quarta-feira, 23 de novembro de 2016

113. BEM-VINDOS À TERRA DA LUZ

Bem-vindos à Terra da Luz. Capital da Oestrimnia. Terra de tão ricos atributos, tais como: a Língua, as Pessoas, o Tejo, o Minho …, o Mar e a Luz.

Obrigado por terem confiado nesta equipa e neste passeio/visita à “Sétima Colina de Lisboa” através da Universidade Sénior de Massamá e Monte Abraão.

Na realidade penso que não haverá muitos sítios tão carregados de documentação/monumentalidade como o que vamos visitar. Mas para o compreendermos, será curial começarmos pelo início, embora não esquecendo que só conseguiremos transmitir chaves de interpretação, até pelo tempo que temos.

Contudo deixamos aqui os sítios para quem está, pela primeira vez, em contacto com o que vamos interpretar, ou seja, a “sétima colina de Lisboa”.

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1-»Quando, na realidade ou na ficção cultural, Ulisses e Homero por aqui passaram, esta Terra da Oestrimnia ou Extrímnia estaria habitada, por quem?

2-»Já haveria, por aqui, alguma para-nação. E, se sim, como se chamava?

3-»Será que o espaço correspondente ao atual Portugal/Galiza tem algo a ver com essa para-nação?

4-»Quem terá batizado (no primeiro estudo e atribuição de nome) essa para-nação?

5-»Qual é a língua mais falada em todo o hemisfério sul?

6-»Será que isso da língua mais falada no hemisfério sul tem algo a ver com as raízes da dita para-nação que por aqui se formou?

7-»Qual será a língua materna e, quiçá comercial, que tem mais probabilidades de se desenvolver no futuro a nível mundial?

8-»Porque será que quem sabe esta língua materna, ou a aprende depois, está mais dotado para entender outros ideomas?

Além das informações aqui enunciadas, recomendo a visita ao sítio Geo Língua gerido por Roberto Moreno que, além de ter realizado muito estudo sobre o assunto, nos deixa a seguinte citação:

«Só duas nações – Grécia passada e Portugal futuro, receberam dos deuses a concessão de serem não só elas mas também todas as outras. Chamo a atenção para o facto mais importante que geográfico, de que Lisboa e Atenas estão quase na mesma latitude.» (Fernando Pessoa).

Para complementar veja: 
          
-ANCIÃES, Alfredo Ramos - http://cumpriraterra.blogspot.pt/ (postes de novembro, 2016)
-MORENO, Roberto - “Minha pátria é a GEOlíngua, ou seja, o galego-português” - https://www.academia.edu/4163297/A_Lingua_Portuguesa_no_Mundo_por_Roberto_Moreno , acedido em 23.11.2016).

Etiquetas: Estrímnia, futuro, Galiza, história, GEOLíngua, Portugal
 



 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

112. SÉTIMA COLINA DE LISBOA FOI PRECURSORA


Caríssimas(os). Bem-vindas(os) à 7ª (Sétima) Colina de Lisboa.
Não vamos percorrer toda a colina, porque não sairíamos de lá nas próximas 24 horas, mas interpretá-la-emos, a partir de um ponto muito importante – São Pedro de Alcântara. Esta colina esteve abandonada durante muito tempo, até porque fazia parte das periferias de Lisboa.

Durante séculos Lisboa manteve-se confinada à parte oriental do Vale do Rossio, pese embora, ainda no tempo de D. Afonso Henriques, este precursor ter instalado tropas nos sítios evocativos dos Mártires da Cidade e, pelo menos, alguns templos.
Nestas sítios de devoção aos Mártires, o rei manda edificar capelas em agradecimento pelas vitórias alcançadas; quer a nível temporal – isto é, das conquistas de territórios, quer a nível espiritual, na esfera do religioso e imaterial – trazendo ab-inicio, ou novamente, a cristandade para estas paragens.
 


001.Correio oficial. Reconstituição de entrega de correspondências, séc. XVI
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Não terá sido por acaso que esta colina é para muitos a sétima, isto é a última entre a primeira – a do Castelo ou de São Jorge e a Sétima, ou de São Roque.
Na realidade, já desde o século XV (tempo de D. Afonso V e D. João II) nesta zona da Sétima Colina / Bairro Alto assenta arraiais o capitalista Guedelha Palaçano (ou Abraam Guedelha) ao que tudo indica de origem judaica.
Aqui começa a expansão de Lisboa e é também aqui que este capitalista (intelectual e humanista) no tempo de D. João II vai proporcionar os primórdios da construção do novo Bairro Alto. Cá está a designação  - “Bairro” e “Alto” a testemunhar esta periferia de Lisboa.
002Carruagem de Mala-Posta, 1859-1864
Aqui é realizada a primeira intervenção com projeto de urbanização. E tão novo projeto, quanto rompe os antigos paradigmas de construção da urbe. Assim, o Bairro Alto foi o primeiro modelo de construção racional / ortogonal, que vem, inclusivamente, inspirar a reconstrução da Baixa Pombalina, pós terramoto. Com tal projeto de construção numa malha com ruas perpendiculares parecia já prever o desenvolvimento das comunicações;
003.Malaposta em viagem 1860`-1864
pois é daqui ou destas periferias que nasce o Correio Público territorial, e quiçá o marítimo, para longas distâncias.

Por aqui se situou a sede do Correio Geral, ainda a cavalo, depois em barco; seguido das carruagens de Malas-Postas.
Estas carruagens foram, simultaneamente, os primeiros transportes públicos de pessoas, cobrando bilhetes para médias e longas distâncias, com preços fixos e obedecendo a horários estipulados e zelosamente cumpridos, salvo as exceções de acidentes.
004.Figura do Ardina. Pormenor do monumento inaugurado em 1904. Escultor - Costa Mota (tio); Arquiteto – Álvaro Augusto Machado
Aqui foram instaladas, também, as primeiras tipografias de jornais e revistas e a difusão das respetivas publicações, de que vamos ver, pelo menos, uma ou duas dessas marcas patrimoniais evocativas, da escrita e informação, em São Pedro de Alcântara / Príncipe Real.
 
Etiquetas: Bairro Alto, comunicações, correio, história, Lisboa, São Pedro de Alcântara, transportes, urbanização ortogonal

Fontes:
-CNC Centro Nacional de Cultura, et alJudeus e Árabes na Península Ibérica. Lisboa: CNC, 1993

Em linha, acedidas em 22.11.2016 -
-ANCIÃES, Alfredo Ramos – 111.FRATRIMÓNIOS E NOVOS MUSEUS EM DESENVOLVIMENTO http://cumpriraterra.blogspot.pt/2016/11/111-fratrimonios-e-novos-museus-em.html -------  110.CENTRALIDADE E O NOME DE LISBOA - PORTUGAL PARA LÁ DO MITO E DA LENDA http://cumpriraterra.blogspot.pt/2016/11/110-geografia-centralidade-de-portugal.html ------- 109.JARDIM E MIRADOURO DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA http://cumpriraterra.blogspot.pt/2016/11/109-jardim-e-miradouro-de-sao-pedro-de.html -------  107.LOCALIDADES & PATRIMÓNIOS TANGÍVEIS E VIRTUAIS http://cumpriraterra.blogspot.pt/2016/11/107-localidades-patrimonios-tangentes-e.html ------- 106.VISITA À SÉTIMA COLINA DE LISBOA INCLUI, ENTRE OUTROS E IMPORTANTES ATRATIVOS, A COMEMORAÇÃO DE UM TRICENTENÁRIO (cont.) ------- 105.UMA VISITA À SÉTIMA COLINA DE LISBOA http://cumpriraterra.blogspot.pt/2016/11/106-visita-setima-colina-de-lisboa.html ------- 104.UMA VISITA A LISBOA EM TEMPO DE SANTOS http://cumpriraterra.blogspot.pt/2016/10/104-uma-visita-lisboa-em-tempo-de-santos.html

 -BRAGA, Isabel, et al“Bairro Alto Uma História Concentrada: 500 Anos do Bairro Altohttp://observador.pt/2014/12/05/o-bairro-da-sobrevivencia/ 
-GENEAL, et al – “Guedelha Palaciano ou Palaçanohttp://geneall.net/pt/forum/156059/guedelha-palaciano/
-RODRIGUES, Catarina Marques, et al“Comemorações 501 Anos do Bairro Alto: O Bairro da Sobrevivência, 2014 http://observador.pt/2014/12/05/o-bairro-da-sobrevivencia/

Imagens:
001-003 ARQ/CDI Fundação Portuguesa das Comunicações / Museu das Comunicações;
004 Arq. pessoal AA

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

111. FRATRIMÓNIOS E NOVOS MUSEUS EM DESENVOLVIMENTO


Foi sem intencionalidade prévia, mas é com regozijo que dedico este artigo capicua ao desenvolvimento do conceito de fratrimónio com especial ligação aos novos museus. Novos, não no sentido de edifícios e instalações mas sim no sentido de uma nova filosofia e práticas sociais / museais.
Fratrimónios são bens e valores sociais: fruídos, usados ou consumidos “aqui e agora” (cf. Mário Chagas, 2016), isto é no nosso tempo, na nossa comunidade ou com as quais nos relacionamos;
Um exemplo de fratrimónio: O trabalho dos participantes do Rancho Folclórico de Penedono em atuação na festa da Casa do Concelho no Inatel Costa da Caparica, 20.11.2016
Fratrimónios são bens partilhados, lembrando o antigo bodo e o ágape (cf. Agostinho da Silva e Natália Correia);

São bens e processos aos quais o novo museu se associa como inspirador, interlocutor e comunicador.
Fratrimónios: são bens tangíveis, económicos e financeiros e intangíveis (valores: animação, companhia, aconselhamento) partilhados ou redistribuídos no sentido de valorizar quem necessita. Desta partilha não decorre o aproveitamento egoísta e injusto de uns pelos outros. O sentido equitativo de esforço e responsabilidade está presente no conceito, projetos e ações fratrimoniais.

O novo museu acompanha os processos fratrimoniais que a sociologia, a psicologia, a religião e a fé (a) ajudarão a entender, como realidades baseadas na razão, na ciência e no coração (b)
(a) Não tenhamos receio das palavras, enquanto respeitadoras.
(b) Porque “o coração tem razões que a própria razão desconhece” e “Os olhos são os intérpretes do coração, mas só os interessados entendem essa linguagem”


Outra forma de fratrimónio. Agradecimento ao presidente da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira pela oferta das castanhas aos participantes na festa da Casa do Concelho de Penedono.
O novo museu é uma organização baseada e recuperada a partir do antigo e do clássico museion. Baseia-se, simultaneamente, na ciência e nos desenvolvimentos pós modernos e atuais. O novo museu ajuda a interpretar e a comunicar os bens fratrimoniais e patrimoniais, em colaboração com outras organizações do foro social e comunitário.

O novo museu é um facilitador de processos de produção, conservação, organização e comunicação; prima por manter a equidistância em relação aos poderes políticos, sociais e religiosos.
Participantes no Rancho Folclórico de Penedono em atuação na festa da Casa do Concelho 
Os fratrimónios incluem as ações de animação, distribuição ou redistribuição dos bens resultantes das colaborações, do trabalho social e comunitário; incluem o respeito e a valorização do semelhante e da natureza envolvente.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

110. A CENTRALIDADE E O NOME DE LISBOA - PORTUGAL PARA LÁ DO MITO CONTO E LENDA


Sublinho papel de centralidade mundial de Lisboa, embora algumas vezes não o tenha parecido. Esse papel foi-lhe subtraído algumas vezes por outras geografias. É certo que Lisboa fica situada no extremo (limite) do grande Continente Euro-Asiático.

Vista nesse sentido Lisboa/Sintra (Cabo da Roca) ficam, de facto, no fim e foi também por isso que a estas terras se chamou Oestrimnia, Estrímnia ou Extrímnia que vem do grego e quer dizer – o que está no extremo ou no fim do mundo;
Mas atenção este extremo já contém em si um prefixo “Ex”
sair para fora, expor-se. Foi e é esse papel que Lisboa teve
e tem o de expor-se, outrora, aqui e agora.
O que foi extremo tornou-se, de facto, um centro.
E não foi só nos século I – IV quando Romanos escalaram portos, trocaram produtos; não foi só no século XVI quando Lisboa se tornou num entreposto comercial da Europa com produtos de África, Oriente e Ocidente.
E não foi só durante a II Guerra Mundial, quando tanta gente se dirigiu a estas paragens.
Recentemente aconteceu o mesmo por altura do evento do Web Summit que vai replicar-se por mais alguns anos e cujos negócios e empreendimentos podem estender-se por décadas.
E será também quando os portos portugueses voltarem a ser entreposto privilegiado entre continentes com redistribuição em linhas terrestres, eletrificadas e amigas do ambiente.
O nome de Lisboa
Voltando à capital, porque é que Lisboa se chama Lisboa. Em princípio parece dever-se à sua edificação, sobre uma enseada amena. Ora enseada quer dizer ancoradouro e amena quer dizer agradável, prazenteira, mansa, calma. E esta primeira versão do nome vem-lhe já do pré-celta ou fenício quando foi denominada Alis-ubbo (enseada amena). E cá temos o prefixo lis, depois de lhe ter caído o “A” inicial. Estas paragens de Lisboa foram percorridas por gregos e romanos; mais estes últimos, como acima disse. Não vou agora desenvolver a lenda da “presença”, entre aspas do herói mítico:
Ulisses em Lisboa:
Certo é que ele e/ou a sua representação estão cá, nesta Terra da Oestrimnia, Estrímnia ou Extrímnia, não só em estátua, ou melhor, num característico busto no distinto miradouro de São Roque, também dito de São Pedro de Alcântara, na 5ª ou na 7ª colina, dependendo das interpretações.
Uma ideia e uma ação
Foi a figura de Ulisses que me deu a ideia de começar as visitas por aqui, por São Pedro de Alcântara, pois não só Ulisses entra em contexto no início da museologia, ecomuseologia (ecologia + museologia) /ou economuseologia (economia + museologia), ligada inicialmente às musas, aos deuses e às deusas, também à música, tudo isto derivado da palavra museu que em grego se disse ou soava museion, aliado também à poesia e à inspiração. Como “no princípio” era o museu ou museion, um homem sábio, dotado e inspirado, que andava de terra em terra pela Grécia Antiga a divulgar a música, a poesia e outros saberes.
Ainda o nome de Lisboa
Se fomos ao pré-celta ou fenício buscar a primeira versão da origem do nome de Lisboa, com base na geografia, também devemos apresentar uma segunda versão e esta já não se liga à geografia física – à tal enseada amena; esta segunda versão liga-se à cultura, ou seja à expressão mítica dos deuses que nos aparecem antes das manifestações culturais humanas ou religiosas monoteístas.
A segunda versão baseia-se, pois, no nome de Ulisses (ou Olisses?) e cá está ainda, ou novamente, o prefixo Lis, depois de lhe ter caído o “U” ou “O” inicial, sendo que Ulisses em romano, dizia-se Odisseu, em grego. Foi, pois Ulisses, ou Olisses, ou Odisseu, o herói da Ilíada e da Odisseia que terá dado origem ao atributo – olisiponense, designativo que ainda se mantém em relação à população de Lisboa.
Vamos, pois, ver Odisseu (da Odisseia) ou Ulisses, assim legendado e, em pose mítica, virado para a sua Grécia e para a colina do Castelo, a primeira e mais alta de Lisboa. Contudo Ulisses não se esquece da sua terra natal e vamos ver porquê face aos interessantes bustos que terão dado o nome a Lisboa ou, pelo menos, enformaram a Cultura Clássica, Renascença (e não só) em Portugal.
Daí, o jardim miradouro desta colina de São Roque que vamos visitar e que está povoada por figuras da época – Clássica e Renascença.
Por falar em colinas. Sabem quantas há em Lisboa?
Serão mesmo 7, ou serão menos ou serão mais?
Haverá pois, pelo menos, uma explicação. A interpretação do mito, da lenda, da geografia, da imaginação e da história dar-nos-ão a resposta.
       Tags: economia, história, museologia, turismo
Fontes:
-ANCIÃES, Alfredo Ramos; SOARES, Luís Ribeiro (prof) - Apontamentos meus e de Soares - Aulas de História das Mentalidades. Lisboa: Universidade Livre de Lisboa, 1985/1986;
-Em linha, acedidos em 17.11.2016:
-WIKIMEDIA, et al. – https://es.wikipedia.org/wiki/Oestrimnios ; -------


domingo, 13 de novembro de 2016

109. JARDIM E MIRADOURO DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA

Chama-se Jardim António Nobre - poeta de corrente ultra-romântica e simbolista; 1867-1900, natural da Foz do Douro – Porto. A designação de São Pedro de Alcântara deve-se à denominação da Rua e Convento contíguos, acabando por se estender à zona envolvente.

Fred Kradolfer e o patamar superior:
Este patamar é indicado para miradouro pelo motivo de se situar mais alto; por contar com telescópio e mesa com mapa das zonas observáveis sobre a cidade. Este mapa desenhado e pintado sobre azulejo é da autoria de Fred K. em colaboração com a Fábrica Viúva Lamego.
Sobre Freda K. de nacionalidade suíça, diga-se que foi um dos mais importantes artistas plásticos que estava na vanguarda da modernização gráfica em Portugal.
Nos 44 anos que permaneceu em Portugal, onde veio a falecer, Fred K. deixou intervenções na cerâmica, no vitral, nos anúncios publicitários e iluminados, pinturas a óleo; colaborando com a Sociedade Nacional de Belas Artes em diversas exposições.
Foi especial colaborador na grande Expo do Mundo Português de 1940, acabando por receber da Presidência da República as insígnias da Ordem Militar de Santiago de Espada.
O patamar inferior:
É acedido por duas escadarias, uma em cada extremidade. Este patamar encontra-se decorado com bustos de figuras clássicas e do Renascimento Português. Foi sobretudo no âmbito do programa da disciplina de Museologia que escolhemos este local e envolvência para visita inicial.
Primeiro porque ali se encontram os bustos de Ulisses e Homero, o herói e o escritor das Epopeias da Grécia Clássica (Ilíada e Odisseia) e algumas figuras romanas – Marco Aurélio e a sua esposa a Imperatriz Faustina. Acontece que quisemos aliar o contexto do início histórico e mítico dos museus, na versão do então designado museion.
E tinha que ser assim, pois não iriamos começar a disciplina descurando as bases teóricas e inspiradoras, ligadas às musas, aos deuses e à História Clássica que enformaram e continuam a enformar a cultura portuguesa, ocidental e do médio oriente.
Além de que, em uma versão da lenda da fundação de Lisboa, se atribui a denominação de Odisseu/Ulisses à antiga "Allis Ubbo" (=enseada amena) que parece vir do Fenício). E chega-se a "Felicitas Iulia Olisipo" nome que terá evoluído para Lixbûnâ ou Al-ushbona no tempo muçulmano.
Portanto, não é por acaso que aqui se encontra a representação de Ulisses e de Homero (seu “biógrafo”) sobre uma das colinas mais emblemáticas da cidade de Lisboa; por uns considerada a quinta e por outros a sétima colina (a).
Quer seja a 5ª, quer a 7ª, ambos os números têm um significado especial para Portugal. 
Acontece que os clássicos, representados em São Pedro de Alcântara,  não estão sós; pois encontram-se envolvidos/acompanhados por uma série de figuras do Renascimento e dos Descobrimentos. Desde o Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Cabral, Camões, D. João de Castro, João de Barros, Albuquerque, e outros.
.....................
(a)Relevam-se as partículas sublinhadas "lis" nos dois parágrafos supra. Não deve ser por pura coincidência que Lisboa se chama Lisboa, embora haja ainda uma outra versão de que a flor-de-lis, representada na Sé de Lisboa e no brasão de Carnide pode também, esta flor, estar ligada ao nome Lisboa. Porém, esta 3ª versão parece-me menos provável. 
Tags: História, Lisboa, museologia, património edificado, Patriarcado, São Pedro de Alcântara
Fontes acedidas em 6.11.2016
ANCIÃES, Alfredo Ramos - 105.Uma Visita à 7ª Colina de Lisboa http://cumpriraterra.blogspot.pt/2016/10/105-uma-visita-setima-colina-de-lisboa.html
C.M.L et al - Archivo pitoresco. Semanario illustrado, 5.º Ano, n.º 25, 1862 divulgado em http://paixaoporlisboa.blogs.sapo.pt/tag/jardim+ant%C3%B3nio+nobre ; ------- Jardim de São Pedro de Alcântara / Jardim António Nobre http://www.cm-lisboa.pt/zonas/centro-historico/espacos-verdes/info/jardim-de-sao-pedro-de-alcantara-jardim-antonio-nobre ;
WIKIMEDIA, et al – Fred Kradolfer https://pt.wikipedia.org/wiki/Fred_Kradolfer

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

108.COMUNICAÇÕES ENTRE AS ÁRVORES E OUTRA NATUREZA

Diz-nos Peter Wohlleben que “[…] as árvores conversam entre si, detetam perigos ao redor e ajudam as plantas mais velhas a se alimentar […]”.
Peter W. lança o seu recente livro intitulado “A Vida Oculta das Árvores” (The Hidden Life of Trees) afirmando que “A coisa que mais o surpreendeu é quão sociais as árvores são” […] quando estão sob ataque, as árvores comunicam sua angústia para outras ao seu redor emitindo sinais elétricos […]”.
Na investigação de Peter verifico que não há uma luta pela sobrevivência dos melhores, mas sim uma cooperação entre os membros da espécie e que a mesma espécie é capaz de lutar contra outras, consideradas invasoras.

Ainda não li o livro de Peter mas a partir do artigo sobre a tese deste engenheiro florestal e análises sobre a sua publicação; ponho a seguinte questão:
Será que Peter W. avança algo em relação ao realizado outrora por Jagadish Chandra Bose, que se dedicou de alma e coração ao estudo da Natureza?
Espero que haja desenvolvimento.

Sabe-se que Jagadish Bose, embora um ser místico, agiu de modo científico, tornando-se inventor, para lá de investigador, professor e escritor, traduzido em diversas línguas. Para Bose, a natureza vegetal não é desprovida de sensações de bem-estar, mal-estar; não é indiferente a estímulos. Uma planta pode sentir a presença de bons e maus fluídos e reage a sensações e comunicações.

Para comprovar os atributos de sensação/reação, bem-estar, mal-estar que a sua intuição sobre as árvores e plantas lhe sugeria; Chandra Bose inventa um equipamento a que chama crescógrafo, permitindo a ampliação das manifestações reativas/comunicativas do reino vegetal, até cerca de 10.000 vezes (cf ANCIÃES, ob cit.)

Tags: comunicação, Jagadish Chandra Bose, Peter Hohlleben, reino vegetal

Fontes acedidas em 07.11.2016:
-ANCIÃES, Alfredo Ramos – Comunicações D`Outrora e uma Perspectiva de Futuro – O Caso de Jagadish, Chandra Bose http://cumpriraterra.blogspot.pt/2016/07/48-comunicacoes-doutrora-e-uma.html
-HOHLLEBEN, Peter - The Hidden Life of Trees, What They Feel, How They Communicate. Greystone Books; David Suzuki Institute, 2016 ; ------- The Hidden Life Of Trees: What They Feel, How They Communicate  http://www.dnaindia.com/lifestyle/review-book-review-the-hidden-life-of-trees-what-they-feel-how-they-communicate-discoveries-from-a-secret-world-2258354
-THE GREENEST POST, et al - A vida escondida das árvores: o que sentem, como eles se comunicam http://thegreenestpost.bol.uol.com.br/as-arvores-conversam-entre-si/


domingo, 6 de novembro de 2016

107. LOCALIDADES & PATRIMÓNIOS TANGÍVEIS E VIRTUAIS

D. José Manuel da Câmara de Atalaia

Interessante é o facto deste Cardeal Patriarca ter ficado sepultado na Atalaia.
O motivo de ter vindo falecer a esta localidade, junto a Vila Nova da Barquinha, onde tem jazigo artístico e singular, realizado por Mateus Vicente de Oliveira - que tudo parece indicar, é natural de Tercena-Barcarena - terá sido premeditado.

Relaciona-se este caso com a perseguição do Marquês de Pombal; particularmente, a vindicta aos Távoras a que pertencia D. José Manuel da Câmara de Atalaia.
Este Patriarca gozava na Atalaia de bons ares e proteção, incluindo o fator segurança a partir da “sua” igreja atalaiada, isto é – com sistema de vigilância e comunicação. Há, porém, quem considere que o Patriarca faleceu em Lisboa. Não é esta a minha opinião. (cf. ANCIÃES, Alfredo – Atalaia …, doc cit.)

--»Haverá alguma relação familiar entre o 1º e o 2º Patriarca?

O primeiro - D. Tomás de Almeida (que jaz em Igreja – Museu de São Roque ao Bairro Alto – 7ª colina) era filho de D. António de Almeida Portugal, 2º Conde de Avintes e Governador do Algarve (cf. WIKIMEDIA et al - Tomás de Almeida, doc. cit.).

Tudo indica que este primeiro Patriarca tinha laços familiares com o segundo – D. José de Atalaia. A família Almeida terá vínculo familiar com os Lencastres, comendadores da Ordem de Santiago, imortalizados em Santos-O-Velho, Santos-O-Novo, Avis, Abrantes, Avintes, Aveiro … (cf. ATAÍDE, doc. cit.)

É de relevar o brasão de família Lencastre e Távora com as cinco quinas e sete castelos demonstrando, assim, a sua ligação ao Reino e à família real.(imagem in http://porabrantes.blogs.sapo.pt/534118.html )

 


O segundo Patriarca - D. José Manuel da Câmara de Atalaia, era filho de D. Luís Manuel de Távora, 4º Conde da Atalaia, irmão do 6º Conde e Marquês de Tancos. Família visada e perseguida pelo Marquês de Pombal após o alegado atentado contra a vida do rei D. José.

D. José Manuel era também da família dos Lencastres, Marqueses de Abrantes, e é por isso que existe a Calçada Marquês de Abrantes junto às ex instalações do Convento de Santos-O-Velho, atual Embaixada de França e Igreja local.

--»Que centenário se comemora em Portugal, particularmente em Lisboa, em 2016-2017?

Trata-se do 3º Centenário do Patriarcado de Lisboa.
Desde há meses têm sido realizadas edições, comunicações e exposições documentais e museológicas subordinadas a esta efeméride que é praticamente singular no mundo; pois só Lisboa e Veneza são titulares desta distinção. (cf http://www.patriarcado-lisboa.pt/site/index.php?id=6911)

Tags:
Atalaia: Vila Nova da Barquinha; Bairro Alto: Lisboa; Barcarena: Tercena; Famílias: Almeida Câmara Lencastre Távora; Lisboa: Santos-O-Velho;

Fontes em linha acedidas em 6.11.2016:

-ATAÍDE, Marcello de Noronha e - Cidadãos por Abrantes. Em defesa do património e pela discussão do Museu Ibérico http://porabrantes.blogs.sapo.pt/534118.html

-PATRIARCADO de Lisboa et al – 300 anos do Patriarcado – Foi apresentado o programa das comemorações - http://www.patriarcado-lisboa.pt/site/index.php?id=6911

-WIKIMEDIA et al - Casa de Abrantes https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_de_Abrantes ; -------- D. José Manuel da Câmara de Atalaia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Manuel_da_C%C3%A2mara_de_Atalaia

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

106. VISITA À SÉTIMA COLINA DE LISBOA INCLUI, ENTRE OUTROS E IMPORTANTES ATRATIVOS, A COMEMORAÇÃO DE UM TRICENTENÁRIO (cont.)

Quando as perguntas são tão interessantes como as respostas:

-»Qual a distinção atribuída a Lisboa pela Santa Sé que nem Espanha, França, a própria Roma, Polónia, etc. etc. mereceram, e porquê?

A relevância do título e função Patriarca(l) a Lisboa – Portugal:

“O título de Patriarcado foi dado em 1716, pelo papa Clemente IX, tendo em conta o esforço missionário e de evangelização dos portugueses […]. Na Igreja Católica Latina, além de Lisboa, só Veneza tem o título de Patriarcado” (cf. MACHADO, Artur et al - Manuel Clemente revela comemorações dos 300 anos do Patriarcado de Lisboa http://www.acorianooriental.pt/noticia/manuel-clemente-revela-comemoracoes-dos-300-anos-do-patriarcado-de-lisboa )

-»Quantos Patriarcas houve/há até à atualidade em Portugal?

Até à atualidade contam-se dezassete Patriarcas em Lisboa, desde D. Tomás de Almeida até ao atual D. Manuel Clemente. (cf. CLEMENTE, D. Manuel - Patriarcado no Curso dos Tempos  http://www.patriarcado-lisboa.pt/site/index.php?cont_=40&tem=75. )

-»Onde estão sepultados os Patriarcas e porque é que o Panteão dos Patriarcas em São Vicente de Fora não os acolhe todos?

1º Patriarca - D. Tomás de Almeida:

Ao tempo da sua morte e por ter sido o primeiro, não havia ainda a tradição da sepultura destes titulares em São Vicente de Fora. Por outro lado, a Igreja de São Roque e 7ª colina situavam-se num dos locais mais nobres e modernos da altura; logo, um local almejado para a residência eterna de figuras destacadas e com poder.

D. Tomás de Almeida mantinha uma relação próxima com os Jesuítas com quem estudara no Colégio de Santo Antão; Jesuítas estes, que também partilhavam o Convento da Trindade / Igreja de São Roque, atualmente Igreja / Museu.

O corpo de D. Tomás de Almeida encontra-se sepultado na Igreja de S. Roque em Lisboa.

Por sua vez, o sobrinho homónimo, “Dom Tomás de Almeida […] seria o principal decano da Santa Igreja Patriarcal e o primeiro Diretor Geral dos Estados públicos em Portugal e domínios por Carta Régia de 6 de maio de 1759”;

Este decano e sobrinho homónimo do Patriarca - Tomás de Almeida encontra-se, por sua vez, sepultado em local central da igreja do Convento de São Pedro de Alcântara; logo, também em local nobre e muito perto da Igreja/Museu de São Roque, onde jaz o seu tio Patriarca;

A relação familiar com os Lencastres (ou Lancastres), por sua vez descendentes da relação de D. João II (extra matrimonial) ligados ainda aos comendadores e comendadeiras de Santos (O- Velho e O-Novo) leva a que seja construída nova e magnífica capela em honra e devoção aos Santos Mártires de Lisboa, junto à igreja do Convento de São Pedro de Alcântara.

Note-se que o Bairro Alto / São Pedro de Alcântara estavam, então, na moda e por aqui passava a primeira construção racional / ortogonal de Lisboa;

Esta igreja de São Pedro de Alcântara fora, pois, escolhida para espécie de panteão da descendência da família do primeiro Patriarca; como quem diz da família real, isto é, dos comendadores e comendadeiras da Ordem de Santiago; Ordem esta, presente desde o início da reconquista de Lisboa e da formação do Reino de Portugal e dos Algarves.(cf. WIKIMEDIA et al - Tomás de Almeida https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Almeida )

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