Do Rio Lete às Memórias Sem Fim.
No princípio terá
havido um acordo entre os homens e o divino. O acordo previa atribuições de capacidades
e provisões necessárias ao desenvolvimento da vida.
Estamos
dotados com inteligência, discernimento, intuição e membros: superiores e
inferiores, a fim de nos permitir a mobilidade, a recoleção, as sementeiras, as
colheitas, as manufaturas, o fabrico e a oração.
Nos
benefícios recebidos inclui-se, pois, o essencial para a vida em sociedade e em
comunhão com a natureza: água abundante no planeta e repartida pelos mares,
lagos, rios, subsolo e atmosfera. O ar abundante por toda a parte; sol e luz,
também abundantes; terra, minerais, fogo, animais e natureza vegetal.
Com tudo
isto, Deus (e/ou d`euses) e os homens acharam que o acordo era bom, pois
incluía o importante e com abundância. O resto, os homens tratariam de granjear.
Também faria parte do acordo um pequeno esforço dos homens para o aperfeiçoamento
do físico, da alma, do espírito e da natureza envolvente.
Os
homens apenas tiveram que pagar um pequeno preço que foi aceite como justo e fundamental
com base no mérito e não no medo ou na reverência.
Achou-se
que tudo o que pudéssemos conquistar com base no medo não seria valorizado para
a missão a que o homem se propôs cumprir.
Qual
foi o preço que o homem aceitou pagar, ou pagar-se? Foi precisamente o
princípio do esquecimento.
Para emergirmos
à terra e ganharmos méritos tivemos que esquecer tudo: inclusive que viemos por
vontade própria do acordo inicial.
Tudo o
que conquistamos e fazemos de bem, no âmbito do esquecimento do acordo prévio,
tem a máxima virtude.
Na mitologia que serve para interpretarmos
o mundo diz-se que o esquecimento à nascença se deve à passagem pelo rio Lete,
o rio mitificado.
Depois
da passagem pelo Lete a nossa mente torna-se quase numa tábua rasa de memórias. Porém, em ação
de graça, Deus (e/ou os d`euses) não nos deixam desprovidos das aptidões para
desenvolver novas memórias, quiçá sem limite de capacidades.
Assim, temos
a possibilidade de construir e restaurar memórias fundamentais para a estada no
mundo: sejam memórias táticas, olfativas, visuais, auditivas e digitais que nos permitem
estudar, decorar, realizar, criar e salvar, ou voltar a esquecer tudo e repetir
os ciclos terrenos.
Tags:
ciclos, esquecimentos, deuses, memórias, mitologias, vidas
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Fontes acedidas em 22.10.2016 :
-Bíblia Sagrada, Livro Génesis. Lisboa: Ed. Difusora Bíblica (Missionários Capuchinhos), 1984
-MARQUES, José Roberto - Roda da Vida http://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching/conheca-ferramenta-roda-vida-coaching/
-Wikimedia et al - Campos Elísios https://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_El%C3%ADsios ; Memória
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Mnemosine ; Rio
Lete https://pt.wikipedia.org/wiki/Lete
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