terça-feira, 9 de julho de 2019

O LUSO CONTRIBUTO DE FRANCISCO ANTÓNIO CIERA PARA OS BENS CULTURAIS DAS TELECOMUNICAÇÕES

O uso da telegrafia não-elétrica perde-se no tempo. Os sinais de gritos, fumos, fogos, tambores, búzios, trompas…, datam possivelmente dos princípios da organização social de grupos e tribos. Com o evoluir das sociedades foram-se aprimorando e inventando códigos de comunicação e equipamentos capazes de receber e transmitir sinais de e para grandes distâncias. Designada frequentemente por: telegrafia visual, aérea, óptica e semafórica; esta telegrafia não-elétrica permite enviar mensagens à distância, através do espaço aéreo visível, daí a adjetivação de telegrafia visual.

Distingue-se do correio clássico/tradicional porque este implica o transporte das mensagens em suportes físicos (cartas, bilhetes ou quaisquer objetos informativos) por terra, ar ou mar. A telegrafia não-elétrica baseia-se na transmissão e receção de sons (ex.: trompas, tambores); luzes (ex.: fogos, antigos faróis) e imagens de objetos (ex.: balões, bandeirolas, bandeiras, galhardetes, abertura e fecho de persianas, configurados / codificados em sinais geradores de comunicação.

Esta configuração de sinais assenta em códigos de linguagem. O código mais conhecido é o de Samuel Finley Breese Morse, utilizado sobretudo na telegrafia elétrica mas também na telegrafia tradicional não-elétrica na forma de sinais luminosos derivados do sol – isto é, na heliografia com auxílio de espelhos e instrumentos de ótica. O código de Morse foi ainda utilizado em sistemas homográficos, lanternas de sinais, semáforos, bandeirolas.
Outros códigos muito utilizados foram o de bandeiras e galhardetes, especialmente o CIS (Código Internacional de Sinais); códigos de faróis; código de Chappe (francês); código de Edelcrantz (sueco); código de balões ou bolas (inglês) e o não menos importante: código de Francisco António Ciera (português, natural de Lisboa) a que o autor deu o nome de "taboas telegraphicas".
A Torre de Belém, como baluarte de defesa e observação era um dos postos principais do território português. Aqui funcionou, sobretudo entre 1808 e 1855, altura em que a telegrafia visual com instrumentos de ótica (telescópios), começou a ser suplantada pela telegrafia elétrica com código de morse e até que o telex e as novas telecomunicações se sobrepõem e acabam por destronar os velhos sistemas que tanto contribuíram para as civilizações atuais.
Palavras-chave: Francisco António Ciera, ótica, Portugal, telecomunicações, telegrafia

Fontes: ANCIÃES,  Alfredo Ramos – “O LUSO CONTRIBUTO DE FRANCISCO ANTÓNIO CIERA PARA O PATRIMÓNIO DAS TELECOMUNICAÇÕES”  http://cumpriraterra.blogspot.pt/2015/01/30-telegrafia-nao-eletrica-e-o-luso.html, acedido em 09.07.2019

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