domingo, 24 de julho de 2016

86. UMA IMAGEM E UM OLHAR


Uma imagem e um olhar em comum pode marcar vontades de mudança. Nesta altura, já todos devemos ter reparado na imagem aqui reeditada. Tive a curiosidade de compreender o que vi replicado em várias terras e em alguns meios de comunicação.

Um jubileu é uma comemoração simbólica, de um acontecimento que marcou a sociedade e que se renova ciclicamente ao fim de meio século, por exemplo.

A imagem em referência está relacionada com a mis(eri)(cór)dia, um conceito / acção que move, toca o sentimento, o (cor)(ação), entrando em comunicação com o próximo, sendo este próximo, nem sempre, aquele que está fisicamente mais perto, mas aquele que nos tira da indiferença e faz próximos. Nesta perspectiva foi declarado o “Jubileu” e “Ano da Misericórdia”. Comemoração iniciada em 2015, estende-se até novembro de 2016.
Repare-se no logótipo seguinte -





em relação aos 50 anos do término do Concílio Vaticano II, coincidindo com a capicua 55, em relação à data da convocação do mesmo evento.

Nesta imagem reforça-se uma ideia chave que, não sendo inédita, amplia um significado: «[…] agora, porém [a Igreja] prefere usar mais o remédio da misericórdia […]» do que o de condenação. (cf. JOÃO XXII, et al, ob. cit.).

Desde o fundo da imagem em forma de amêndoa, até a figura identificada pelas chagas com uma coroa lembrando uma boia de salvação; até às cores: o azul lembrando a água, fonte de vida; o vermelho, sangue, e a própria divindade; o amarelo ou dourado, o sol nascente e a vida; o branco, a pureza e o espírito.

Existem três olhos na figura, em vez de quatro, sendo o olho do centro, comum entre Adão (com significado de Humanidade) e a Divindade. Trata-se de uma comunhão perfeita, sendo que Adão/Humanidade têm o privilégio de poder olhar por um terceiro olho comum. De igual modo: A divindade: Cristo (e/ou o Deus único) olha pela vista comum com Adão. Sugere que Homens e Deus se podem entender e entre-ajudar.

A mensagem do jubileu é uma renovação do sopro do Concílio. Dirige-se até às franjas da Humanidade: a concordante, a indiferente e até à franja opositora; porque a paz e o perdão são sempre possíveis quando nos esforçamos por um olhar e um cuidar em comum.

Fontes:

LOPES, Pe Francisco Manuel – “O Espírito do Jubileu”. Lisboa: Legião de Maria, 2016, p1 

PENHA, Francisco – “Ano da Misericórdia”. Lisboa: Associação Portuguesa de Solidariedade Mãos Unidas Pe. Damião - Portugal, mai-Jun, 2016, p. 12

Em linha –

-ISCTE, et al – Algumas figuras de estilo. Metáfora e outras https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/algumas-figuras-de-estilo/14744


JOÃO XXIII, et al – Concílio vaticano II https://pt.wikipedia.org/wiki/Conc%C3%ADlio_Vaticano_II

NOÉ, Virgilio; Wikipédia et al. Jubileu: conceito e exemplos https://pt.wikipedia.org/wiki/Jubileu_(catolicismo)

pt.aleteia.org et al - O brasão do Ano Jubilar da Misericórdia http://pt.aleteia.org/2016/02/16/explicacao-do-brasao-do-ano-jubilar-da-misericordia/

-SAKAIZEN, Sakurai et al -  O que é Metáfora para que serve?  http://www.portalcmc.com.br/o-que-e-metafora/

Sem comentários:

Enviar um comentário