quarta-feira, 22 de novembro de 2017

AS LINHAS DAS MEMÓRIAS

http://comunidade.sol.pt/Themes/default/images/common/star-left-on.gifhttp://comunidade.sol.pt/Themes/default/images/common/star-right-on.gifhttp://comunidade.sol.pt/Themes/default/images/common/star-left-on.gifhttp://comunidade.sol.pt/Themes/default/images/common/star-right-on.gifhttp://comunidade.sol.pt/Themes/default/images/common/star-left-on.gifhttp://comunidade.sol.pt/Themes/default/images/common/star-right-on.gifhttp://comunidade.sol.pt/Themes/default/images/common/star-left-on.gifhttp://comunidade.sol.pt/Themes/default/images/common/star-right-on.gifhttp://comunidade.sol.pt/Themes/default/images/common/star-left-on.gifhttp://comunidade.sol.pt/Themes/default/images/common/star-right-on.gif


“Mapa com o itinerário do exército invasor na Terceira Invasão Francesa” Gentileza IN https://pt.wikipedia.org/wiki/Terceira_invas%C3%A3o_francesa_de_Portugal

 Visa-se com este pequeno texto versar, de forma sucinta, sobre os principais motivos, desenlaces e consequências das invasões peninsulares, especialmente a terceira invasão a Portugal.

Geografia e toponímica: A toponímica e os vestígios patrimoniais das Linhas de Torres situam-se não só neste concelho de Torres Vedras, donde lhe vem o nome, mas também nos concelhos de Vila Franca, Arruda, Sobral, Loures, Mafra e Oeiras. Menos falados e estudados são os vestígios de Lisboa e Almada, contudo não será despiciendo fazer-lhe referência. Inserem-se na terceira invasão francesa à Peninsula Ibérica (1).

(1)Por questões de espaço passamos por cima da 1ª e da 2ª invasão, tendo em atenção de que as mesmas foram extremamente prejudiciais para as populações de Portugal e para a própria França com as várias derrotas que sofreu. A Inglaterra que se bateu em batalhas navais, na Peninsula Ibérica e outros teatros da Europa, conseguiu aumentar a sua hegemonia que durou até praticamente à segunda Guerra Mundial.

Intensificação do capitalismo: Como causas remotas das invasões francesas podemos referir a evolução do capitalismo: do mercantilismo ao liberalismo económico, concebendo o mercantilismo como uma forma de economia intervencionada pelos Estados com procura e dominação de mercados e territórios. O mercantilismo dos finais do século XVIII chocou com as teorias e práticas do liberalismo, dado que este sistema económico e político defendia o livre acesso aos bens e ao seu mercado. Deste modo, a França que se achava prejudicada no seu comércio, sobretudo o de acesso e distribuição por via marítima opõe-se a outras potências.

A batalha de Trafalgar (1805) entre a França e Espanha contra a Inglaterra é um exemplo. As invasões francesas são o seguimento de uma política que visa controlar mercados e territórios e daí prossegue-se a ideia de Império. Neste aspecto o liberalismo económico subjacente está em contradição com o primado do liberalismo político e parece assemelhar-se ao moribundo mercantilismo.

A terceira e última invasão a Portugal decorre entre Novembro de 1810, até Abril de 1811, continuando depois de Novembro por Espanha, já com o Exército napoleónico em fuga. A terceira invasão envolve, grosso-modo, não só o espaço geográfico à volta da capital onde se situam as Linhas de Torres, mas também as Beiras, uma pequena parte de Trás-os-Montes e a Estremadura. Indirectamente afecta todo o país, quer pelo desvio de bens, quebra de negócios e receitas fiscais, quer pela mobilização de recursos humanos.

Hegemonia inglesa: No processo de “ajuda” à Península Ibérica, os Ingleses ganham tanta hegemonia que mais tarde haveria de contribuir para as revoltas e mesmo para a revolução republicana em Portugal. Com a adopção de um novo hino nacional onde constavam inicialmente as referências “contra os bretões" depois substituída por "contra os canhões marchar, marchar”.

A partida da corte portuguesa para o Brasil data da primeira invasão (1807) e a independência do Brasil é potenciada: a)pela revolução francesa; b)pela difusão das ideias liberais; c)pela fixação da corte no Brasil e d)pela pressão da abertura do comércio directo do Brasil com outros países.

As linhas de Torres permitiram poupar Lisboa a uma nova perda do controlo da capital, conforme acontecera aquando da primeira invasão e poderia até levar à perda da independência, tal como se verificou em Espanha durante as mesmas invasões napoleónicas. Segundo o parecer dos Ingleses que comandaram o projecto das Linhas de Torres, e alguns estudiosos atuais, estes trabalhos constituiram uma das maiores obras de sempre, a nível mundial, tendo em conta o tempo record em que foram executadas para permitir a obstrução da passagem de um dos maiores exércitos invasores, também a nível mundial e de todos os tempos.

Património nacional: Por este motivo, estas Linhas de Torres têm vindo a ser recuperadas como um património nacional.“O Estado Português reconheceu que as Linhas de Torres Vedras são um elemento patrimonial incontornável para a identidade nacional. O processo de classificação deste património é prova disso e representa um passo importante na sua valorização. A proteção foi, desde logo, assegurada através do anúncio de abertura do respetivo procedimento de classificação, publicado em Diário da República a 14 de janeiro de 2013(cf. http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=6148523063446f764c3246795a5868774d546f334e7a67774c336470626d6c7561574e7059585270646d467a4c31684a535339305a58683062334d76634770794d5445784e69315953556b755a47396a&fich=pjr1116-XII.doc&Inline=true )

Ingleses, especialmente os virados para a História, são os mais entusiastas no estudo e nas visitas às Linhas de Torres.

     As Principais causas da derrota do exército francês são: a) dificuldades de recolha de bens para alimentar um grande exército de homens, cavalos e outros animais de tração e carga; b) limitação de condições de progressão no terreno através de péssimos e estreitos caminhos da época, onde as carruagens e equipamento frequentemente avariava ou ficava exausto. c) estratégia da "terra queimada" imposta pelo Exército Anglo-Luso, deixando o inimigo desorientado e debilitado.

Confrontos e batalhas: Durante a terceira invasão, entre a chegada, estada e a retirada deram-se confrontos no Rio Côa, Almeida,  Buçaco, saque de Coimbra, Alenquer, Sobral de Monte Agraço, Dois Portos, Seramena (Sobral), Alhandra e Bulhaco (V.F. Xira), Runa, Cartaxo, Ponte do Abade, Vila da Ponte, Rio Maior, Pombal, Redinha, Casal Novo, Foz do Arouce e Sabugal.

Difusão de ideias políticas e de cultura. Nem só de batalhas e combates com mortos e feridos, privações e fomes se fez a História das invasões. Chegou a haver difusão de ideias políticas e de cultura, participações em folclor, ópera, episódios de cavalheirismo entre tropas dos dois Exércitos (luso-inglês e francês) que em períodos de acalmia, procederam com convites culturais aos oficiais inimigos para assistirem a peças de teatro e de animação. O cômputo geral foi, essencialmente, de enormes perdas de vidas e feridos, não só em combate mas pelo cansaço, doenças, fome, frio e deserções em condições muito precárias e de perigos múltiplos. Os recursos alimentares e equipamentos foram em grande parte destruídos, tudo pela ambição de riquezas e para ampliar os espaços de hegemonia e negócios.

Alteração das táticas e estratégias de combates: Pensamos que as Linhas de Torres foram determinantes para a consciencialização de que as lutas, de corpo-a-corpo e em campo aberto, estavam obsoletas e passaram a desenvolver-se, devido à combinação dos recursos: artilharia, espingardaria e telecomunicações óticas inovadas. Permitiu-se, assim, afastar as frentes de combate e possibilitou-se o tratamento mais adequado dos feridos, recolhendo-os atempadamente para enfermarias e hospitais, o que era difícil nos combates clássicos, como o que ocorreu por exemplo na mesma terceira invasão no Buçaco, umas semnas antes. V. imagem seguinte.
Uma repodução parcial de batalha com luta praticamente de corpo-a-corpo. Gravura de Thomas S. St. Clair representando a Batalha do Buçaco, em 27 de Setembro de 1810. Gentileza IN https://pt.wikipedia.org/wiki/Terceira_invas%C3%A3o_francesa_de_Portugal

A ciência e a técnica foram incrementadas, nomeadamente no conhecimento do território, através da elaboração de cartas e posições geodésicas. As telecomunicações desenvolveram-se no tempo da revolução Francesa e das invasões. Inventaram-se sistemas de telegrafia com recurso a códigos e telescópios (exemplos de telégrafos óptico/visuais desta altura: francês de Chappe, inglês com sistema de bolas e o mais simples e eficaz de todos, o português de Francisco Ciera);

O telégrafo de Francisco Ciera constituíu um avanço tecnológico pela maior facilidade em comunicar. Esta aptidão, resultante da necessidade e da vontade em inovar, haveria de ser prosseguida no tempo, tendo sido o nossso país um dos pioneiros em inovações tecnológicas na telegrafia ótica e até na telegrafia elétrica.

As difusão das ideologias liberais também estão ligadas às invasões francesas, bem como à consequente queda do absolutismo. As independências de vários países na América Central e do Sul, influenciadas pelos EUA e pela Europa, muito devem aos movimentos revolucionários e aos interesses comerciais de países que queriam ter mais liberdades para abastecimenos, vendas e trocas de produtos evitando pagamentos de taxas alfandegárias.

Palavras-chaves: Absolutismo, Ciência, Independência, Liberalismo, Mercantilismo, Miscigenação, Miséria, Patriotismo, Revolução

Fontes:


175 AA Cumprir a Terra My FICH 0 4 8 FICH LINHAS DAS MEMÓRIAS





1 comentário:

  1. São LINHAS DAS MEMÓRIAS que in situ se acenderão como flashes do conhecimento e da emoção.

    ResponderEliminar