001 Telégrafo português
de Maximiliano Augusto Herrmann
Palavras-chave:
Cristiano Augusto Bramão, eletroquímica, energia, invenção, Maximiliano Augusto
Herrmann, pilha, Samuel Finley Breese Morse, telecomunicação, telégrafo.
A pilha
é inventada em 1800 por Alessandro Volta e inovada por Grenet,
Leclanché e Daniell. Criam-se, assim, as condições para a
prática de transmissão e receção através da energia eletroquímica.
002. Fontes de energia em
pilhas: de Georges Leclanché; Grenet e John Daniele; acompanhadas com um
eletroíman.
A inovação
de Cristiano Augusto Bramão consiste na adaptação dos aparelhos para
trabalhar em corrente dupla. As correntes positivas transmitem os pontos e as negativas
- os traços. Assim, os pontos e os traços em código morse passam a ser enviados em períodos de
tempo praticamente iguais, proporcionando economia no tempo de ocupação das
linhas e também uma vantagem de economia da fita telegráfica utilizada. Logo, o telégrafo
de Cristiano Bramão traz especiais benefícios para as Estações de Telégrafos com
maior tráfego.
Este
telégrafo «[…] apresentado na grande Exposição Universal de Paris, em 1878 [...] distinguido com um Diploma de Honra Equivalente a Uma Grande Medalha».
003 Telégrafo português
inovado por Cristiano Augusto Bramão e Maximiliano Augusto Herrmann
Da vasta obra de Maximiliano
Herrmann, destaca-se o telégrafo de
campanha de 1897 que apresenta nove reivindicações de inovação. Entre
elas conta-se:
-Um sistema de dar corda com alavanca,
dispensando a chave;
-Um tinteiro regulável em altura e com
uma fina agulha de saída de tinta;
-Uma chave morse muito funcional;
-Bobinas de fita facilmente
destacáveis e com um sistema prático de fixação para efeitos de transporte;
-Uma caixa com tampas articuláveis onde se preserva e acondiciona toda a tecnologia para um fácil transporte;
-Um despertador, uma bússola e outros
componentes devidamente alojados / articulados dentro da caixa
portátil.
Com a
entrada da telegrafia elétrica o que muda em relação à telegrafia visual?
Quase tudo:
equipamentos, modus operandi, códigos de representação de letras,
números e frases. Os Postos e Estações, bem como as funções dos Telegrafistas são
reconvertidos ou substituídos.
A
divulgação do telégrafo de fio único ou duplo só é possível com a invenção de um
código. Antes deste telégrafo existem outros que não passam de experimentais, pois envolvem um fio para a transmissão de cada carater, como é o caso do telégrafo de Georges-Louis Le Sage. O seu telégrafo design/modelo de piano necessita de um fio para cada tecla.
Samuel Morse inventa o seu telégrafo baseado exclusivamente em pontos e traços. É como se fosse um telégrafo de apenas dois sinais diferentes. Este sistema "digital" (digital = dois) envolve um código. Cada combinação de x pontos com y traços corresponde a uma determinada letra, número ou ponto. Assim, por um único fio pode passar a informação dos caracteres que quisermos. Morse regista a sua patente em 1838 e as comunicações à distância dão um passo fundamental para o futuro. Este princípio de codificação baseado em sinais digitais ainda hoje funciona. O próprio código de Samuel Morse ainda é utilizado, sobretudo em meios militares.
Samuel Morse inventa o seu telégrafo baseado exclusivamente em pontos e traços. É como se fosse um telégrafo de apenas dois sinais diferentes. Este sistema "digital" (digital = dois) envolve um código. Cada combinação de x pontos com y traços corresponde a uma determinada letra, número ou ponto. Assim, por um único fio pode passar a informação dos caracteres que quisermos. Morse regista a sua patente em 1838 e as comunicações à distância dão um passo fundamental para o futuro. Este princípio de codificação baseado em sinais digitais ainda hoje funciona. O próprio código de Samuel Morse ainda é utilizado, sobretudo em meios militares.
O SOS de socorro, por exemplo é enviado através de . . . - - - . . . isto é (3 pontos, 3 traços, 3 pontos), conforme consta na tabela supra.
A telegrafia elétrica permite a transmissão, de noite ou de dia. Em Portugal, o semanário «O Panorama. Jornal Literario e Instructivo» Nº 133, de 1839 apresenta (creio que pela primeira vez) uma nota sobre o telégrafo elétrico. Dezasseis anos após; a telegrafia elétrica é inaugurada e o mesmo Semanário volta a publicar uma notícia sobre o novo processo de comunicar à distância.
A telegrafia elétrica permite a transmissão, de noite ou de dia. Em Portugal, o semanário «O Panorama. Jornal Literario e Instructivo» Nº 133, de 1839 apresenta (creio que pela primeira vez) uma nota sobre o telégrafo elétrico. Dezasseis anos após; a telegrafia elétrica é inaugurada e o mesmo Semanário volta a publicar uma notícia sobre o novo processo de comunicar à distância.
Nesta
altura, os benefícios do telégrafo elétrico já são melhor conhecidos. O mesmo
jornal, mais uma vez, destaca algumas vantagens que o novo meio vem proporcionar:
«É um
meio de transmissão, que não só abrange toda a esphera dos interesses
económicos, mas que pode estender-se a interesses de outra ordem, e ampliar-se
ás transacções mais comuns e mais íntimas da sociedade». (Panorama, Vol XII,
1855, p. 294)
Um outro
periódico - O Jornal do Comercio de 28 de Julho de 1855, traz a notícia
dos trabalhos em curso para a primeira rede de telegrafia elétrica. O
Panorama de 6 de Outubro de 1855, volta a publicar uma nota, destacando os
benefícios que nos EUA retiram desta telegrafia: «Na America servem-se do
telegrapho [elétrico] para vender, para comprar, para encomendar uma cama nas
hospedarias, para mandar vir de casa roupa lavada, e para as necessidades
domesticas de urgência.»
Em Portugal
as transformações também se operam, porém as comunicações «[…]mais comuns e
mais íntimas da sociedade» como
acima é referido no “Panorama”, Vol XII, 1855, p. 294, apenas se vêm a
operar, a partir dos finais do século XIX, com a introdução da telefonia,
ficando a telegrafia muito ligada aos meios militares, à administração, negócios
e imprensa.
No aparte das intimidades, o novo mundo (ou seja as Américas) começam
primeiro do que na “velha” Europa.
Acabando o século XIX vem a I Guerra Mundial e só a partir daí a
telefonia se torna mais divulgada nos meios urbanos. Nas zonas rurais só a
partir dos anos sessenta a telefonia entra na intimidade com a automatização
das redes quando, grosso-modo, já não há escutas; as limitações de tempo em
linha diluem-se, o rendimento das famílias aumenta e a mecanização da
agricultura e transportes desenvolve-se, deixando mais livres as pessoas no
tempo e na sociedade.
Fontes:
Imagens: gentileza do Museu / CDI / Fundação Portuguesa das Comunicações
Monografias:
-ANCIÃES, Alfredo. Organização da Telegrafia Eléctrica no Museu dos CTT. Lisboa: Museu dos CTT; UAL, 1989
Monografias:
-ANCIÃES, Alfredo. Organização da Telegrafia Eléctrica no Museu dos CTT. Lisboa: Museu dos CTT; UAL, 1989
-ANCIÃES,
Alfredo; JANEIRA, Ana Luísa;. “Quando os Objectos Falam das
Telecomunicações”. O Mundo das Colecções dos Nossos Encantos. Lisboa:
CICTSUL UL, 2004.
-BARROS,
Guilhermino Augusto. Relatório do Director Geral dos Correios, Telegraphos,
Pharoes e Semaphoros Relativo ao Anno de 1889 Precedido pela Continuação da
Historia dos Correios Até ao Fim de 1888 e de Uma Memoria Histórica Acerca da
Telegraphia Visual, Electrica, Terrestre, Maritima, Telephonica e Semaphorica,
Desde o Seu Estabelecimento em Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, 1891
-BARROS,
Guilhermino Augusto; FERREIRA Godofredo. Memória Histórica Àcerca da
Telegrafia Eléctrica em Portugal. 2ª ed. Ampliada com Notas Gravuras e
Retratos Coligidos por Godofredo Ferreira. Lisboa: Separata do Guia Oficial dos
CTT, 1943
-DAMAZIO,
José Victorino; Direction Générale des Télégraphes Portugais. Description de
L`Appareil Morse Modifié et des Bureaux Télégraphiques Système Herrmann Adoptés
par L`Administration Portugaise. Paris: Imprimerie Simon Raçon et
Compagnie, 1865
-ETANAUD, Alfred / La Télégraphie Électric.
Montpellier: Ricateau Hamelin et Cie, 1872
-FERREIRA, Godofredo. Coisas e Loisas do Correio. Ligeiros Apontamentos Coligidos por
Godofredo Ferreira. Lisboa: CTT, 1955
-PORTUGAL.
CTT / TLP. Bramão e Outros Inventores Portugueses no Museu dos CTT / TLP:
Exposição Comemorativa do 1º Centenário do Telefone Bramão 1879-1979.
Lisboa: Edição dos CTT / TLP; Nova Lisboa Gráfica, Ldª, 1979
-SERRÃO,
Joel (direcção). `Regeneração e Regenerador` in Dicionário de História
de Portugal. Porto: Livraria Figueirinhas, 1981
-THOMAS, H.
Traité de Télégraphie Électrique. Paris et Liège : Libraire
Polytechnique CH. Béranger, 1922
-UIT - Union
Internationale des Telecomunications. Du Sémaphore au Satellite. Geneve:
UIT, 1965
Periódicos
-
-Annales Télégraphiques, Tomo VIII. Paris, 1865
-Panorama (O) Jornal Literário e
Instructivo, Vol XII,
Quarto da Terceira Série. Lisboa: Typographia do Panorama, 1855.
Em linha
acedidas em 04.04.2017
ANCIÃES, Alfredo Ramos – “Telegrafia Eléctrica” http://www.fpc.pt/Portals/0/Flipbook/Codice%202005/files/assets/basic-html/page82.html
-LUZ, Molina
Luiz et al – “Pilha eletroquímica de Daniel” http://www.infoescola.com/quimica/pilha-de-daniell-pilha-eletroquimica/
-MUSEU Nacional de História Natural e da
Ciência, Universidade de Lisboa (MUHNAC) et
al – “Pilha de Grenet” http://thesaurusonline.museus.ul.pt/ficha.aspx?frm=tg&value=Pilha%20Grenet&t=o&id=655
Sem comentários:
Enviar um comentário