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Memória, Museologia Social, Museu, Museu da Descoberta, Museu dos Descobrimentos ; (imagem
supra gentileza RTP)
As posições andam extremadas. Que
os sistemas de guarda, preservação e difusão da memória não são inócuos
verificou-se no programa «Prós e Contras» da RTP1, conduzido pela expertise de
informação Fátima Campos Ferreira, em 16.07.2018.
O aceso debate fica inconclusivo
pelo melindre histórico e mental, ao que se junta a política de esquerda,
direita e moderada.
Os museus, como tantas
instituições e pessoas, filiam-se num duo genético: uma organização promovida
inicialmente por uma figura masculina que é tradicionalmente detentora do
poder, pelo saber acumulado. Os museus foram prosseguidos (pelo menos na tradição),
pelas musas. Estas femininas inspiradoras mudam a conduta e a gestão das organizações.
«museus
vinculados às musas por herança materna (matrimónio) são "lugares de
memória" ; mas por herança paterna (património) são configurações e
dispositivos de poder. Assim, os museus são a um só tempo: herdeiros de memória»
através das musas e de poder com homens concretos e em divergência.. (cf. Chagas,
Mário; versão doc. in Univ. Lusófona, Lisboa, 2000).
Cremos
que a instituição Museu será das últimas a perder influência, após a Família e
a Religião. Acerca da memória residente nas pessoas, é ainda Chagas a referir
(doc. cit) «a memória que foi o dispositivo detonador do novo, agora é
utilizada […] para comemorar, para garantir a ordem […] a memória agora é usada
pela burguesia e vai penetrar com ou sem sutileza (sic, termo Br.) nas escolas,
nos museus, nas bibliotecas, nos arquivos, na produção artística, religiosa,
filosófica e científica».
A
montante e a jusante dos museus estão as memórias do passado em ebulição com as
sensações do presente. Vive-se, em Portugal, mais acentuadamente na capital, uma
dialética social, política e museal, porque uma nova síntese é precisa, onde as
pessoas, o museu e as memórias são cruciais para um paradigma cultural mais
justo, onde os turistas, os investigadores e residentes se respeitem na compreensão mútua do
Presente e da História dos Povos.
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