terça-feira, 25 de outubro de 2016

103. NO PRINCÍPIO


Do Rio Lete às Memórias Sem Fim.

No princípio terá havido um acordo entre os homens e o divino. O acordo previa atribuições de capacidades e provisões necessárias ao desenvolvimento da vida.

Estamos dotados com inteligência, discernimento, intuição e membros: superiores e inferiores, a fim de nos permitir a mobilidade, a recoleção, as sementeiras, as colheitas, as manufaturas, o fabrico e a oração.

Nos benefícios recebidos inclui-se, pois, o essencial para a vida em sociedade e em comunhão com a natureza: água abundante no planeta e repartida pelos mares, lagos, rios, subsolo e atmosfera. O ar abundante por toda a parte; sol e luz, também abundantes; terra, minerais, fogo, animais e natureza vegetal.

Com tudo isto, Deus (e/ou d`euses) e os homens acharam que o acordo era bom, pois incluía o importante e com abundância. O resto, os homens tratariam de granjear. Também faria parte do acordo um pequeno esforço dos homens para o aperfeiçoamento do físico, da alma, do espírito e da natureza envolvente.

Os homens apenas tiveram que pagar um pequeno preço que foi aceite como justo e fundamental com base no mérito e não no medo ou na reverência.

Achou-se que tudo o que pudéssemos conquistar com base no medo não seria valorizado para a missão a que o homem se propôs cumprir.

Qual foi o preço que o homem aceitou pagar, ou pagar-se? Foi precisamente o princípio do esquecimento.

Para emergirmos à terra e ganharmos méritos tivemos que esquecer tudo: inclusive que viemos por vontade própria do acordo inicial.

Tudo o que conquistamos e fazemos de bem, no âmbito do esquecimento do acordo prévio, tem a máxima virtude.

Na mitologia que serve para interpretarmos o mundo diz-se que o esquecimento à nascença se deve à passagem pelo rio Lete, o rio mitificado.

Depois da passagem pelo Lete a nossa mente torna-se quase numa tábua rasa de memórias. Porém, em ação de graça, Deus (e/ou os d`euses) não nos deixam desprovidos das aptidões para desenvolver novas memórias, quiçá sem limite de capacidades.

Assim, temos a possibilidade de construir e restaurar memórias fundamentais para a estada no mundo: sejam memórias táticas, olfativas, visuais, auditivas e digitais que nos permitem estudar, decorar, realizar, criar e salvar, ou voltar a esquecer tudo e repetir os ciclos terrenos.

Tags: ciclos, esquecimentos, deuses, memórias, mitologias, vidas

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Fontes acedidas em 22.10.2016 :

-7Graus - Esquecimento http://www.sinonimos.com.br/esquecimento/
-Bíblia Sagrada, Livro Génesis. Lisboa: Ed. Difusora Bíblica (Missionários Capuchinhos), 1984 


SuaPesquisa.Com et al - Mitologia grega http://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/

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