O uso da telegrafia não-elétrica perde-se no tempo. Os sinais de gritos, fumos, fogos, tambores, búzios, trompas…,
datam possivelmente dos princípios da organização social de grupos e tribos.
Com o evoluir das sociedades foram-se aprimorando e inventando códigos de
comunicação e equipamentos capazes de receber e transmitir sinais de e para
grandes distâncias. Designada frequentemente por: telegrafia visual, aérea,
óptica e semafórica; esta telegrafia não-elétrica permite enviar mensagens à
distância, através do espaço aéreo visível, daí a adjetivação de telegrafia
visual.
Distingue-se do correio clássico/tradicional
porque este implica o transporte das mensagens em suportes físicos (cartas,
bilhetes ou quaisquer objetos informativos) por terra, ar ou mar. A telegrafia
não-elétrica baseia-se na transmissão e receção de sons (ex.: trompas,
tambores); luzes (ex.: fogos, antigos faróis) e imagens de objetos (ex.: balões,
bandeirolas, bandeiras, galhardetes, abertura e fecho de persianas,
configurados / codificados em sinais geradores de comunicação.
Esta configuração de sinais assenta em códigos de linguagem. O código mais
conhecido é o de Samuel Finley Breese Morse, utilizado sobretudo na telegrafia
elétrica mas também na telegrafia tradicional não-elétrica na forma de sinais
luminosos derivados do sol – isto é, na heliografia
com auxílio de espelhos e instrumentos de ótica. O código de Morse foi ainda
utilizado em sistemas homográficos,
lanternas de sinais, semáforos,
bandeirolas.
Outros códigos muito utilizados foram o de bandeiras e
galhardetes, especialmente o CIS (Código Internacional de Sinais); códigos de
faróis; código de Chappe (francês); código de Edelcrantz (sueco); código
de balões ou bolas (inglês) e o não menos importante: código de Francisco
António Ciera (português, natural de Lisboa) a que o autor deu o nome de "taboas telegraphicas".
A Torre de Belém,
como baluarte de defesa e observação era um dos postos principais do território
português. Aqui funcionou, sobretudo entre 1808 e 1855, altura em que a telegrafia
visual com instrumentos de ótica (telescópios), começou a ser suplantada pela telegrafia
elétrica com código de morse e até que o telex e as novas telecomunicações se sobrepõem
e acabam por destronar os velhos sistemas
que tanto contribuíram para as civilizações atuais.
Palavras-chave: Francisco António Ciera, ótica, Portugal, telecomunicações,
telegrafia
Fontes: ANCIÃES, Alfredo
Ramos – “O LUSO CONTRIBUTO DE
FRANCISCO ANTÓNIO CIERA PARA O PATRIMÓNIO DAS TELECOMUNICAÇÕES” http://cumpriraterra.blogspot.pt/2015/01/30-telegrafia-nao-eletrica-e-o-luso.html,
acedido em 09.07.2019
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