Uma imagem e
um olhar em comum pode marcar vontades de mudança. Nesta altura, já todos
devemos ter reparado na imagem aqui reeditada. Tive a curiosidade de
compreender o que vi replicado em várias terras e em alguns meios de comunicação.
Um jubileu é
uma comemoração simbólica, de um acontecimento que marcou a sociedade e que se renova
ciclicamente ao fim de meio século, por exemplo.
A imagem em
referência está relacionada com a mis(eri)(cór)dia, um conceito / acção que
move, toca o sentimento, o (cor)(ação), entrando em comunicação com o próximo, sendo
este próximo, nem sempre, aquele que está fisicamente mais perto, mas aquele
que nos tira da indiferença e faz próximos. Nesta
perspectiva foi declarado o “Jubileu” e “Ano da Misericórdia”. Comemoração iniciada em 2015, estende-se até novembro de 2016.
Repare-se no
logótipo seguinte -
em relação aos 50 anos do término do Concílio Vaticano II, coincidindo com a
capicua 55, em relação à data da convocação do mesmo evento.
Nesta imagem
reforça-se uma ideia chave que, não sendo
inédita, amplia um significado: «[…] agora, porém [a Igreja] prefere usar mais o remédio
da misericórdia […]» do que o de condenação. (cf. JOÃO XXII, et al, ob. cit.).
Desde o
fundo da imagem em forma de amêndoa, até a figura identificada pelas chagas com
uma coroa lembrando uma boia de salvação; até às cores: o azul lembrando a água,
fonte de vida; o vermelho, sangue, e a própria divindade; o amarelo ou dourado,
o sol nascente e a vida; o branco, a pureza e o espírito.
Existem três
olhos na figura, em vez de quatro, sendo o olho do centro, comum entre
Adão (com significado de Humanidade) e a Divindade. Trata-se de uma comunhão perfeita, sendo que Adão/Humanidade têm o privilégio de poder olhar por um terceiro olho comum. De igual modo: A
divindade: Cristo (e/ou o Deus único) olha pela vista comum com Adão. Sugere que Homens e Deus se podem entender e entre-ajudar.
A mensagem do jubileu é uma renovação do sopro do Concílio. Dirige-se até às franjas da Humanidade: a concordante, a indiferente e até à franja opositora; porque a
paz e o perdão são sempre possíveis quando nos esforçamos por um olhar e um cuidar em comum.
Fontes:
LOPES, Pe Francisco Manuel – “O Espírito do
Jubileu”. Lisboa: Legião de Maria, 2016, p1
PENHA, Francisco – “Ano da Misericórdia”.
Lisboa: Associação Portuguesa de Solidariedade Mãos Unidas Pe. Damião -
Portugal, mai-Jun, 2016, p. 12
Em linha –
-ISCTE, et
al – Algumas figuras de estilo. Metáfora e outras https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/algumas-figuras-de-estilo/14744
JIMÉNEZ,
Marta, et al. – O logótipo e o Lema
do Ano Santo - http://www.acidigital.com/noticias/jubileu-da-misericordia-estes-sao-o-logotipo-e-o-lema-do-ano-santo-79501
NOÉ,
Virgilio;
Wikipédia et al. Jubileu: conceito e
exemplos https://pt.wikipedia.org/wiki/Jubileu_(catolicismo)
pt.aleteia.org et al - O brasão do Ano Jubilar da Misericórdia http://pt.aleteia.org/2016/02/16/explicacao-do-brasao-do-ano-jubilar-da-misericordia/
-SAKAIZEN, Sakurai et al - O que é Metáfora para que serve? http://www.portalcmc.com.br/o-que-e-metafora/
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