domingo, 26 de fevereiro de 2017

128. SEMIOLOGIA E COMUNICAÇÃO DA II VISITA A CARNIDE: TERRA DA TENTAÇÃO, DA LUZ E DA REMISSÃO






Obs.: Haverá nova projeção e reposição em tempo que será presente;

 

Visita iniciada pelo "Pórtico" Ocidental.

 

Bem-vindos à Capital da Luz(itânia), também da carne, tentação, gula e remissão.

 

Projecto/programa:

 

-»14h30 Encontro à saída da Estação do Metropolitano de Carnide (junto ao passeio da Av. Cidade de Praga, isto é, no lado sul do Teatro Armando Cortez).

 

-»14h35 Início da visita: Sobre o distintivo de Carnide; toponímia; transportes/comunicações; marcas no Metropolitano e murais da envolvência.

 

-»14h50 Fontanário do Largo do Malvar e lavadouro público ainda ou novamente funcional.

 

-»14h55 Marcas templárias e bandárricas: Relação com o culto a São Lourenço.

 

»15h05 Largo do Coreto: Rua Neves Costa; Largo da Praça: Ex-Central Telefónica e de Correios CTT/TLP.

 

-»15h20 Casa / Escola da Mestra e Colégio do Menino Jesus.

 

-»15h25 Convento de Santa Teresa das Carmelitas Descalças e de Santo Alberto em Carnide, anterior Quinta do Correio-Mor (benemérito do convento) atual Confraria de São Vicente de Paulo.

Obs. Quem desejar poderá comprar um sobrescrito e selo no Posto de Correios do Largo da Praça e pedir para lhe colocarem a marca de dia de Carnide, recordando, assim o local / freguesia de Carnide e da Luz.

 

A distância a percorrer andará à volta dos 1500 a 2000 m.

 

Procura-se, além da fruição de patrimónios, interrelacionar as vias de comunicação tradicionais, arte e religiosidade, seu desenvolvimento; chamada de atenção para um certo e bom condicionamento das entidades públicas na preservação da urbe histórica e das azinhagas como travão de segurança contra as vontades de uma urbanização sem alma e sem raiz.

 

Brasão de Carnide - Termo/Freguesia de Lisboa e Simbologia Religiosa




O escudo do brasão de armas espelha o essencial do espírito de Carnide.

 

A barretina ao centro representa o Colégio Militar: ordem, disciplina e saber;

 

Os dois pimenteiros, ladeando a barretina, representam a terra de hortas;

 

O cântaro vermelho lembra a fonte local adjacente à antiga Ermida de Nossa Senhora da Luz; esta arrasada em finais do século XVI para dar lugar à nova Igreja da Luz, mantendo-se no entanto o seu antigo portal e fonte sob a dita nova Igreja da Luz. Há ainda quem seja de opinião de que o cântaro evoca a própria feira da Luz onde é frequente a venda de objetos de cerâmica (vermelha/tijolo);

 

A flor-de-lis associada à simbologia religiosa, à Trindade e ao Espirito Santo que teve em Carnide o seu local de culto é também um dos símbolos de Lisboa. Não é minha intenção contestar/negar as teorias precedentes em relação à etimologia de Lisboa, algumas com decénios ou mesmo séculos de existência sobre esta matéria. Contudo, tenho a minha opinião sobre a origem do nome e a sua relação com a flor-de-lis;

 

O nome da Capital é frequentemente referido como proveniente de: -

 

Alis-ubbo. Atente-se no prefixo “Alis proveniente do pré-celta ou do fenício que segundo os entendidos significa “ensedada amena”. Em seguida encontramos o termo: -

 

Olissippo que se supõe em memória de Ulisses (em latim: Ulysses ou Ulixes) personagem e/ou figura real da Ilíada e da Odisseia de Homero da antiga Grécia), sendo o próprio termo Olissippo uma evolução gráfica já do tempo romano. Em seguida evoluiu para: -

 

Al-Ushbuna e Lixbûnâ (quase Lisboa) no tempo da ocupação árabe.

 

O prefixo lis pré-celta e/ou fenício é uma recorrência na denominação que leva finalmente ao termo Lisboa. E daí o interesse pelo brasão de Carnide com a flor-de-lis nesta freguesia da capital.

 

Se acompanharmos a historiografia irlandesa (pré-celta/celta) que hoje se sabe teve uma forte ligação ao território peninsular, especialmente ao território que é hoje Portugal e Galiza e às faixas atlânticas das culturas megalíticas, talvez não seja de excluir que Lisboa derive mesmo de Alis-ubbo de origem pré-celta ou fenícia, cuja raiz (prefixo) se manteve durante milénios.

 

Se relacionarmos ainda as lendas e História de Carnide, Lumiar e Odivelas com as lendas e História Celta e Irlandesa (cf. MORAIS, Gabriela, ob. cit.), teremos ainda mais pontos de referência para podermos questionar/relacionar a origem do nome Lisboa em correspondência com a flor-de-lis; quiçá com ligação ao conceito da Trindade, embora não desde a origem pré-celta, fenícia ou grega mas sim numa fase posterior, por associação de ideias dos três lóbulos perfeitos e unidos em jeito de laço; associação não só à divindade (Trindade), como a monarquias de países da cristandade/catolicidade, tal como o demonstram os vários símbolos ligados a França, a Joana d`Arc, aos vitrais de igrejas, catedrais europeias e demais iconografias religiosas.

 

São de relacionar os vitrais com a flor-de-lis da Catedral de Santa Maria d`Auch; a flor-de-lis do tape de bouche de Joana d`Arc; a flor-de-lis dos Corpos Nacionais de Escutas e, especialmente, a flor-de-lis esculpida junto à porta da Sé Catedral de Lisboa.

 

Em teoria podemos associar à cidade de Lisboa /Carnide (com a flor-de-lis no próprio brasão) ao sinal/significado da flor-de-lis; as conotações religiosas; nomeadamente Espírito Santo que teve a sua Ermida e culto em Carnide. Esta Ermida terá acabado por ser demolida por razões da Reforma ou Contra Reforma (depende dos pontos de vista) e do Concílio de Trento, contudo a flor-de-lis continuou a fazer parte do imaginário de Carnide, denotando a sua especial pertença a Lisboa e ao culto (especialmente o tradicinal) da Terceira Pessoa da Trindade.

 

As três torres sobrepostas ao escudo do brasão de Carnide recordam a antiguidade desta Terra, começando como simples Termo de Lisboa, passando a fazer parte do Concelho de Belém durante a existência deste e novamente regressando a Lisboa com passagem a sede de freguesia.

 

Fontes:

-ANCIÃES, Alfredo Ramos - Alma e Luz de Carnide. Lisboa: Apenas Livros, 2013

 

-MORAIS, Gabriela – Lisboa Guarda Segredos Milenares: Santa Brígida, Uma Deusa Céltica no Lumiar- Lisboa: Apenas Livros, 2011

 

Fontes em linha acedidas em 20.10.2014 e 23.2.2015 -

 

Sobre a Flor-de-Lis:

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Flor-de-lis#mediaviewer/File:H%C3%A9raldique_meuble_Fleur_de_lys_liss%C3%A9e.svghttps://www.google.pt/search?q=vitrais+com+a+flor-de-lis+em+portugal&biw=1024&bih=682&tbm=isch&imgil=ik-akUTFC2tecM%253A%253BnVq2m2WHQcYOgM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fblogdasflores.com%25252Fcategory%25252Fflores-famosas%25252F&source=iu&pf=m&fir=ik-akUTFC2tecM%253A%252CnVq2m2WHQcYOgM%252C_&usg=__5WjHv_vEDl-hUYCkg08dQHMlF-0%3D&ved=0CDUQyjc&ei=6-FGVInHLtLKaMrTgNgB#facrc=_&imgdii=_&imgrc=HtXjPckfcWJElM%253A%3BXQmo4FhIAX6t3M%3Bhttp%253A%252F%252Flusophia.files.wordpress.com%252F2009%252F09%252Fdscf11221.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Flusophia.wordpress.com%252F2009%252F09%252F09%252Fa-catedral-do-graal-olisiponense-paulo-andrade%252F%3B360%3B493 ; http://lusophia.wordpress.com/2009/09/09/a-catedral-do-graal-olisip...; http://www.significados.com.br/flor-de-lis/

 

Sobre a origem do topónimo Lisboa: http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=%2019409

 

Exibições: 177 (RT 35. COMUNICAÇÃO DA II VISITA A CARNIDE: TERRA DA TENTAÇÃO, DA LUZ E DA REMISSÃO)


Publicada por Alfredo Anciaes

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

127. MUSEUS E MUSEOLOGIAS: CONCEITOS E MODALIDADES

Museus tradicionais -  trabalham com: 1) coleções, 2) públicos, 3) e edifícios.

Novos museus sociais - trabalham com: 1) patrimónios, 2) comunidades, 3) e territórios.
  




Fotos: Georges Henri Rivière (em cima, foto da esq. e figura do lado direito); Hugues de Varine (em cima, lado direito); Sede da Fundação Portuguesa das Comunicações, Patrimónios e Museu (em baixo).



Os novos museus sociais adotam uma visão democrática de funcionamento. Podem assumir a modalidade de ecomuseus de aldeias, de bairros e todos os que envolvam as comunidades como fazendo parte dos projetos, ações, gestão e fruição dos resultados.
Há museus de particulares, de fundações e outras entidades que, sendo tradicionais, adotam algumas formas da museologia social: são os museus que se relacionam com as vivências das populações (a) .


Hugues de Varine foi um dos primeiros teóricos da nova museologia social. Propôs a nova instituição social (ecomuseu) na primeira metade da década de 70 (séc.xx). A ideia já vinha de alguns anos, quando o próprio Hugues de Varine se reuniu com Georges Henri Rivière, seu amigo e colega (b).
Na modalidade de novo museu/social os membros de uma comunidade tornam-se parceiros/colaboradores, podendo ser, contudo, assistidos por um museólogo e outros técnicos, caso seja necessário.

Palavras-chave: museologia social, museologia tradicional, museu social

………………………..

(a)Um exemplo destes museus intermediadores, que leva o museu aos bairros e traz os bairros: moradores e frequentadores, com seus patrimónios e fratrimónio (cf. Anciães; Chagas) e saberes aos museus é o Museu das Comunicações com sede na Rua do Instituto Industrial, Lisboa, na envolvência dos bairros: Bica/São Paulo/Ribeira, Santos/Madragoa.

(b)Estes dois técnicos foram membros gestores no ICOM International Council of Museums (Conselho Consultivo dos Museus) uma organização inserida na UNESCO/ONU).

Fontes:

-ANCIÃES, Alfredo Ramos – “126. Gestão das Memórias – Recursos Sociais e Patrimoniais” http://cumpriraterra.blogspot.pt/2017/02/125-gestao-das-memorias-recursos.html

-WIKIMEDIA, Foundation et al. – “Georges Henri Rivière” https://fr.wikipedia.org/wiki/Georges_Henri_Rivi%C3%A8re_(mus%C3%A9ologue ; ------------ “Hugues de Varine” https://fr.wikipedia.org/wiki/Hugues_de_Varine

Fotos - ANCIÃES, A (edifício sede da Fundação Portuguesa das Comunicações e Museu); RIVIÈRE, G. H (foto de grupo); VARINE, H. (retrato) in https://fr.wikipedia.org/wiki/Georges_Henri_Rivi%C3%A8re_(mus%C3%A9ologue ; https://fr.wikipedia.org/wiki/Hugues_de_Varine ..

sábado, 4 de fevereiro de 2017

126. PARA UMA INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM SEMIÓTICA DA FUNDAÇÃO PORTUGUESA DAS COMUNICAÇÕES / MUSEU DAS COMUNICAÇÕES



A imagem duma Empresa, Museu, Fundação, Arquivo, Biblioteca, Jornal, Igreja, Universidade, Escola, Autarquia, ou qualquer outra entidade coletiva,  assenta nas noções/ideias que fazemos das mesmas. Nessas noções/ideias entram qualidades positivas, menos positivas ou negativas. Daí resultará o conceito de imagem que remonta ao tempo clássico da Grécia. No caso de Platão, a imagem corresponde ao domínio das ideias. Uma imagem ou uma ideia é para este Filósofo uma «projeção da mente». Contudo, para Aristóteles, uma imagem é uma «representação mental de um objeto real». Doravante os dois conceitos de idealismo e de realismo, de Platão e de Aristóteles, não mais deixaram de estar presentes no pensamento de tipo ocidental, até aos dias de hoje. Para uns, a ideia ou o imaterial prevalece e é essencial, enquanto para outros, a materialidade é a geradora e enformadora dos próprios conceitos e imagens. Assim, também, a imagem que fazemos das Organizações deriva do que é ideal / mental / imaterial (platonismo) ou das propriedades físicas / materiais (aristotelismo). Este pensamento, não é de todo, despiciendo, dado que é importante para o estudo, desenvolvimento e projeção de uma boa imagem das empresas, instituições e demais Organizações.
As cores do logótipo/imagem da Fundação Portuguesa das Comunicações revelam-nos os seguintes significados:
O Fundo Preto:
Clássico, imanente
Constante, permanente,
Solidez, duradouro,
Enseada, ancoradouro.

O Encarnado:
Saúde, vida,
Força; alegria,
Império, energia.

 

O Amarelo:
Esfera armilar,
Bandeira Nacional,
Portugal,
Luz, amor, ouro, valor,
Permanência, calor,
Brilho, sol, preservação,
Espírito, contemplação,
Seara luzente,
Colheita, nascente,
Alvorada, Oriente,
Espírito, amizade,
Longevidade, Positividade.

O Fogo:
Força, função,
Expansão, ação,
Transformação.

 O Branco:
Todas as cores,
Lírios, amores,
Luz, difusão,
Junção, reunião,
Estabilidade, liga, irmandade,
Branca pomba
Paz em ronda
Nova tecnologia,
Semiótica, semiologia,
Fibra ótica; união,
Tudo é comunicação.

Nota: Desconheço o(s) autor(es) da imagem do logótipo em referência. Ele será, porém, resultado da negociação e colaboração entre o designer e o(s) responsável(eis) pela imagem da FPC/Museu. Às partes envolvidas, deixo o meu reconhecimento e parabéns pelo resultado.

Permitam-me, porém, uma ligeira crítica, a par do elogio pelo bom trabalho em relação à FPC: O letering “Museu das Comunicações” passa praticamente despercebido na imagem do documento desdobrável, por quase não se ver/não se notar, devido à pequeníssima dimensão das letras, face ao restante conteúdo da FPC FUNDAÇÃO PORTUGUESA DAS COMUNICAÇÕES.
Acontece que a FPC só existe porque já subsistia e persiste um museu e patrimónios de comunicações desde o século XIX. Foi o Museu dos CTT e vários outros núcleos: da PT, da ex Marconi, da ex. Teledifusora de Portugal, dos ex Telefones de Lisboa e Porto e da ANACOM Autoridade Nacional de Comunicações que enformaram e permitiram a instituição da FPC.
A FPC permanecerá enquanto houver património museológico de comunicações e museu. Logo, acho algo injusta a quase irrelevância da dimensão dada à designação “Museu das Comunicações”.
&&&
Quanto à Missão:

Compreendo a missão como a transmissão dos valores informais e formais atinentes à função social, cooperativa, cultural, técnica, científica, comercial e económica.
 Quanto às Finalidades:

Compreendo as finalidades como desideratos que se pretendem obter, consubstanciados em resultados, tais como:

i)                  a mudança de mentalidades,

ii)               a aceitação dos serviços promovidos,

iii)            a divulgação, aquisição, venda, fruição de produtos e serviços.

Em 1993 por altura dum estudo para a constituição da Fundação das Comunicações (então ainda sem o adjetivo de Portuguesa) definimos as finalidades, apontando para a razão fundamental da existência da Fundação / Museu conforme expresso no excerto infra:

«Pretende-se que a Fundação [em que se insere o Museu] constitua uma tribuna de reflexão sobre o papel e o impacto das Comunicações Portuguesas.

A Fundação deverá, ainda, contribuir para a construção de uma Imagem Global das Comunicações. Promovendo a sua identificação como componente fundamental do tecido económico-social e cultural nacional e internacional»

(In  DE000293CI, Nº 293, de 25.05.1993 e entrada em vigor 01.06.93, documentação da Fundação das Comunicações, com a colaboração da Drª Maria da Graça Ennes e Drª Maria João Vasconcelos. Cf. ainda ANCIÃES, 1992-1993, ob. cit., p.16 e Anexo I, p.2-7).

 Quanto à Visão:

Compreendo a visão como uma intenção em perspetiva (no breve e médio prazo) e uma reafirmação dos valores presentes, capacidades e ações em prossecução.

A visão poderá confundir-se com a missão. Contudo, vejo a missão como: valores projetados para o longo prazo, que não se alteram com facilidade; todavia, acho que a missão também deve ser objeto de análise e avaliação periódica pelas Administrações.

Palavras-chave: Fundação Portuguesa das Comunicações, imagem, museologia, Museu das Comunicações, semiótica.
Fontes:
-ANCIÃES, Alfredo Ramos – Fundação das Comunicações/Museu: Subsídios para uma Abordagem Sistémica e Definição de Projectos. Lisboa: ISMAG Instituto Superior de Matemáticas e Gestão – ULHT, 1992-1993;
Em linha, acedidos em 08.02.2017 –
-ANCIÃES, Alfredo Ramos - 125. GESTÃO DAS MEMÓRIAS - RECURSOS SOCIAIS E PATRIMONIAIS. CASO DE ESTUDO http://cumpriraterra.blogspot.pt/2017/02/125-gestao-das-memorias-recursos.html
-WIKIMEDIA, Foundation et al. – “Imagem” https://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem
-WORDPRESS, et al. - “Conceito de Imagem” http://conceito.de/imagem
 
 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

GESTÃO DE MEMÓRIAS E BENS MUSEAIS. CASO DE ESTUDO


Fundação Portuguesa das Comunicações / Museu e CDI

 TÓPICOS / RESUMO:

Recolher, trabalhar, preservar e expor memórias e patrimónios, envolve método, estudo, sensibilidade e conhecimentos de vária natureza. A abordagem sistémica seguinte pode ser um auxiliar, quiçá um começo de organização.

Ponto 0 (zero). O ambiente, as oportunidades e as ameaças. Os Governos, as nacionalizações, as privatizações e consequências sobre os Patrimónios.

1.O informal: cultura informal das Organizações, imagem nas memórias dos públicos, confiança no desenvolvimento dos projetos, imagem dos responsáveis e outros colaboradores.

2.A relação com o institucional. Ministérios, Direções, Institutos, normalização, regulação, Poder local, sistemas de ensino formal e informal.

3.Estratégia Administração Gestão Produção:

Estratégia e Administração: conhecimentos da envolvência. Ideia sobre a missão/visão/finalidades (cf. ponto 6. extrapolando …).

Formas de alcançar os objetivos. Calendarização dos projetos e ações. Recursos humanos e coordenação de projetos.

Reflexão e adaptação da missão, finalidades/visão; planos, projetos, objetivos; pontos de controlo e repartição de recursos.

Formação em: museologia / patrimónios, estudo dos paradigmas museais; cidadania, gestão, relações públicas, marketing e comunicação.

Produção de: documentação, exposições e serviços.

4.Equipamentos e espaços adequados.

5.Conhecimento dos Patrimónios com valor social/comunitário para serem fruídos sob quaisquer dos pontos de vista: científico, técnico, económico, documental, artístico, ambiental, lazer e comunicação.
6.Fratrimónios: Bens / valores sociais, usados ou consumidos no nosso tempo, nossa comunidade ou com as quais nos relacionamos, lembrando o bodo e o ágape (cf. Joaquim de Fiori, Agostinho da Silva, Natália Correia, Papa Francisco, Mário Chagas et al.); bem como a participação nos e com grupos musicais, teatro, folclore e outras associações de carácter económico, cultural e social.

Massamá – Festas populares

Extrapolando para o caso da FPC - Fundação Portuguesa das Comunicações / Museu e Centro de Documentação e Informação apresento os quadros referentes à “missão e visão”.
(quadro / imagem, gentileza da Fundação Portuguesa das Comunicações)

 Missão, visão e finalidades nem sempre são inequivocamente discerníveis entre si. Não raro, as finalidades confundem-se com a missão. Em 1993 aquando dum estudo para a constituição da Fundação das Comunicações (então ainda não tinha o adjetivo de Portuguesa) definimos as finalidades do seguinte modo:


As finalidades apontam para a razão fundamental da existência da Fundação / Museu, conforme expresso no excerto infra: 
«Pretende-se que a Fundação [em que se insere o Museu das Comunicações, ex Museu dos CTT] constitua uma tribuna de reflexão sobre o papel e o impacto das Comunicações Portuguesas.
A Fundação deverá, ainda, contribuir para a construção de uma Imagem Global das Comunicações. Promovendo a sua identificação como componente fundamental do tecido económico social e cultural nacional e internacional» (a)
………
(a) Anexo ao DE000293CI, Nº 293, de 25.05.1993 e entrada em vigor 01.06.93, documentação da Fundação das Comunicações, com a colaboração de Drª Maria da Graça Ennes e Drª Maria João Vasconcelos. Cf. Ainda ANCIÃES, 1992-1994, ob cit, p.16 e Anexo I, p.2.7

Os quadros/imagens seguintes são gentileza da FPC.





7. Salvaguarda. Ações de proteção no terreno / locais de utilização ou guarda; proteção jurídica/legislativa e para-musealização.

8.Conservação preventiva e restauro. Projetos dos edifícios adequados às funções de guarda, acomodação e movimentação dos patrimónios.

9.Documentação Informação e Comunicação. A Comunicação está no final da abordagem sistémica. Não significa que seja menos importante do que os outros pontos. Ela é essencial. Sem a comunicação/divulgação todos os números supra citados ficariam sem o interesse social. Os valores culturais e económicos devem ser comunicados a toda a Sociedade envolvente para que a mesma possa, caso queira, participar.

Com base nos pressupostos apresento a FPC como caso de estudo de ações viradas para os públicos e para as populações. A FPC com os seus Recursos têm levado o Museu aos Bairros, onde se relacionam com as populações e com os patrimónios; trazem os Bairros ao Museu; apostam na ótica das novas museologias e na gestão pró cidadania.

Tags: Fundação Portuguesa das Comunicações, gestão, memória, Museologia Social, Museu das Comunicações, Nova Museologia
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Fontes:
-ANCIÃES, Alfredo Ramos – Fundação das Comunicações/Museu: Subsídios para Uma Abordagem Sistémica e Definição de Projectos. Âmbito: pós.grad. em Museologia Social do Instituto Superior de Matemáticas e Gestão. Lisboa: ISMAG – ULHT, 1992-1994
------------ Estudo, sugestões e Relatório de Estágio nos Sub-núcleos de Documentação do Património Museológico de Telecomunicações.- Lisboa: CDI-CTT; FPC, 1992-1993
---------------FPC Fundação Portuguesa das Comunicações. Museu das Comunicações, et al -Desdobrável institucional, s.d. disponível na FPC em 2016-2017 …
---------------Gestão de Memórias e Bens Museais. Caso de Estudo  http://cumpriraterra.blogspot.pt/2017/02/125-gestao-das-memorias-recursos.html