004 Telefonistas APT – Anglo
Portuguese Telephone. Cerca de 1930
Palavras-chave: central, comutação, manual, telefone,
telefonista
A comutação das comunicações telefónicas manuais do utilizador / chamador para o utilizador / chamado, não acontece automaticamente.
001 Telefonistas do Porto. Finais do séc.
XIX
É necessária a intervenção das jovens e belas figuras
femininas. Em linguagem de telecomunicações, os aparelhos telefónicos são
chamados equipamentos terminais,
justamente porque ficam nos extremos das linhas e permitem a comunicação de
um ponto “A” para outro ponto “B”. Estes equipamentos terminais necessitam de ser interligados por alguém (no caso as telefonistas), já que não seria viável, técnica e economicamente, nos tempos das tecnologias manuais, existir um fio dedicado diretamente de e para qualquer casa ou destinatário.
002 Telefonistas APT cerca de 1920
Em tempos da comutação manual (ligações entre telefones e centrais não automáticas) é
indispensável uma ou mais telefonistas para estabelecer uma ligação, dependendo da distância e da relação do
número de redes a interagir.
003 Telefonistas CTT cerca 1920
Este trabalho de atendimento e comutação chega a ser muito árduo, exatamente pela
atenção exigida nas ligações e pelo peso do equipamento colocado no peito e cabeça, já
que as mãos têm de estar livres para manejamento das chaves e cavilhas seletoras;
registo dos tempos de utilização e outras anotações.
Tudo se passaria com certa comodidade se as
chamadas fossem realizadas de forma espaçada no tempo e na melhor das boas
disposições dos públicos utilizadores do serviço. As dificuldades surgem:
-Quando cresce o tráfego e há chamadores em
espera;
-Quando os utilizadores descarregam os seus problemas sociais sobre as "Meninas dos Telefones";
-Quando as telefonistas têm as vigilantes observadoras
para controlar, disciplinar; para fazer render o tempo e os meios...
005 Telefonistas da APT. Cerca de
1930
Contudo, as telefonistas chegam a ser confidentes dos públicos.
Houve tempos em que, nem sequer lhes era permitido
legalmente casar, a fim de se poderem dedicar exclusivamente à função.
Porém, foram-lhes dedicados, pela sociedade de então, respeitos e atenções, até mesmo nos órgãos de comunicação social e na
literatura, referindo-se:
-aos seus portes e belezas;
-às confidências,
-aos “arquivos” de segredos;
-ouvidoras delicadas e, por vezes,
-atenuadoras dos sofrimentos
alheios e dos maus humores que lhes chegavam do outro lado da linha. -
«[…] Formosas e alegres heroínas do trabalho que à sociedade prestam relevantes serviços e que, amarradas à tortura dos aparelhos, nem sequer lhes é permitido o Amôr»; «Nunca repararam nessas alegres raparigas, que, apressadas, saltitantes, sorridentes, atravessam as ruas de Lisboa, mostrando ao transeunte, como unico distintivo uma pequena maleta de mão? Nunca repararam nelas, aí por volta das oito horas da noite, nas imediações das ruas Andrade Corvo ou da Trindade? Pois observem-nas. Andam sempre à pressa, graciosas, alegres […]. E afinal, essas mulheres, alegria juvenil e sorriso em flôr, são quantas vezes! Devedoras da vossa eterna gratidão […] Elas são as telefonistas de Lisboa […]» (TLP, ob. cit., p. 33)
006 Telefonistas
dos CTT. Cerca de 1950
Em suma
as Telefonistas:
-escutam, interpretam, pesquisam, informam;
-encaminham, facilitam, comunicam,
-proporcionam comunicações com os chamadores e destinatários,
-ajudam a criar imagem das Organizações em que exercem a sua exigente
missão.
-escutam, interpretam, pesquisam, informam;
-encaminham, facilitam, comunicam,
-proporcionam comunicações com os chamadores e destinatários,
-ajudam a criar imagem das Organizações em que exercem a sua exigente
missão.
Fontes:
-ANCIÃES,
Alfredo Ramos – “Para uma caracterização
das Telefonistas” in Estudo para Percurso do Património Museológico de
Telecomunicações da Exposição Permanente do Museu das Comunicações”. Lisboa:
FPC / Museu das Comunicações, 1996
-TLP
Telefones de Lisboa e Porto, et al. –
“1882.1992 110 Anos a Telecomunicar”. Lisboa: TLP, S. A. 1992
Imagens:
Gentileza CDI/Património/Museu da Fundação Portuguesa das Comunicações
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