É com devoção, e consideração que revejo a procissão da solenidade do Corpo de Deus, passando frente à casa dos dois adros que o Próprio Deus me concedeu.
Portugal, país maioritariamente de religião católica conquistou e/ou reconquistou a sua independência, especialmente à boleia desta religiosidade. A portugalidade não podia ficar de fora destas festas e concelebrações que, sendo realizadas na pujança primaveril, as flores desabrocham por todo o lado, emprestando colorido às ruas e ao povo.
Esta procissão visa expor, de modo especial, O Corpo de Deus ou oSantíssimo Sacramento, anualmente pelas ruas, para lá da exposição e celebração diária no momento alto da Santa Missa e nas primeiras quintas–feiras de cada mês.
Dá-se, assim, seguimento ao milagre e ou desígnios manifestados a partir de inícios do século XIII pela vidente Juliana, que vira num “disco branco, semelhante à lua cheia” o próprio Cristo na liturgia. O Papa Urbano IV (de Liège – Bélgica) dá-lhe expressão canónica, a partir de outros relatos em que se testemunha a visão da Hóstia em carne e sangue.
Não tardaria, em 1264, a emissão duma bula que reconhecia e determinava a solenidade da festa do Corpo de Deus. “Ainda que renovemos todos os dias na Missa a memória da instituição desse Sacramento, estimamos todavia, conveniente que seja celebrada mais solenemente pelo menos uma vez ao ano […]” (V. Fonte infra - Arautos).
Esta determinação, não deixou de ter a sua oposição, mesmo no seio da própria hierarquia da Igreja. Houve quem negasse “[…] a transubstanciação e a presença real de Jesus Cristo em Corpo, Sangue, Alma e Divindade […]”nas Hóstias sagradas; contudo, ganharam as teses dos teólogos sobre a presença do Próprio Cristo / Santíssimo Sacramento.
Começaram a ter lugar as procissões que determinariam uma outra veia artística. E por todo o lado foram e são manufacturados ostensórios ecustódias que desfilam, especialmente no Dia do Corpo de Deus. É de se referir aqui a valiosíssima “Custódia [Portuguesa] de Belém”, datada de 1506, atribuída ao próprio Gil Vicente.
Custódia de Belém; imagem in Wiki et al. -https://pt.wikipedia.org/wiki/Cust%C3%B3dia_de_Bel%C3%A9m
Deste modo dá-se continuidade à expressão atribuída ao próprio Cristo:"Fazei isto em memória de Mim" (Lc 22).
As ruas de todas as paróquias da cristandade/catolicidade são, neste dia doCorpo de Deus, alindadas com flores e procissões expressivas e coloridas; como se pode ver pelo exemplo da(s) minha(s) aldeia(s).
Junto presto homenagem aos organizadores e operários pelo dedicado trabalho.
Tags: arte, cidadania, fé, Massamá-Sintra, museologia-social, religião, religiosidade, Terras de Magriço e do Demo.
P.S. Imagens (AA) do palco de celebração da liturgia campal em Massamá - Sintra, dia do Corpo de Deus e pormenores da procissão.
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Fontes em linha:
-Arautos do Evangelho - http://www.arautos.org/especial/15688/corpus-christi.html, acedido em 26.5.2016
-Comissão de Festas da Freguesia Beselga - https://www.facebook.com/comissaofestas.beselga?pnref=story.unseen-..., acedido em 28.5.2’16
-Custódia de Belém – Wiki et al. -https://pt.wikipedia.org/wiki/Cust%C3%B3dia_de_Bel%C3%A9m, acedido em 27.5.2016
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