quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

MEDICINA NARRATIVA É UM PROCESSO


(Assinatura de S. João de Deus)
Verifica-se nos séculos XIX / XX e na atualidade um novo enroupamento dos métodos medicinais de João Cidade (S. João de Deus).

Este simples humanista nasceu nos finais do século XV em Montemor-o-Novo, tendo como segunda Pátria a cidade de Granada / Espanha.

Constata-se que os métodos de S. João de Deus ficaram esquecidos,  durante séculos, na sociedade civil (não na esfera da instituição religiosa) e que o conhecimento foi retomado no século XX com Carl Rogers (EUA), por exemplo, e seus seguidores. (V. livro de C. Rogers «Tornar-se Pessoa”).
(Capela-mor - hoje integrada no Museu do Instituto de São João de Deus no Telhal - Sintra)

Carl Rogers  trata da “teoria da personalidade centrada na pessoa”, onde aborda a Terapia de validação afetiva”.
(cf. https://amenteemaravilhosa.com.br/psicologia-humanista-carl-rogers/ )

É ainda de relacionar o contributo de Sigmund Freud, entre outros técnicos das áreas “Psi”. Freud desenvolve o tema em “Além da Alma Humana”. Nesta Obra Freud dá a conhecer o envolvimento com os pacientes do foro psicológico.

Rita Charon vem alargar o leque a outras disciplinas e práticas comunicacionais, e não é pouco, visto que veio redespertar a relação, o conhecimento e os efeitos práticos em relação ao doente, adicionando saberes de outras disciplinas e do outros profissionais; contudo as bases anteriores de onde Rita Charon parte deveriam ser citadas, em respeito pelos precursores.

Portugal continua a ser uma aposta. Verifica-se, nomeadamente com a receção e o doutoramento a Rita Charon (EUA), com o apoio de Maria de Jesus Cabral e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Rita Charon recebe, em Lisboa, o reconhecimento do doutoramento, porém, em dezenas de entradas documentais que já investigámos, não vimos uma única referência aos princípios humanistas da Obra de S. João de Deus; nem vimos a referência aos psicólogos e psiquiatras, no que concerne aos métodos de “relações cooperantes”, e à “empatia narrativa”.

Rita Charon reiniciou
um caminho interessante, virado para o doente; no entanto, analisando a documentação, hesitamos em classificá-la como uma precursora. Na realidade, outros iniciaram o caminho e com sucessos: quer no século XVI, quer em finais de XIX e no século XX.
Verifica-se, pois, que a medicina narrativa é um processo e não um fenómeno do século XXI.
Cf:






Palavras-chave: História da Medicina, João Cidade / S. João de Deus, Medicina narrativa, Psicologia, Psiquiatria, Rita Charon

Sem comentários:

Enviar um comentário