sábado, 13 de abril de 2019

A PÁSCOA E OS ÍCONES


O conceito de ícone vem da cultura grega que significa imagem. No mundo pós grego clássico o conceito evolui e estabiliza na arte religiosa inclusivamente na cultura judaica, com a representação de figuras bíblicas nas grandezas bi e tri dimensionais.
Com o cristianismo, passa a entender-se como ícone, em especial, a arte pictórica. O Império Bizantino {séc. IV / XV (1453)} faz difusão de imagens, embora no século VIII tenha sido proibido o seu uso pelo imperador Leão III (séc. VIII). Depois o uso foi resgatado e restaurado pela imperatriz Teodora, esposa do imperador Teófilo (séc. IX).
Com a invasão muçulmana ao Império Bizantino, há uma queda na arte do território mas como consequência multiplicam-se as influências pela Rússia, leste da Europa - Central e Mediterrânica e pontualmente noutros sítios de influência religiosa cristã / ortodoxa ou cristã / católica.
Segundo frei António-José d`Almeida influenciado pelo Antigo Testamento, na versão Septuaginta - “Cristo Pantocrator” significa «Dominador de todas as potências terrestres e celestes» (cf. Is 6,3  e Ap 4,8). É assim, também, que frei António-José vai buscar a Primeira Carta de São Pedro (3,22), citada em relação a Cristo «tendo subido ao céu, está à direita de Deus, estando-lhe sujeitos os Anjos, as Dominações e as Potestades».
E reforça ainda a imagem do Pantocrator com a citação de uma das Cartas de São Paulo: «Todas as coisas estão submetidas» (1 Cor 15, 27) referindo-se a Cristo plasmado na imagem d`O Cristo Ressuscitado. Frei António-José acrescenta ainda sobre Cristo. É O «Senhor dos mortos e dos vivos» (Rm 14,9).
Em termos de tecnologia artística os ícones bizantinos baseiam-se em pequeninos mosaicos (*) coloridos e justapostos de forma a criar uma composição unitária das imagens pretendidas.
(*). Sugerimos uma reflexão sobre a origem do termo «mosaico». O mesmo deriva de «musa» ou «musas» - como semideusas continuadoras do «mouseion», instituição que dá origem aos conceitos / instituição «museu, museologia e afins».
É nesta vertente de atração e devoção pessoal pela imagética oriental que vemos um ícone no altar-mor da igreja de Massamá por influência do pároco Pe. Luís Cláudio que terá feito a seleção de imagens ou acolhido de bom grado o ícone em referência.
Faz-nos lembrar, particularmente neste Tempo,  a Páscoa, como “passagem” da figura d`O Cordeiro divino, para a figura d`O “Rei". O "Pantocrator".  

Boa Páscoa. Ótima Passagem.

Palavras-chave: arte, ícone, Massamá – Sintra, Pantocrator, Páscoa

Fontes:

ANCIÃES, Alfredo Ramos – “Os Sinos e a Páscoa nas Terras da Lusofonia” https://cumpriraterra.blogspot.com/2017/04/038-os-sinos-e-pascoa-nas-terras-da.html

-ALMEIDA, frei António-José d` “Ícones: O Cristo Pantocrator”, p 472-473.- in Revista “Bíblica: onde a Bíblia se faz vida”.- Fátima: Difusora Bíblica (Franciscanos Capuchinhos), julho-agosto 2017

-ANDRADE, Ana Luíza Mello Santiago de ; InfoEscola et al. - “Império bizantino” https://www.infoescola.com/idade-media/imperio-bizantino/  

-CESAREIA, Eusébio de ; MediaWiki et al. – “Império Bizantino” https://pt.wikipedia.org/wiki/Império_Bizantino  

-DANIELA, Diana et al. – “O que é Mosaicohttps://www.todamateria.com.br/o-que-e-mosaico/  

-MEDIAWIKI et al. – “Ícone” https://pt.wikipedia.org/wiki/Ícone

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