Bem-vindos a este “tour”. Este prefixo - “tour” vem de
turismo.
No caso, é um percurso turístico-cultural e museal.
Museal porque se reporta a uma parcela de território de Lisboa que
considero parcialmente musealizado e de onde se perscruta o território desta
capital referencial.
Representação da 7ª colina na escadaria da Rua da Mãe D`Água. Ft AA. Realizado para a "Lisboa 94 Capital Europeia da Cultura". "Autoria e execução de Luís Camacho na Fábrica Sant`Anna - Lisboa, 1993/1994"
Não vamos, por ora, visitar o Castelo, o opidium que quer dizer lugar alto e defendido, porém, este opidium está em relação visual com a 7ª colina onde vamos parar e interpretar.
Para isso, e em breves pinceladas, temos que remontar até à Grécia, ao tempo das musas e dos heróis míticos e reais que enformaram a cultura portuguesa, até aos dias de hoje. Questiona-se daqui, nomeadamente, o porquê de Lisboa se chamar Lisboa e o porquê dos nossos clássicos com destaque para Camões, Gil Vicente, Vieira, Pessoa, Agostinho da Silva recorrerem ao tempo e à cultura das musas.
Não ficamos por aqui,
nesta viagem virtual e real. Da Grécia de Homero e de Ulisses
cujos bustos figuram na 7ª colina (que iremos ver) temos que viajar idealmente até
Roma e nomeadamente ao tempo de Diocleciano (284-305) pois foi esta Roma e este
Imperador que deram origem, sem querer, à denominação de Santos, Santos-O-Velho
e Santos-O-Novo.
O que é que a 7ª colina
tem a ver com a zona de Santos e com a freguesia dos Mártires? Muito, digo eu.
Essa relação é estreita e é minha intenção tentar ligar o que está desligado,
porque estando soltas as coisas não produzem conhecimento, não fazem sentido. Falando
em mártires temos, pois, que descer de Roma e ir até à Reconquista Cristã.
Vista parcial do painel sobre a mesa do miradouro. A autoria da pintura sobre azulejo é de Fred Kradolfer. 2ª metade do século XX. Ft AA
Foi o nosso primeiro
rei, ao que sabemos, que pôs em destaque essa cultura de mártires em Lisboa. E
porquê?
Como bom estratega,
Afonso Henriques sabe que tem de arranjar uma missão, um alvo inimigo, a
consagração de uma memória, uma recompensa para aqueles que tombam e para que sirva
de exemplo aos vivos, em nome do ideal de Reino e Reconquista.
Ideal que é refletido
pela conduta dos santos mártires. E onde é que Afonso Henriques vai consagrar
esses mártires? Aqui bem perto. Primeiro na primitiva igreja que se torna
paróquia dos Mártires – Existe ainda essa igreja na versão reconstruída na Rua
Garret / Chiado.
Foi aqui que o rei e as
suas tropas assentaram arraiais logo após a Reconquista. Mas não foi
suficiente. O rei não se fica pelo memorial dos mártires da Reconquista de
Lisboa, isto é dos cavaleiros que o acompanharam. Ele vai às memórias e consagra também os mártires
de Lisboa que, desde há séculos careciam de destaque.
Funda-se, pois, o
convento de Santos onde são instaladas as mulheres e as filhas dos cavaleiros
da Ordem de Santiago. Ali é erigida uma capela para guardar e tornar devocionais
os restos mortais de Máxima, Júlia e
Veríssimo.
À luz da fundação de
Lisboa e seu desenvolvimento patrimonial a freguesia dos Mártires e a zona vizinha
da 7ª colina, nomeadamente São Pedro de Alcântara, merecem uma visita ao
património artístico e devocional, ligado aos mártires da cidade. Património, este,
praticamente desconhecido por razões várias.
A origem do nome Lisboa
e o vínculo de ligação aos Santos Mártires é um tema abrangente com muitos elos
mas o espírito de síntese é aqui evocado. Analisamos, por ora, só o que
consideramos fundamental.
E até à próxima visita.
E até à próxima visita.
Mas não ficamos por aqui, nesta viagem virtual e real
ResponderEliminarTOUR=TURISMO + LISBOA - NADA DE MAIS CONVIDATIVO...
ResponderEliminarObg. Caríssima Teresa. Sai um mini-autocarro do Território Massabraense para a visita. Se quiser lá aparecer também pode assistir.
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