terça-feira, 13 de dezembro de 2016

116 MINHAS MEMÓRIAS COM AGRADECIMENTOS

Santa Luzia ou Santa Lúcia de Siracusa e a minha cura.
Trata-se duma santa, natural da ilha da Sicília – Itália, ao tempo do Império Romano e de Diocleciano como Imperador.
Imagem de Santa Luzia in templo / igreja de Sarzeda Sernancelhe
Consta que Diocleciano mandou perseguir ferozmente, por todo o Império, inclusive no atual território português (1) todos os que na época praticavam o culto cristão e que não estivessem dispostos a renunciá-lo a favor dos ídolos / cultos pagãos.
Entre os vários suplícios que fizeram a Luzia conta-se que lhe arrancaram os dois olhos; contudo os mesmos reconstituíram-se, e ainda mais bonitos do que os trespassados, segundo contam registos hagiológicos e populares.
A lenda e/ou realidades espalharam-se pelo mundo cristão, tendo resultado no culto da Santa protetora da vista.
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Quando eu próprio era pequeno, em brincadeira com os meus primos Ramos Beco; um rapaz, já homem, chamado “Ramboia” (não sei se por alcunha) natural do Seixo, freguesia de Sarzeda, concelho de Sernancelhe, aproxima-se de mim e dos meus primos. Levanta com força a carroça da Junta Autónoma das Estradas (2), onde eu e meus primos brincávamos. Resultado: caí sobre uma objeto e fiquei em estado lastimoso com uma vista semi-vazada.
Minha mãe leva-me imediatamente e a pé, ao médico de Vila da Ponte, cerca de 10 km por caminhos que “o diabo amassou”. O médico procede imediatamente a uma cirurgia com os escassos meios ao dispor naquela freguesia das Terras do Demo, que também são Terras de Deus, e de Aquilino Ribeiro.
Juntamente, pelo caminho, a mãe rezava, e fez promessa a Santa Luzia, frente ao templo, onde se venera em Sarzeda – Sernancelhe. Hoje, só quem me observa muito atentamente, vê um ligeiro sinal de diferença entre a vista lesada e a outra.
Como nesta semana se festeja Santa Luzia, aqui deixo o meu preito à Santa, à minha prezada e saudosa mãe e ao médico que me operou. Na altura, e sempre, a mãe me contou que foi milagre de Santa Luzia e também uma interceção do Senhor dos Passos co-padroeiro da minha aldeia.
OBRIGADO sempre.
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Tags: hagiologia,  minhas memórias, Terras do Demo, Terras de Magriço, Santa Luzia
 
(1)Exemplo: os santos mártires de Lisboa de Santos-o-Velho, nomeadamente: Veríssimo, Júlia e Máxima, +cª 303, d. C

(2)Organismo estatal de que meu tio era chefe dos Cantoneiros, entre Penedono e Moimenta da Beira.

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