1ª parte: Queluz no “Eixo Azul e
Verde»
Visita
organizada na USMMA – Universidade Sénior de Massamá e Monte Abraão.
Incluímos
este estudo no âmbito geo-turístico-cultural, nomeadamente no «Eixo Azul e Verde»:
O
Quartel RAAA1; O Bairro do Chinelo (designação popular), também conhecido por Bairro Almeida Araújo (designação oficial).
Neste Bairro destacamos o Nº 33,
propriedade histórica e patrimonial da família Silveira Machado Macedo e a sua relação com o Palácio. No Quartel fomos
recebidos pelo Sr. Tenente Coronel --- responsável na Unidade RAAA1 – Regimento
de Artilharia Anti Aérea Nº 1 e prosseguimos guiados pelo Sr. Capitão Santiago.
Acolhidos com todo o primor, onde nos agraciaram com cafés, águas, sumos e
biscoitos. Bem-hajam pela amabilidade. (Poderão relacionar a “descoberta” de documentação
que se seguirá em Organizações da Memória
com “O Nome da Rosa” de Umberto Eco. Vejam o meu post em http://cumpriraterra.blogspot.com/2016/08/89-d-o-nome-da-rosa-aos-padroes-de.html )
A Artilharia Antiaérea tem, a nível geral, cerca de 200 anos de existência. Começa com a actividade balonista, os duelos no ar entre pilotos de aviões e os ataques a alvos em terra. Antes da arma antiaérea, a artilharia, em Queluz, começa em finais do século XIX com a artilharia a cavalo. Em Portugal a artilharia antiaérea tem aproximadamente 90 anos de existência
A Artilharia Antiaérea tem, a nível geral, cerca de 200 anos de existência. Começa com a actividade balonista, os duelos no ar entre pilotos de aviões e os ataques a alvos em terra. Antes da arma antiaérea, a artilharia, em Queluz, começa em finais do século XIX com a artilharia a cavalo. Em Portugal a artilharia antiaérea tem aproximadamente 90 anos de existência
Hoje em dia a artilharia antiaérea tem como função a defesa contra os
lançamentos de mísseis balísticos e também com a ameaça dos drones e outros
veículos aéreos não tripulados. O RAAA1 tem ainda à sua responsabilidade as
“salvas de canhões” e as honras às entidades de destaque, nacionais e
estrangeiras, em visitas ou missões no nosso país.
COLECÇÃO E ACÇÃO CULTURAL DA UNIDADE: Para lá da colecção de
artilharia no RAAA1, a ação cultural desta arma começa com o Arsenal do Exército em 1831, mormente com o Museu de
Artilharia em 1876. O Museu Militar em Santa Apolónia conta no seu acervo com
armas de várias idades e geografias do mundo; podemos ainda ali apreciar:
documentação, estatuária, quadros alegóricos e feitos históricos pintados por
Columbano Bordalo Pinheiro, entre outros autores. Na descrição do sítio da Câmara Municipal de Lisboa é
referido que:
«É o museu mais antigo da cidade […] Nas suas salas de grande beleza ornamental em
talha, azulejaria e pintura, estão expostas valiosas coleções, com destaque
para a de artilharia, considerada a mais completa do mundo». (cf. http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/museu-militar-de-lisboa )
MEMORIAL:
Destaca-se no RAAA1, inclusivamente na Capela, o memorial relativo aos militares que entregaram a vida no incêndio da Serra
Sintra, no ano de 1966. Ali se encontram imortalizados em memória esculpida e
descritiva.
Também ali pudemos apreciar:
-Diversas outras memórias e marcas da Unidade, tais como: bens culturais de
culto religioso e desportivo, incluindo espólio de Eusébio da Silva Ferreira,
cidadão português e lusófono, nascido em Lourenço Marques, actual Maputo, cujos
restos mortais repousam no Panteão Nacional de Santa Clara:
«E foi
assim que o mancebo Eusébio da Silva Ferreira se tornou o recruta 1987/63 da
1.ª bateria de instrução do RAAF (Regimento
de Artilharia Antiaérea Fixa), com quartel em Queluz. Eusébio seria portanto
duplamente artilheiro, dentro e fora dos estádios, disparando diferentes
munições contra distintos alvos, balizas ao [sic] aeronaves, umas e outras
preferentemente adversárias…» (cf. https://largodoscorreios.wordpress.com/2013/08/27/eusebio-o-artilheiro/ )
-Paixão do Senhor: Referente à
participação desta unidade militar nas reposições culturais e de culto que
antecedem o domingo de Páscoa. Com efeito, é habitual as populações de Queluz,
Monte Abraão, Massamá, entre outras gentes vizinhas, ali se deslocarem para
participarem no ponto alto do Tríduo Pascal. Trata-se de um cerimonial em que
entram quadros alegóricos ao vivo, com pessoas da população e da Unidade,
recriando a Sexta-feira Santa. A procissão de 2017 inclui o desfilar de pessoas
e obras de arte inéditas ou pouco divulgadas, alusivas ao evento.
Santa Bárbara. Uma imagem da Igreja da Penha França foi exposta no
Salão Infante D. Afonso no dia do Regimento, em 2002.
(Imagem do Paráclito in capela do RAAA1 associada à padroeira da Arma de Artilharia, Santa Bárbara)
No quadro presente destaca-se: a coroa, o porte da santa com espada, a palma e o cálice
com uma hóstia sagrada. Na capela do RAAA1 existe
outra pintura desta padroeira da Arma de Artilharia.
Natural do atual território da Turquia, santa Bárbara foi mártir cristã; executada pelo
próprio pai que a decapitou para agrado e/ou ordem do imperador romano Marco
Aurélio Valério Maximiano Hercúleo
Augusto.
Não curou a maledicência deste pai e do imperador,
já que Bárbara se imortalizou com a entrega da vida. Há aqui uma semelhança com
a dádiva do próprio Cristo à Humanidade. E assim a fé no cristianismo continuou
em crescendo, após as perseguições religiosas, ao invés do culto aos deuses
pagãos que foi sendo suplantado.
Tags:
Artilharia, Bairro do Chinelo, bens culturais, Eixo Azul e Verde, Queluz, RAAA1
Sempre que passo aqui, encontro algo com que aprendo. como gosto de saber sempre mais, por isso deixo a minha gratidão.
ResponderEliminarAbraço
Obrigado "velho" e caro amigo Daniel. Contigo também se aprende sempre. Um abraço.
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