quarta-feira, 30 de outubro de 2019

VISITA DOS PARTICIPANTES DA DISCIPLINA «BENS CULTURAIS E EIXOS DAS MEMÓRIAS» – UNIVERSIDADE SÉNIOR DE MASSAMÁ E MONTE ABRAÃO

Decorreu com normalidade, apesar das ameaças de chuva, a prazenteira visita a um Bem com interesse para a cidadania e a cooperação. Embora não sendo muitos, a comunidade que habita a Quinta e a Casa dos Missionários da Consolata, é proveniente de várias partes do mundo. Os serviços deste Instituto primam pela vontade de bem servir.












(A imagem da Musa, que os próprios Missionários desconheciam, segundo o Irmão Gerardo,  continua lá no meio da mata, sobre a porta de uma mina)

A todos os que compareceram e aos que no dia 28 de Outubro não puderam, os nossos reconhecimentos. 

Entre Terras de “Água Alva” (Agualva); de Albuquerques - Afonso e Mouzinho, que terão sido proprietários da Quinta, segundo consta em algumas referências orais e documentais. Para a identidade deste local terão contribuído também as Irmãs de S. Félix, Sto. Adrião e Sto. Agostinho de Chelas que consta terem sido por aqui proprietárias. E por último, são agora os Irmãos do Instituto dos Missionários da Consolata que partilham estas Terras com vários hortelãos da vizinhança, como que num conceito de fratrismónio, ou se quisermos de ensaio e de experiência para um cooperativismo onde os produtos ecológicos se desenvolvem e a Terra se frui entre pessoas, aves e animais de preservação e criação. Só para exemplo: os ovos das avestruzes que animam o local contribuem para o sustento da comunidade. Cada ovo serve de peguilho para a refeição de dezasseis pessoas, segundo respondeu o Irmão Gerardo à questão formulada.

Trata-se da Quinta do Castelo, junto a Massamá, São Marcos e Agualva no concelho de Sintra. Remarque-se que outrora Sintra foi importante comunidade mourisca, também, e talvez por isso mesmo esta Quinta agora de um Instituto Católico acolhe, de bom grado, a quota de refugiados que Portugal, a Europa e a ONU preconizam.

Gestos de solidariedade e de tolerância, demostram que a Unidade é possível, que o Altíssimo é comum e que Maria Mãe de Jesus (Senhora da Consolata ou Consoladora dos Aflitos) é adorada entre os cristãos e os muçulmanos. São estes gestos de convivência a demonstrar o respeito e o altruísmo, praticados em obediência a uma raiz comum (uma Matriz) e um Humanismo que pode coabitar e ser exemplo.

Os Missionários da Consolata têm tradição em Portugal, comemoram, entre 2018 e 2019, o jubileu de 75 anos, especialmente em Fátima, e estão espalhados um pouco pelo mundo.

A experiência de vida e as relações com as comunidades locais têm vindo a dar importantes frutos. Numa altura em que os modos de vida e a exploração de cariz pós revolução industrial e agrícola, os modos de relação com a Terra carecem de ser repensados, porque a Matriz ou seja a Terra Mãe está dando sinais de que mudar é preciso.

A Quinta do Castelo pode ser mais um exemplo. Além de que está em estudo o segundo EVA – Eixo Azul e Verde destas localidades. O projeto EVA da Ribeira das Jardas, de São Marcos e de Barcarena passa no meio da Quinta, contudo as intervenções devem ter em conta um bom estudo dos impactos.

Não vão as Ribeiras, agora só limpas eventualmente, passar do 8 para os 80 com desbaste a mais da fauna e da flora, afastando a comunidade de rolas, e outras aves, hortas comunitárias e o desmanche de uma mata calmante e refrescante.

Com esta Musa inspiradora e guardadora da Quinta do Castelo ou da Consolata, onde poucos dão por ela (pela Musa), terminamos o presente artigo desejando à comunidade e visitantes as melhores venturas.

Palavras-chave: Consolata, cooperação, EVA – Eixo Verde e Azul, fratrismónio, matrizmónio, Quinta do Castelo, São Marcos

São Marcos / Massamá, 30.10.2019 / ARA

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