quinta-feira, 30 de junho de 2016

77. MUSEUS ARQUIVOS BIBLIOTECAS: PRODUTORES GESTORES DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO



Meus retratos: O desenho/caricatura é de 1988. Este ano foi o primeiro em que trabalhei/descrevi documentação, inclusive num seminário, como fim de curso, sobre documentação museográfica e museológica. O segundo retrato é fotográfico, de 2016. Mais que duas imagens, há aqui dois retratos cronológicos e psicológicos. O do desenho revela, não só a arte de domínio do traço artístico do meu amigo e colega de curso – o prof. Doutor Carlos Carranca. Mostra a captação/concentração característica de um perfil imaginado durante quatro anos, os mesmos que durou o curso em que fomos colegas, em Ciências Históricas.
O retrato fotográfico releva um momento, captado fugazmente pelo amigo António Catarino, colega na Universidade Sénior de Massamá e Monte Abraão. Um obrigado aos dois autores e amigos.)
 
       A pedido da Drª Conceição Serôdio, coordenadora do GTSIM - Grupo de Trabalho Sistemas de Informação em Museus, criado no âmbito da BAD - Associação dos Bibliotecários Arquivistas e Documentalistas editei o presentepost sobre informação e documentação em museus e a seguinte nota biográfica.
 
       Partilhando da visão sobre sistemas de informação em museus (1). Tudo parece indicar que fui dos primeiros a defender, nos anos 80`s, a ideia de tratar a informação e documentação dos museus, compartindo os saberes dos técnicos de BAD e Museu. Fi-lo, especialmente nos anos 90`, em encontros promovidos pelo MINOM – Movimento Internacional para uma Nova Museologia; no Grupo de Trabalho GTIDP - Grupo de Trabalho de Informação e Documentação Patrimonial. Juntei simultaneamente colaborações de dois outros Grupos GTA - Grupo de Trabalho dos Audiovisuais criado na BAD, que eu próprio coordenei e um outro grupo informal de trabalho e visitas a patrimónios no GAM - Grupo dos Amigos do Museu das Comunicações. Tive ocasião de, nesses anos 90 e inícios de 2000`s, escutar profissionais, visitar acervos, elaborar estudos e promover seminários para divulgação e debate. A visão dos profissionais de BAD e dos museus começa, praticamente, a ser posta em relação, nestes grupos de arquivos, bibliotecas e museus.

       Considero estas três instituições, como organizações equivalentes que preservam e descrevem peças, séries e colecções documentais. Parti do pressuposto de que também se complementam (2), ao invés do que boa parte dos profissionais pensava, segundo a velha óptica (passe a expressão) de “cada macaco no seu galho”. Como a minha tónica era/é fazer e realizar, não fiquei satisfeito com os resultados obtidos na época. Não foi conseguida tanta integração e visão de conjunto, como desejável. Parecia que as mensagens não estavam a passar, de modo a levar os gestores, proprietários e profissionais dos acervos dos museus e dos patrimónios afins, a reflectirem sobre a informação que detinham/detêm e que produziam/produzem. Foi, pois, com júbilo, que tomei contacto da criação do GTSIM, seus propósitos e ações. Espero que o Grupo traga outra ênfase à visão iniciada nos anos 80` em relação aos museus.
 
       Conformo pedido, aqui vai um resumo da minha biografia. Para não tornar demasiado extenso o texto que me foi pedido, reporto-me apenas aos percursos pessoais nas áreas de BAD e museu. Para mais informação pode ser consultada a entrada através do link seguinte:
 
ALFREDO RAMOS ANCIÃES. Coordenou, no âmbito de associações profissionais, o Grupo de Trabalho dos Audiovisuais da BAD – Associação dos Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (cinco anos). Fez, pontualmente, parte e por inerência, do Conselho Técnico Nacional desta área BAD colaboradora/consultora do Conselho de Ministros que super-entende nos Conselhos Superiores de Bibliotecas Arquivos e Museus. Coordenou visitas técnicas a bibliotecas, arquivos, museus e patrimónios edificados. No Museu dos CTT e na Fundação Portuguesa das Comunicações recolheu peças, estudou colecções, fez conservação preventiva e coordenação da conservação curativa e de restauro. Recolheu, avaliou, criou, desenvolveu e colaborou em mais de 17 mil registos de peças museológicas, centenas de exposições,dossiers de peças e colecções. Foi assistente nos estágios de museologia e conservação preventiva para técnicos dos museus e património de telecomunicações de Angola e Moçambique. Avaliou peças de tecnologias de comunicações do património museológico da “Casa das Máquinas Falantes” (em organização) no município de Alcobaça e procedeu ao registo, sumário e individual, de cerca de 900 peças, em base de dados relacionais.
 
Enfim, considera que na disponibilização de conhecimentos, informação e documentação aos públicos, está uma das matrizes de oportunidades para o progresso social.
 
Notas:
(1)   «Estive a ler alguns dos seus artigos e gostava de lhe fazer um convite: escrever uma notícia com o máximo de 2 páginas, uma foto a ilustrar e a sua nota biográfica, a recordar o seu trabalho neste desafio que é juntar museus, arquivos e bibliotecas e reforçar a continuação e importância deste caminho conjunto das instituições de memória. […]. Muito obrigada e um abraço.» (mensagem de Conceição Serôdio in facebook: 21 de maio de 2016 1:53)

(2)   Estou a pensar num museu que pode ter e geralmente tem um arquivo e uma biblioteca; ou num arquivo que tem uma biblioteca de apoio e pode realizar exposições; uma biblioteca que geralmente tem um arquivo, pode ter um museu e realizar exposições. Estas organizações que trabalham com as memórias, também produzem e fazem tratamento da informação e documentação. Como todas elas fazem conservação preventiva e, eventualmente, restauros, difusão geral e/ou selectiva da informação, educação e animação, estamos, pois, perante organizações equivalentes ou complementares, não obstante as suas diferenças e diversidades. 

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