sábado, 17 de setembro de 2016

95.NOVA MUSEOLOGIA O QUE É ?

        Tal como o nome indica; proveniente do grego museion (museu) + logia (logos, conhecimento) - é uma disciplina que divulga saberes da instituição museu, sua organização, desde a definição da missão, os projetos e ações.
        A museologia evoluiu muito a partir dos anos 60`s (século xx). De tradicional, maioritariamente elitista, torna-se em social e democrática. Trata de conhecimentos relativos ao Homem / Humanidade e suas manifestações culturais.
        A nova museologia, também dita museologia social, torna-se numa disciplina ou ciência que promove e participa no concreto, nos problemas das sociedades agrícolas, de pastores, de aldeia, de fábrica, de bairro, de grupos sociais discriminados pelo não ter e pelo ser: orientação sexual, religião …
        A história da museologia, especialmente a social, desce do estádio olímpico, atinente ao tempo/templo das musas, ou seja do museion deificado para reis, filósofos, ou para um curto número de cidadãos das democracias atenienses ou outras. Passa pelos gabinetes de curiosidades para a educação dos príncipes e das elites. Vai ao encontro dos problemas educativos, especialmente da educação não formal. Assume a vertente organizadora, documental e conservadora.
        Não menos importante é a matriz comunicadora da nova museologia, abraçada pelos museólogos, populações e colaboradores para fazerem passar as mensagens e os conhecimentos com registo mais eficaz no intelecto/memória/coração (cor + ação), do que através de qualquer outro médium, visto que a nova museologia social/integral insiste/persiste (isto é, faz morada afetiva) na e com a comunicação.
        A museologia social, melhora a qualidade do “aqui e agora” (CHAGAS, 2016), ou seja, a qualidade fratrimonial, procurando, simultaneamente, o registo patrimonial do longo prazo.
        O novo museu e nova museologia social são integrais, não só porque integram pessoas mas porque fazem uso dos vários médiuns para chegar aos fins que são: a comunicação, a valoração/valorização das pessoas e do meio com que se relacionam ou poderão relacionar-se.
      Pelos novos museus integrais passam várias tecnologias / vários médiuns, incluindo os virados à observação / contemplação, isto é, os que contemplam a relação do Homem com as “peças/objetos” da economia, da ciência, tecnologia, letras, memórias e afetos.
        Em conclusão: a nova museologia, social ou integral, é um fórum aglutinador de cidadania, de participação, de fratrimónio, de património e de desenvolvimento sustentado.

        Tags: cidadania, fratrimónio, museologia social, nova museologia, novo museu, participação, património.
       
Fontes biblio-arquivísticas:

MENSCH, P. - “Museus em Movimento: Uma Estimulante Visão Dinâmica Sobre Interrelação museologia-museus”, Cadernos de Sociomuseologia, nº 1, 49-54, 1990

MOUTINHO, Mário. - “A construção do objeto museológico”, Cadernos de Sociomuseologia, nº 4, 1994

PRIMO, Judite  - “Museus locais e Ecomuseologia: Estudos do Projeto para o Ecomuseu da Murtosa2000, in Cadernos de Sociomuseologia, nº 30

Fontes em linha, consultadas em 17.09.2016:

ANCIÃES, Alfredo Ramos 88.Museologia em Acção (Tradicional Nova e Social) --- . 89.D `O Nome da Rosa` Aos Padrões de Memórias: Conservadas e Acesas --- 90.Museus Museion Musas e Epopeias em Um Contexto --- 91.Portugal Social Museal --- 92. Museu em Acção: O Novo Museu é um Museu Integral --- 93.Ritos e Contos Também Entram na Museologia Social em Acção --- 94.Arte e Novas Musealidades, http://cumpriraterra.blogspot.pt/

ANTUNES, Manuel de Azevedo – “Pelos Caminhos da Museologia em Portugal“ Revista Iberoamericana de Turismo- RITUR, Penedo, Número Especial, p. 142-156, out. 2015, Também disponível em https://www.academia.edu/16918796/Pelos_Caminhos_da_Museologia_em_Portugal ; http://www.seer.ufal.br/index.php/ritur

GOMES, Maria de Fátima Figueiredo Faria - O Museu Como Vetor da Inclusão Cultural,  http://www.museologia-portugal.net/files/upload/mestrados/maria_fatima_farias.pdf 

QUEROL, Lorena Sancho – “Para Uma Gramática Museológica do (re)Conhecimento: Ideias e Conceitos em Torno do Inventário Participado” Sociologia, Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Vol. XXV, 2013, pág. 165-188, 2013; também disponível em http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/11484.pdf

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