domingo, 25 de agosto de 2019

FAMILIAR DAS TERRAS DE MAGRIÇO E DO DEMO DÁ NOME AO AERÓDROMO DE VISEU

O aeródromo Gonçalves Lobato é assim designado em homenagem a António João Gonçalves Lobato.
Quem era este concidadão?
Segundo conversas que tivemos com o Dr. João Luís Pereira e Veiga, nosso conterrâneo (que o Altíssimo o tenha) - Gonçalves Lobato pertencia à família dos Lobatos da Beselga (srª Salvina [Lobato?] Fonseca e Soledade Lobato Anciães. O tronco principal desta família deixa de existir com esta designação porque alguns morreram sem descendência direta, outros emigraram para o Brasil, outros ainda migraram para Lisboa.
De Lisboa, lembra-me ver cartas na casa de minha avó – Helena Roque Frade Anciães (cunhada da Srª Soledade Lobato Anciães). A correspondência manteve-se porque havia uma ligação de afinidade; isto é, a minha tia-avó por afinidade - Soledade Lobato, casada com o meu tio-avô Matias Anciães morreram sem filhos na casa do Adro de Beselga onde eu nasci depois da casa herdade pelo meu avô Ilídio Augusto Anciães.
António Gonçalves Lobato já viu a primeira luz do mundo em Lisboa, a 5 de Abril de 1909. Segundo as fontes investigadas era descendente da família da Senhora Salvina, proprietária da casa frente à porta principal da Matriz de Beselga.
Trata-se aqui de destacar António João Gonçalves Lobato, dado o seu papel na história da aviação portuguesa. Não foi apenas importante por ter falecido no acidente de aviação no aeródromo de Viseu no prosseguimento do II Rally Aéreo de Portugal. Muito falado e comentado na altura. Lobato era descendente da família beselguense. Exímio mecânico de aviões, António João tinha a patente de primeiro-sargento da Força Aérea e já havia participado, entre outras aventuras, nas viagens ao EUA - no avião «Foguete». Participou presencialmente com o tenente Humberto Amaral da Cruz no designado «Raide Aéreo de Lisboa a Timor», passando pela Índia Portuguesa e Macau, entre várias outras paragens integradas na mui longa escala. Nesta altura da aviação (finais dos anos 20 e meados dos anos 30), as viagens de muito longo curso eram praticamente inexistentes.
Gago Coutinho e Sacadura Cabral foram os primeiros a fazer a travessia entre Portugal e o Sul da América, em 1922. Alguns anos após - tem lugar a viagem à América do Norte, em que o Lobato é integrado.
Após a derradeira e malograda aventura no II Rally Aéreo de Portugal, a vigília fúnebre – uma das mais participadas desde sempre, foi feita na cidade de Viseu, em reconhecimento do papel deste conterrâneo. Após a vigília, os restos mortais seguem para Lisboa, cidade onde residia com os pais. Preparava-se, então, o casamento que infelizmente não chegou a acontecer. A trasladação do corpo teve a cooperação do Clube de Ferroviários.
Em 1 de Agosto de 1935 na Gazeta dos Caminhos-de-ferro um relato sobre António João refere o especial patrocínio do Jornal «O Século». Os restos mortais estão no Cemitério dos Prazeres onde se situa o monumento em sua memória.
O companheiro da Viagem inaugural a Timor, India e Macau - Tenente Humberto Amaral da Cruz, foi justamente o primeiro promotor do obelisco funerário que aqui deixamos em reportagem de imagens.
Além deste memorial existem outras marcas toponímicas referentes a António João, nomeadamente entre Sintra e Amadora; talvez porque na altura o aeroporto se situava na freguesia da Venteira – Amadora e não em Lisboa.
As toponímias são as seguintes:
-Praceta Gonçalves Lobato – Amadora.
-Rua Gonçalves Lobato – Amadora.
-Travessa Gonçalves Lobato – Algueirão Mem-Martins.
Com desejo de que os conterrâneos das Terras de Magriço e do Demo tenham, este ano, mais uma festa de referência e devoção ao Divino Senhor dos Passos, habitualmente realizada nos dias de sexta a segunda-feira, junto ao primeiro domingo de setembro, na freguesia de Beselga.
Boas férias e continuação de bom verão.
Palavras-chave: António João Gonçalves Lobato, aviação, bem cultural, família, história, precursor, Portugal .
 
Fontes orais & páginas de Facebook:
-ANDRADE, João (funcionário da CML - Cemitério dos Prazeres)
-CML - Câmara Municipal de Lisboa - Arquivo do Cemitério dos Prazeres, 
-CARVALHO, Teresa,
-CARVALHO, Tó,
-VEIGA, Amilcar Augusto Fonseca,
-VEIGA, João Luís Pereira e,
-MATIAS, João Manuel,
-SÁ, Lurdes Fonseca;
Outras páginas do facebook acedidas entre 2018 e agosto de 2019 
Outras fontes, acedidas em junho de 2019:
 --BROCHADO, Alfredo – “António João Gonçalves Lobato” https://pt.wikipedia.org/wiki/António_João_Gonçalves_Lobato
 --CML - Câmara Municipal de Lisboa - Arquivo do Cemitério dos Prazeres, 
--MENDES, Armando R. Martins – “O Acidente de Gonçalves Lobato” http://acv.trignosfera.pt/acv/_uploads/Acidente.pdf
 
 
 

9 comentários:

  1. SR: Alfredo bom trabalho de busca de nosso familiar; eu só nunca conseguiria sosihho muinto obrigado pelo trabalho prestado

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  2. Caríssimo "Unknown" obrigado pelos comentários. Esqueceu-se foi de indicar o seu nome. Graças mil.

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    1. O meu nome é João Manuel Matias, pelos acontecimentos provados,o Antonio João Gonçalves Lobato era meu tio avô
      por ser irmão de minha avo Salvina da Fonseca Lobato

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    2. Obrigado, caríssimo João Manuel Matias.

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    3. Caro João Matias. No meu entender atual, o precursor de mecânico aviador - António João Gonçalves Lobato era sobrinho da sua avó, logo o Lobato seria primo dos seus pais. Contudo esse grau de parentesco pode ser melhor explicado recorrendo aos arquivos: distrital e diocesano. Com os meus Cumprimentos .

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    4. Caro João Matias. Acho que estou a comunicar consigo, como sendo filho da Senhora Marquinhas e Sr. Satiro da Beselga, certo? Se sim procure à sua irmã(?) que vive em Viseu, ela sabe, certamente a relação entre a família Lobato que foi para o Brasil e os que vieram para Lisboa, isto é os pais do António João Gonçalves Lobato. Diga-me algo, quando lhe perguntar e se certificar. Obg. Cpms.

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  3. Errata: Onde consta Matias Anciães, deve ler-se Matias Frade e onde consta Soledade Lobato Anciães deve ler-se Soledade Lobato Frade. Isto porque o meu tio-avô Matias Frade era irmão da minha avó Helena Roque Frade Anciães (Anciães é da parte do meu avô Ilídio Augusto Anciães).

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