quinta-feira, 9 de abril de 2020

A PÁSCOA COMO (ULTRA) PASSAGEM) E COMUNICAÇÃO


(Imagem recebida em PPS por e-mail, em 2015, sem referência à autoria)

Na vida “nada acontece por acaso” dizem algumas vozes. Em tempos recebi uma mensagem com esta expressão. O pps (power point slideshow) vinha acompanhado com uma série de fotogramas de pessoas que transportavam cada uma a sua cruz. Entre essas pessoas havia uma que achava que a cruz lhe era demasiado pesada e disse: 

- «Senhor [esta cruz] está muito pesada,

Vou cortar um pedaço.

-E cortou.

-Não tardou e exclamou novamente:

-Senhor - cortei um pedaço da cruz …

Assim poderei carregá-la melhor.». 

Mais adiante agradeceu por ter transportado uma cruz levezinha. Eram apenas dois pequenos pedaços de cruz. Entretanto encontrou no caminho uma vala que não pôde ultrapassar. E, pelo ar, ouviu uma mensagem: 

-«Use a cruz como ponte;

Atravesse e siga em frente [...]». 

E observou que todos os companheiros ultrapassavam os obstáculos, aceitando o peso e o tamanho das suas cruzes, que lhes serviam para ultrapassar todos os obstáculos.

O portador da cruz em miniatura entrou em pânico e depressão por, em determinada altura, não poder prosseguir a viagem.

Verificou que a cruz pequenina não lhe servia de ponte, não era a cruz que tinha transportado na vida.

&

A Páscoa simboliza passagem e a comunicação. Tocam os sinos das aldeias e na visita a cada casa é dada a beijar a cruz com a expressão da alegria - "aleluia, aleluia" resumindo um tempo novo de esperança.

 
(002 ; 003 Imagem da parte superior da torre sineira e de sinais de telegrafia óptica na igreja quinhentista da Atalaia – Vila Nova da Barquinha, onde se encontra sepultado em tumulo monumental o segundo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Manuel da Câmara de Atalaia, um dos primeiros do mundo, nomeados pela Cúria Romana.- Arquivo pessoal AA)

Na História de Portugal poderíamos evocar o dia 22 de abril do ano 1500 em que Pedro Álvares Cabral avista um monte. Era época pascal e, por isso, lhe deu o nome Monte Pascoal, atribuindo a cruz ou o sinal do sacrifício, mormente da esperança, às terras brasílicas ou de Vera Cruz. Esse sinal ficou logo ali representado com a colocação da cruz, junto ao referido Monte Pascoal.

Após a alegria, quando se deu o avistamento (*) do denominado Monte Pascoal, no atual Estado da Baía, seguiu-se o primeiro encontro de povos de diferentes vivências, entre índios e europeus. Pero Vaz de Caminha foi o autor da descrição desses momentos, em carta ao rei d. Manuel I.

……. (*) Ao avistar elemento sólido, alguém que não tenha embarcado por mais de uma semana, não pode imaginar a alegria transbordante de reavistar terra firme. Nós próprios pudemos experimentar essa impressão na viagem de 28 dias, inclusivamente recheada de peripécias mil, em alto mar, e com fogo a bordo. Íamos milhares de soldados em porões, alguns abaixo do nível de água, de um carregueiro, de nome Niassa, rumo ao Norte de Moçambique, onde chegámos cerca do trigésimo dia depois do início da expedição na cidade de Chaves. Era o ano de 1971 (V. entrada https://cumpriraterra.blogspot.com/2015/10/54-viagens-pelos-espacos-lusofonos.html ) 

No próximo dia 22 de abril (pequena capicua) faz 520 anos (5+2=7  = número que contém tudo) da chegada ao Brasil e a celebração da primeira missa no continente sul-americano, junto a uma cruz improvisada. Seguiram-se abordagens primeiras: pacíficas, científicas, etnográficas, religiosas e filosóficas.

Desejo a todos uma ótima passagem para e pela Páscoa. Que:

A cruz de todos os dias /

Seja positiva /

De sinal + mais atrativa /

De passagem servindo /

E assim concluindo /

Para o futuro promissor /

Comunicante e acolhedor.
 
Palavras-chave: Bem cultural imaterial, comunicação, Páscoa
 

Fontes:

--ANCIÃES, Alfredo Ramos - … E CRIOU-SE UM HINO NO MAR ALTO https://cumpriraterra.blogspot.com/2015/10/54-viagens-pelos-espacos-lusofonos.html .-

--CAMINHA, Pero Vaz de – https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_de_Pero_Vaz_de_Caminha .- [Uma carta que é bem cultural da Humanidade]

Lista de alguns sítios onde podemos encontrar cruzes e/ou menorahs, símbolos de iluminação e passagem, ademais podemos vê-los nos templos, encruzilhadas / cruzeiros, em todo o mundo de civilização ocidental e não só.

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