Sublinho
papel de centralidade mundial de Lisboa, embora algumas vezes não o
tenha parecido. Esse papel foi-lhe subtraído algumas vezes por outras
geografias. É certo que Lisboa fica situada no extremo (limite) do
grande Continente Euro-Asiático.
Vista
nesse sentido Lisboa/Sintra (Cabo da Roca) ficam, de facto, no fim e foi
também por isso que a estas terras se chamou Oestrimnia, Estrímnia ou Extrímnia que vem do grego e quer dizer –
o que está no extremo ou no fim do mundo;
Mas atenção este extremo já contém em
si um prefixo “Ex”
sair para fora, expor-se. Foi e é esse papel que Lisboa teve
e tem o de expor-se, outrora, aqui e agora.
O que foi
extremo tornou-se, de facto, um centro.
E não
foi só nos século I – IV quando Romanos escalaram portos, trocaram
produtos; não foi só no século XVI quando Lisboa se tornou num entreposto
comercial da Europa com produtos de África, Oriente e Ocidente.
E não
foi só durante a II Guerra Mundial, quando tanta gente se dirigiu a estas
paragens.
Recentemente
aconteceu o mesmo por altura do evento do Web
Summit que vai replicar-se por mais alguns anos e cujos negócios e
empreendimentos podem estender-se por décadas.
E será também quando os portos portugueses voltarem a ser entreposto
privilegiado entre continentes com redistribuição em linhas terrestres, eletrificadas
e amigas do ambiente.
O nome de Lisboa
Voltando
à capital, porque é que Lisboa se chama Lisboa. Em princípio
parece dever-se à sua edificação, sobre uma enseada amena. Ora enseada quer
dizer ancoradouro e amena quer dizer agradável, prazenteira, mansa, calma. E
esta primeira versão do nome vem-lhe já do pré-celta ou fenício quando foi
denominada Alis-ubbo (enseada amena). E cá temos o prefixo lis,
depois de lhe ter caído o “A” inicial. Estas paragens de Lisboa foram
percorridas por gregos e romanos; mais estes últimos, como acima disse. Não vou
agora desenvolver a lenda da “presença”, entre aspas do herói mítico:
Ulisses em Lisboa:
Certo é
que ele e/ou a sua representação estão cá, nesta Terra da Oestrimnia, Estrímnia ou Extrímnia, não só em estátua, ou melhor, num
característico busto no distinto miradouro de São Roque, também dito de São
Pedro de Alcântara, na 5ª ou na 7ª colina, dependendo das interpretações.
Uma ideia
e uma ação
Foi a figura
de Ulisses que me deu a ideia de começar as visitas por aqui, por São
Pedro de Alcântara, pois não só Ulisses entra em contexto no início da
museologia, ecomuseologia (ecologia + museologia) /ou economuseologia
(economia + museologia), ligada inicialmente às musas, aos deuses e às deusas,
também à música, tudo isto derivado da palavra museu que em grego
se disse ou soava museion, aliado
também à poesia e à inspiração. Como “no princípio” era o museu ou museion, um homem sábio, dotado e
inspirado, que andava de terra em terra pela Grécia Antiga a divulgar a música,
a poesia e outros saberes.
Ainda o nome de Lisboa
Se
fomos ao pré-celta ou fenício buscar a primeira versão da origem do nome de
Lisboa, com base na geografia, também devemos apresentar uma segunda versão e
esta já não se liga à geografia física – à tal enseada amena; esta segunda
versão liga-se à cultura, ou seja à expressão mítica dos deuses que nos
aparecem antes das manifestações culturais humanas ou religiosas monoteístas.
A
segunda versão baseia-se, pois, no nome de Ulisses (ou Olisses?) e
cá está ainda, ou novamente, o prefixo Lis, depois de lhe ter caído o
“U” ou “O” inicial, sendo que Ulisses em romano, dizia-se Odisseu, em
grego. Foi, pois Ulisses, ou Olisses, ou Odisseu, o herói da
Ilíada e da Odisseia que terá dado origem ao atributo – olisiponense,
designativo que ainda se mantém em relação à população de Lisboa.
Vamos,
pois, ver Odisseu (da Odisseia) ou Ulisses, assim legendado e, em pose mítica,
virado para a sua Grécia e para a colina do Castelo, a primeira e mais alta de
Lisboa. Contudo Ulisses não se esquece da sua terra natal e vamos ver
porquê face aos interessantes bustos que terão dado o nome a Lisboa ou,
pelo menos, enformaram a Cultura Clássica, Renascença (e não só) em Portugal.
Daí, o
jardim miradouro desta colina de São Roque que vamos visitar e que está povoada
por figuras da época – Clássica e Renascença.
Por
falar em colinas. Sabem quantas há em Lisboa?
Serão
mesmo 7, ou serão menos ou serão mais?
Haverá pois,
pelo menos, uma explicação. A interpretação do mito, da lenda, da geografia, da
imaginação e da história dar-nos-ão a resposta.
Tags: economia,
história, museologia, turismo
Fontes:
-ANCIÃES,
Alfredo Ramos; SOARES, Luís Ribeiro (prof) - Apontamentos meus e de Soares - Aulas de História das Mentalidades.
Lisboa: Universidade Livre de Lisboa, 1985/1986;
-Em linha, acedidos
em 17.11.2016:
-COSTA
Margarida SÁ – A Web Summit e a
Democracia http://linktoleaders.com/web-summit-democracia/?fb_action_ids=10210950191251644&fb_action_types=og.comments
Lugar
das Pedrinhas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lugar_das_Pedrinhas
Extase de São Pedro de Alcântara no Convento que lhe foi dedicado em resultado da vitória de Portugal nos Montes Claros e que mudaria a concepção e aceitação de Portugal por parte de Espanha como país independente e reconhecendo em definitivo a RESTAURAÇÂO POLÍTICA E NACIONAL
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