sexta-feira, 6 de março de 2020

GALERIAS E MUSEUS AO AR LIVRE: CASO DE ESTUDO - QUINTA DO MOCHO

Caríssim@s

 Teremos nas próximas ações o desenvolvimento do seguinte tema: Galerias e museus ao ar livre. 

Ft AA 25.08.2018

Na nova e pós nova museologia já não é só a galeria e o museu que abrem portas escancaradas à população mas é a arte, a economia e o museu que se diluem entre a população. Será que vão ser cumpridos os desideratos populacionais e museológicos que a arte, o acolhimento, o trabalho e a educação evocam?

Analisaremos os casos selecionados. Exemplos de ação social que se tornam referência na cidadania, economia, integração, história geral e local, artística, etnológica e convivêncial.

Na abordagem da Quinta do Mocho peço que atentem na interpretação da imagem mural in loco que invoca a obra de Cervantes. Analisaremos alguns pormenores do quadro e o que ele representa: -

1-O porquê da seleção do tema pelo artista português Slap na Quinta do Mocho, onde existem centenas de outras expressões plásticas, mas poucas de carácter histórico e logo, de um tempo tão longínquo (século XVI e inícios de XVII);

2-O porquê de termos visitado a Quinta do Mocho e não nos terem apresentado esta imagem que transcende qualquer análise meramente estética.

Por outro lado, esta tela leva-nos até aos movimentos “Hip Hop”, às comunidades lusófonas de raiz africana, aos ciganos, aos excluídos e aos incluídos/recuperados.

A interpretação da obra de Slap leva-nos até ao tempo e lugares onde Cervantes viveu. Transporta-nos, direta ou indiretamente, até à estadia de Cervantes em Lisboa e até à batalha de Lepanto, cujo desfecho volta a salvar a Europa com as suas raízes cristãs. É nesta batalha que Cervantes perde a mobilidade de uma mão, perde a liberdade, é feito prisioneiro e escravo e mais uma vez Cervantes continua a sua constância na luta que é tão morosa, quanto libertadora e vencedora; se nem tanto para si próprio e em vida, pelo menos para quem a sua vida e o D. Quixote representa.


Para o “grafiter” Slat, a escolha da obra de D. Quixote, apresentada com inovação, não foi certamente, uma lembrança de mero acaso. Esta obra não é apenas a sátira, a paródia, o picaresco e o burlesco dos antigos romances de cavalaria. É muito mais que isso.

(Cf https://observador.pt/2015/01/27/misteriosa-passagem-de-cervantes-pela-lisboa-rei-filipe-ii/ ;  https://lisboa.cervantes.es/pt/default.shtm ; https://www.facebook.com/institutocervanteslisboa/ ; https://www.publico.pt/2015/03/14/culturaipsilon/noticia/instituto-cervantes-quer-desvendar-misterios-sobre-autor-de-d-quixote-1689147 ; https://www.infopedia.pt/$miguel-de-cervantes-saavedra ; http://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2013/09/miguel-de-cervantes-29091547-23041616.html ; https://pt.wikipedia.org/wiki/Dom_Quixote ; http://www.cchla.ufrn.br/shXIX/anais/GT12/CERVANTES%20para%20G12%20espa%E7o%20simples.pdf ; https://www.bertrandeditora.pt/autor/miguel-de-cervantes/4784635 ; https://pt.wikipedia.org/wiki/Dulcineia_de_Toboso ; https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocinante )

Tal como a obra de Cervantes passa entre muitos leitores, de modo acrítico, lida apenas como obra medieval, de um lunático visionário, sem se aperceberem do valor real subjacente, também muitos visitantes passam pela Quinta do Mocho sem a perceção do significado da rotura e transformação social que a obra encerra.

Em nossa opinião, aqui são invocados subliminarmente ideais de renascimento, de assunção de novas responsabilidades, de integração, de educação, de resiliência e de constância na luta. Por estas razões foi a obra que nós selecionámos, entre várias outras, também de referência.

É esta vida e obra significante que vamos analisar, sob o ponto de vista social e museal.

Palavras-Chave: cidadania, D. Quixote de La Mancha, grafite, Miguel de Cervantes, Quinta do Mocho, Nova Museologia; Slap

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