenos.

Tags: ciclos, esquecimentos, deuses, memórias, mitologias, vidas

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Fontes acedidas em 22.10.2016 :

-7Graus - Esquecimento http://www.sinonimos.com.br/esquecimento/
-Bíblia Sagrada, Livro Génesis. Lisboa: Ed. Difusora Bíblica (Missionários Capuchinhos), 1984 


SuaPesquisa.Com et al - Mitologia grega http://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/

terça-feira, 18 de outubro de 2016

102 BOB DYLON A TURBULÊNCIA E A LUZ

Trata-se de um fratrimónio envolvido numa visão proactiva para a paz no mundo que é essencialmente pneuma, turbulência e luz.

A Literatura, tradicionalmente reduzida a livros, geralmente nas formas de romances, novelas, contos e poesia é atualmente insuficiente.

Bob Dylan compõe e interpreta há mais de 50 anos, sendo que a poesia em música, além de poesia, também é literatura.

Umberto Eco, o autor do célebre “Nome da Rosa” é pela inovação. Eco foi providencial e precoce em relação à postura e à análise acerca da cultura popular.

Nesta ótica, Eco referiu-se, há cinquenta anos atrás, aos “apocalípticos” e aos “integrados”

Com a palavra integrados Eco refere-se aos que aceitam a cultura popular e “ponto final”.

Quanto aos apocalípticos Eco considera aqueles que imaginam “o fim do mundo” quanto à aceitação e desenvolvimento da cultura popular. Trata-se, além do mais, de uma atitude egoísta, ensimesmada, fechada.

Vem a propósito, devido ao inesperado Nobel da literatura atribuído a Bob Dylon - uma figura que se desenvolve na cultura popular, na crítica através do recurso à poesia e à música.

“Segundo a Real Academia Sueca, a escolha de Bob Dylon para a atribuição do prémio este ano de 2016 deve-se, ao facto de ter criado novas formas de expressão poéticas no quadro da grande tradição da música americana […] e inglesa”. (In A Bola, 14.10.2016, p. 43).

A canção “soprando ao vento” é sintomática da intervenção de cidadania por um amante da paz. Alguém que, desde muito cedo, se preocupou com o terrível flagelo das guerras. Tê-lo ouvido, não só pela melodia da música poderia ter evitado intervenções que têm custado centenas de milhares de vidas, muitas das quais apenas pela ganância do dinheiro e vontade de hegemonia a qualquer preço.

Crítico, sociólogo e jornalista Eduardo Cintra Torres analisa o tema da atribuição do Nobel a Dylon, referindo-se aos “conservadores […]: “Para estes [..] o Nobel deveria ser sempre atribuído dentro dos mesmos cânones […]”.

Na tradição dos conservadores há uma “elite de criadores”; “[…] as letras de Bob Dylon possuem um inegável valor literário. De resto, a música e a poesia estão ligadas desde a Antiguidade, desde os rapsodos gregos” (cf. VALE, Francisco, cit. por SILVA, José Mário in Expresso 15.10.2016)

“A elite ressentida não assimila que a literatura e as artes se devem analisar e apreciar de acordo com critérios de qualidade […]” e não pelo preconceito da exclusiva tradição. (cf. TORRES, C.M. 16.10.2016)

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“SOPRANDO AO VENTO

“Quantas estradas um homem / precisa de andar / Antes que possam chamá-lo de homem? / Quanto mares uma gaivota branca precisará sobrevoar / Antes que ela possa dormir na areia? / Sim, quantas balas de canhão / precisarão voar / Até serem para sempre banidas? //

A resposta meu amigo, está soprando ao vento / A resposta está soprando ao vento / Sim, e quantos anos uma montanha / pode existir / Antes que ela seja dissolvida pelo mar? / Sim, e quantos anos algumas pessoas / podem existir / Até que sejam permitidas a serem livres? / Sim. E quantas vezes um homem pode / virar a sua cabeça / E fingir que ele simplesmente não vê? //

A resposta, meu amigo, / está soprando ao vento / A resposta está soprando ao vento / Sim, e quantas vezes um homem / precisará olhar para cima / Antes que ele possa olhar para o céu? / Sim, e quantas orelhas um homem / precisará ter / Antes que ele possa ouvir as pessoas chorar? / Sim, e quantas mortes ele causará / até saber / Que pessoas demais morreram //

A resposta, meu amigo, / está soprando ao vento / A resposta está soprando ao vento”.
Tags: fratrimónio, literatura, música, poesia, prémio Nobel

Canção, 1963 in https://www.youtube.com/watch?v=mF4xDcw_7jc ; Tradução de `Blowin in the Wind´ em fontes várias, incluindo em C.M. Suplemento Domingo, p. 45 )
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Fontes:
-ARAÚJO, Miguel – Eu estava-me nas tintas para as letras in Suplemento Domingo do Correio da manhã, Semana de 16.10.2016 a 22.10.2016

-DYLON, Bob - Blowin in The Wind Bob Dylan; Tradução / Tema de Lígia. Trilha Sonora de Sete Vidas; Lyrics Video in https://www.youtube.com/watch?v=mF4xDcw_7jc;

-SILVA, José Mário – Toda a gente fala do Nobel para Dylan (menos o próprio) in Semanário Expresso, 15.10.2016

-TORRES, Eduardo Cintra – Nem todos mudam com o tempo in Correio da Manhã, 16.10.2016

sábado, 15 de outubro de 2016

101 SOBRE AS ORIGENS DA EXPLICAÇÃO DO MUNDO


Uma outra capicua: post nº 101 ---
As palavras: Museion  Musa  Música  Museologia  Muso

Têm o mesmo radical, porque estarão associadas ao Museion.

Quando os filósofos gregos iniciam as suas reflexões contribuindo para a formação educacional da Paideia, já o Museion existia como instituição informal.
Presume-se mesmo que terá sido uma das primeiras instituições, para lá da família, a ter existência.
De modo que ao Museion terão recorrido os filósofos da antiguidade e pessoas ligadas ao processo de cidadania, cultura, ciência, artes da governação, defesa/guerra e do bem público.

Como instituição de preservação, conservação, representação e exposição de saberes terá sido frequentada por Platão, pois este filósofo «[…] identifica a sabedoria com a felicidade [contudo Platão não vivia apenas no mundo ideal e das ideias - passe o que parece ser um pleonasmo - pois ele]  acredita na desigualdade das inclinações dos homens para a prática da virtude; uns se contentariam com a coragem, outros com a temperança; poucos, no entanto, buscariam à virtude perfeita. Esses possuiriam o germe divino da sabedoria.» (cf. PIMENTA, Felipe – Filosofia e Literatura  https://felipepimenta.com/2013/04/03/resumo-da-filosofia-de-platao-teoria-das-ideias-mundo-sensivel-e-psicologia/ )

É precisamente no Museion, à procura desse «germe divino da sabedora» que os pensadores e cidadãos buscam inspiração.
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Consta que, na Grécia Antiga e Pré-Clássica, uma personagem mitológica do género masculino andava de Terra em Terra levando música, poesia e aconselhamento.

Essa personagem mitológica - o Museion relaciona-se com os deuses da mitologia, refletindo os saberes que nos chegam, essencialmente, por via lendária.
“O mito é o nada que é tudo” (Fernando Pessoa) (1) que permite versar sobre a natureza, o homem e o mundo.
(1)Trata-se de um aforismo (pensamento) que funciona como uma regra, ou um princípio validado pelo tempo.

Pessoa faz uso dessa cultura clássica, baseada nas lendas, na mitologia e na filosofia, de que o Museion e a Museologia se servem para ajudar a reflectir.

«A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Occidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.
[/…]

Fita, com olhar sphyngico e fatal,
O Occidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal.» (in Mensagem, texto original, p. 15)

Na página 19 da mesma obra - «Mensagem» Pessoa recorre de forma explícita ao fundo cultural que enformou os primeiros saberes de que temos “ressonâncias”, inclusivamente na origem da denominação de Lisboa. E recorre a:

«ULYSSES
O mytho é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mytho brilhante e muso[ 2]
[2]*muso = que inspira o bem-querer … cf.  https://pt.wiktionary.org/wiki/muso)]

[/…]
Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundal-a decorre. […]»
[Mensagem, grafia/texto original, p. 19]

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Consta que Museion era parente ou próximo do deus Orpheu, médico, poeta e filho de Calíope (precisamente a musa da boa voz) e de Apolo (deus da luz e do sol);
Orpheu, filho de Calíope, um dos mais dotados deuses, inclusivamente na música. Quando Orfeu atua com a sua lira, as aves e os animais selvagens param para escutar. As árvores debruçam seus ramos para se deleitarem com os sons. E com a música Orpheu cura doenças.

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Na transição da Idade Pré Clássica para a Clássica, já encontramos a palavra Museion associada a uma Instituição e a um edifício - a casa das musas, o sítio onde residem as nove musas, representantes dos saberes e das inspirações; Museion este, que vem acolher também a representação dos 12 deuses no Olimpo. (cf.  https://pt.wikipedia.org/wiki/Deuses_ol%C3%ADmpicos )

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As nove Musas são filhas de duas personagens mitológicas relevantes na Instituição museística. Trata-se do pai Zeus, também pai de outros deuses muito divulgados (3) e da mãe Mnemosine, a deusa da memória.

(3)Exemplo de outros deuses e/ou personagens mitológicas, entre as mais conhecidas: Apolo (luz e sol);   Ártemis (vida selvagem, caça, lua, magia), filha de Zeus, irmã de Apolo é Diana em Roma);   Hermes (filho de Zeus, estradas e viagens, mensageiro dos deuses et al, patrono dos ladrões, diplomatas, comerciantes, astronomia, eloquência e guia das almas para o reino de Hades);   Ulisses (Ulisses em Roma; Odisseu – Grécia, personagem da Ilíada e da Odisseia escrita por Homero, principal na Guerra de Troia);   Perséfone (Filha de Zeus - ervas, flores, frutos, perfumes, agricultura, estações do ano);   Héracles (Hércules em romano, semideus, filho de Zeus), podia usar a força mesmo contra a natureza);   Neptuno (fontes, correntes de água, terramotos, mar, inspirado em Poseidon, grego) ;   Vénus (no panteão romano, Afrodite no panteão grego, representam o amor e a beleza);   Marte, romano (guerra e agricultura);   Helena de Tróia (filha de Zeus, mulher mais bela, protegida por Odisseu (Ulisses em romano) casou-se com Menelau, rei de Esparta).

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Sobre as nove musas do Museion  sítio de culto e preservação das artes e ciências.
 
A primeira das musas é:

1.Calíope evocada nos Lusíadas. É a musa da boa voz, protetora e inspiradora da poesia épica a quem Camões recorre quando se sente sem inspiração;

(continua em próximo artigo)

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

100 PORTUGAL SOCIAL MUSEAL - CAMÕES E A MUSA CALÍOPE


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Quis o destino que este post nº 100 no blogue “cumpriraterra.blogspot.pt”, calhasse com a abertura do ano letivo de 2016/2017 na USMMA – Universidade Sénior de Massamá e Monte Abraão. Foi também o dia da minha primeira aula de Portugal Social: Museal Novo e Tradicional. A turma estava bem disposta e serena. Penso que me deixaram transmitir, sucintamente, a mensagem da abertura do ano e da disciplina.
Depois de ligeira apresentação e boas-vindas, comecei com o conceito de Museion na Grécia pré e Clássica.
Tinha que falar das Musas inspiradoras e protetoras dos saberes e das vivências da época, especialmente a primeira Musa Calíope (a da boa voz), até pela invocação que dela faz o nosso épico Camões, quando em determinada altura perde a sua obra-prima e a inspiração. É então que Camões invoca a sua Musa preferida e a inspiração volta-lhe de novo.
Daí veio-me à lembrança o post em que referi o meu conterrâneo “Magriço, Capitão dos Doze de Inglaterra” – Álvaro Gonçalves Coutinho. Sim, este mesmo que deu nome à Seleção de Portugal no Mundial de 1966 e também o mesmo que Luiz Vaz canta em diversas estrofes do Canto VI da Monumental obra portuguesa“Os Lusíadas”.
E eis agora o meu extrato/esboço de poesia, mal alinhavado, pois de poeta sei que não passarei de aprendiz, a menos que Calíope aposte tudo em mim.
Álvaro Gonçalves Coutinho
De cognome “o Magriço”;
Que divulga a Nacional Seleção
Com Eusébio à porfia
Na melhor exibição.
Em Penedono tem luz e berço
Desde os primórdios da nacionalidade,
Defensor, batalhador
Ao lado da Ínclita Geração.
V. mais em Os Lusíadas O[s] Magriço[s] e Os Coutinhos in  
Tags: Camões, Lusíadas, Inspiração, Musa, Museion, Museu, Terras de Magriço

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

99. CARTAS ABERTAS - MUSEUS E INSPIRAÇÕES


MAAT - Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia. A que tudo parece indicar, o MAAT tem uma vida facilitada.


Com sede numa peça fundamental que é o próprio edifício. Esta peça, só por si, aliada às vistas sobre Lisboa Ocidental, Almada e Tejo, justificam uma, ou mais visitas ao MAAT / Central Tejo, porque:

-Este novo e moderno equipamento associa o edifício prévio do Museu / Central Tejo; também este, instalado num belo edifício de arquitetura e arqueologia industrial;


-Ambos os edifícios contam com acervos de ciência e técnica, ligados à área económica e de produção de energia: geradores, isoladores, condensadores, equipamentos de medida e de ensaio, veículos de transporte, manequins, ferramentas, arte, arquitetura, comunicação, design... Estas valências permitem realizar percursos e exposições interessantes para vários segmentos de públicos: nacionais e estrangeiros.


-Lisboa e Portugal ficam mais confortáveis com esta oferta cultural, sobretudo pela importante peça de arquitetura, acabada de inaugurar, que simboliza um país moderno e aberto ao exterior.

-A importância deste novo equipamento justificou a presença de figuras representantes da República, do Governo e da Cidade no acto da inauguração. Desde o Presidente da Câmara, Fernando Medina, ao Primeiro-Ministro António Costa, ao Presidente da Assembleia Ferro Rodrigues e ao Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa que proferiu um assinalável discurso de inauguração (1).


A recém inaugurada estrutura tem o privilégio de se abrir e dar a fruir a todos os segmentos sociais, culturais e técnicos do país, desde que paguem o respetivo bilhete de entrada, ou em acesso gratuito às zonas de lazer / miradouro, no exterior, tornando-se num museu apetecível (a casa das musas, do saber e da inspiração) que poderá, eventualmente, ser classificado de interesse nacional prosseguindo uma visão e uma missão interna/externa de Portugal no Mundo.


Está de parabéns a EDP, os seus clientes, acionistas, recursos humanos e administração, especialmente representada pelo Presidente do Conselho de Administração - António Mexia.

Como exposição temática e temporária o MAAT começa com «Utopia/Distopia» da autoria de Dominique Gonzalez-Foerster. Esta expo` sugere a data redonda de 500 anos da edição da Utopia, do humanista e político Tomás Moro.


Significa que, neste âmbito, a Fundação EDP está de parabéns. O mesmo se poderá dizer quanto à exposição, também virada para a utopia - Lightopia na Central Tejo.

Em termos de Utopias realizadas, tudo indica que ficamos, por agora, com estas mostras; o que, diga-se de passagem, não aconteceu em 2015, em relação ao tratamento do nome do árabe Ibn-Haytham que deu origem a Mil Anos de Luz.


Para colmatar a omissão, em relação ao cientista árabe Ibn-Haytham, resolvi editar o post com o título Mil Anos de Luz, título simbólico, publicado in http://cumpriraterra.blogspot.pt/2015/09/53-mil-anos-de-luz.html .

O nome e a obra de Ibn-Haytham que escreveu um tratado em sete volumes sobre a ótica e a luz, mereciam ser dignamente festejados em Portugal, pois trata-se de uma edição que fez 1000 anos de luz em 2015.


Ligado a esta obra de Ibn-Haytham poderão ser editados trabalhos (exposições incluídas) este ano de 2016/2017. Ainda que o ano mil da obra de Ibn-Haytham tenha passado, estamos agora no ano 1001 que é um número capicua. Dará sorte a quem tratar deste tema e será uma justiça para com o mundo árabe.

Não se queixem de que o mundo ocidental é mal visto pelo mundo árabe. Idem quanto ao apoio da cultura saloia, com raízes árabes.


Não tenham medo de parecerem ridículos, apoiem o que é justo e genuíno, em união de culturas e amizades sãs. A paz virá por acréscimo a este bem-fazer.

Tags: arquitetura, museologia tradicional, Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia

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(1)Tal como há 60 anos o pai de Marcelo, Baltazar Rebelo de Sousa, figura de Estado, inaugurava exposições.

Fontes:



CARDOSO, Joana Amaral - MAAT - o novo museu da EDP entre a arte e a arquitectura, uma fase de cada vez https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/maat-novo-museu-da-edp-1736726, 2016

DN; Fundação EDP et al. - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia abre a 4 de outubro http://www.dn.pt/artes/interior/museu-de-arte-arquitetura-e-tecnologia-abre-a-4-de-outubro-5045930.html , 24.02.2016

IBN AL-HAYTAM; UNESCO et al. - Ibn Al-Haytham and the Legacy of Arabic Optics



domingo, 2 de outubro de 2016

TERRITÓRIO MASSABRAENSE (Massamá e Monte Abraão - Concelho de Sintra) DE
RAIZ SALOIA, MOÇÁRABE E CRISTÃ EM ACÇÃO E SUA RELAÇÃO COM A
ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA, SEM EXCLUSÃO DE PESSOAS, OUTRAS
ÁREAS E TERRITÓRIOS.


HOJE 2-10-2016 NO TERRITÓRIO MASSABRAENSE. Mais concretamente junto à Igreja de Monte Abraão, perto do Palácio de Queluz. Feira Medieval com animação e produtos de Trás-os-Montes, Douro, Beiras, Alentejo, Estremadura ... Venha provar o delicioso hidromel, com, ou quase sem álcool, natural ou fresco à pressão. Bebida dos deuses, outrora, e agora ao nosso alcance.