segunda-feira, 22 de abril de 2013

OS DIAS DA TERRA


Mais do que o reconhecimento pela Organização das Nações unidas (ONU) é necessário que reconheçamos que o dia da Terra deve ser lembrado todos os dias, por cada um de nós.

Somos poluidores. Podemos evitar desperdícios, fazer escolhas e seleções para o que já não queremos, depositar o que já não nos serve em locais próprios. De outro modo pagaremos, nós e os nossos sucessores.  
 
Feita a parte de cada um, cabe exigir aos poderes políticos que legislem, regulem, fiscalizem e penalizem infratores. Num mundo de concorrências não é tão fácil como pode parecer um Estado tomar as melhores opções para a Terra, logo para nós próprios e para todos os seres.

Em boa parte, as melhores soluções para a Terra dão trabalho e custam caro, daí a utilização de velhas tecnologias poluentes e o recurso ao que está mais acessível a nível de preços.

Contudo, a preservação das espécies, do homem incluído, merecem a atenção com vista à redução de danos. Se ao comprarmos, e ao utilizarmos materiais e géneros, formos mais conscientes, estaremos a agir em conformidade no plano ético. A retribuição de uma boa conduta em relação à Terra virá, mais cedo ou mais tarde.

Em especial, devemos reparar no que é importado. Se um bem que vem do exterior contribui para o desequilibrio da balança de pagamentos, ao menos que escolhamos o que é menos poluidor, menos prejudicial para a saúde, assumindo esta como um bem pessoal e público.

“FAZER BEM, FAZ BEM”
deverá ser o lema em todos os dias.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A CRIAÇÃO INCLUINDO OS EFÉMEROS HOMEM/MULHER


Olá Luc !

Já não venho a tempo de desejar o bom domingo que passou mas desejo uma boa semana e um bom domingo (próximo).

"As rolas faziam uma festa com os seus arrolhamentos, os melros já deixaram de ser selvagens e já andam nos jardins e não fogem, as árvores começam a pôr as suas folhas. É o milagre da vida a renovar, mas no bicho homem/mulher, tal não acontece, pois andam taciturnos."

Quanto a esta tua belíssima frase respondo, não só com a minha escassa ciência, pois aquela frase merece muito mais. Vou então socorrer-me do meu conterrâneo Aquilino Gomes Ribeiro, aquele de quem Saramago disse que "se Aquilino fosse vivo quem ganhava o prémio Nobel era ele" e eu reafirmo que Aquilino bem o merecia. Porquanto acabou por ganhar ainda mais - um lugar no Panteão Nacional.

Então aqui vai a resposta com ajuda de mestre Aquilino

"Está dito, tudo morre e tudo volta. Reparo que uma força criadora, decerto instilada pelo sol, palpita de modo tão intenso que o sentimento de velhice no homem se torna de uma tristeza funérea e confrangedora. É pena que se não possa regular a VIDA [*] como um relógio, andando com os ponteiros para diante e para trás segundo à nossa conveniência [...]

A Primavera, tantas vezes rebelde ao calendário, rejuvenesce tudo menos no homem. As leis da ciclicidade física assim o mandam. Para o ano, por esta altura, voltarão as aves a cantar. Que chova, que faça sol radioso, com o mundo vegetal pletórico [“superabundante” in dicionário online de português] de seiva ou mais aganado [“aganado” = estanguido, cansado in “dicionário online de português”], à triste planta humana é que nada a afasta da sua carreira para a morte. Será ela [a planta humana] a obra-prima da Criação ou a pior de todas?"

Mais uma vez, uma semana magnífica, lembrando-nos que toda a Criação é uma obra efémera, incluindo os privilégios de que as criaturas usufruem.

[* Capitais minhas]

Abraço

AA