COM O GRUPO DE AMIGOS DO MUSEU DAS COMUNICAÇÕES
Visita iniciada pelo
"Pórtico" Ocidental
Bem-vindos à Capital da Luz(itânia) – Terra de Luz, também da carne, tentação, gula e remissão.Programa:
14h30 Encontro à saída da Estação do Metropolitano de Carnide (junto ao passeio da Avenida Cidade de Praga, isto é, no lado sul do Teatro Armando Cortez).
14h35 Início da visita: Distintivo de Carnide; toponímia; transportes/comunicações; marcas no Metropolitano e murais da envolvência.
14h50 Fontanário do Largo do Malvar e lavadouro público ainda ou novamente funcional.
14h55 Marcas templárias e bandárricas: Relação com o culto a São Lourenço.
15h05 Largo do Coreto: Rua Neves Costa; Largo da Praça: Ex-Central Telefónica e de Correios CTT/TLP.
15h20 Casa / Escola da Mestra e Colégio do Menino Jesus.
15h25 Convento de Santa Teresa das Carmelitas Descalças e de Santo Alberto em Carnide, anterior Quinta do Correio-Mor (benemérito do convento) atual Confraria de São Vicente de Paulo.
16h00 Final da visita.
Obs. Quem desejar poderá comprar um sobrescrito e
selo no Posto de Correios do Largo da Praça e pedir para lhe colocarem a marca
de dia de Carnide para recordação do dia e Serviços CTT. A distância a
percorrer andará à volta dos 1500 a 2000 m.
Procura-se, além da fruição de patrimónios,
interrelacionar as vias de comunicação tradicionais, arte e religiosidade, seu
desenvolvimento e, chamada de atenção para um certo condicionamento das
entidades públicas na preservação da urbe histórica e das azinhagas como travão
de segurança contra as vontades de uma urbanização desenraizada.
Outubro de 2014; Fevereiro/Março de 2015
O escudo do brasão de armas espelha o essencial da alma e espírito de Carnide.;
A barretina ao centro representa o Colégio Militar;
Os dois pimenteiros, ladeando a barretina, representam a terra de hortas;
O cântaro vermelho lembra a fonte local adjacente à antiga Ermida de Nossa Senhora da Luz; esta arrasada em finais do século XVI para dar lugar à nova Igreja da Luz, mantendo-se no entanto o seu antigo portal e fonte sob a dita nova Igreja da Luz. Há ainda quem seja de opinião de que o cântaro evoca a própria feira da Luz onde é frequente a venda de objetos de cerâmica (vermelha/tijolo);
A flor-de-lis associada à simbologia religiosa, à Trindade e ao
Espirito Santo que teve em Carnide o seu local de culto é
também um dos símbolos de Lisboa. Não é
minha intenção contestar/negar as teorias precedentes em relação à etimologia
de Lisboa, algumas com decénios ou mesmo séculos de existência sobre esta
matéria. Contudo, temos a nossa própria opinião sobre a origem do nome e a sua
relação com a flor-de-lis.
O nome da Capital é
frequentemente referido como proveniente de: -
Alis-ubbo. Atente-se no prefixo “Alis” proveniente do pré-celta
ou do fenício que segundo os entendidos significa “ensedada amena”. Em seguida
encontramos o termo: -
Olissippo que se supõe
em memória de Ulisses (em latim: Ulysses ou Ulixes)
personagem e/ou figura real da Ilíada e da Odisseia de Homero da antiga
Grécia), sendo o próprio termo Olissippo
uma evolução gráfica já do tempo romano. Em seguida evoluiu para: -
Al-Ushbuna e
Lixbûnâ (quase Lisboa) no tempo da ocupação árabe.
O prefixo lis pré-celta e/ou fenício é uma
recorrência na denominação que leva finalmente ao termo Lisboa. E daí o interesse pelo brasão de Carnide com a flor-de-lis nesta freguesia da capital.
Se acompanharmos a historiografia irlandesa
(pré-celta/celta) que hoje se sabe teve uma forte ligação ao território
peninsular, especialmente ao território que é hoje Portugal e Galiza e às
faixas atlânticas das culturas megalíticas, talvez não seja de excluir que
Lisboa derive mesmo de Alis-ubbo de origem pré-celta ou
fenícia, cuja raiz (prefixo) se manteve durante milénios.
Se relacionarmos ainda as lendas e História de Carnide,
Lumiar e Odivelas com as lendas e História Celta e Irlandesa (cf. MORAIS, Gabriela, ob. cit.), teremos ainda mais pontos de referência para podermos questionar/relacionar
a origem do nome Lisboa em correspondência
com a flor-de-lis; quiçá com ligação
ao conceito da Trindade, embora não desde a origem pré-celta, fenícia ou grega
mas sim numa fase posterior, por associação de ideias dos três lóbulos
perfeitos e unidos em jeito de laço; associação não só à divindade (Trindade),
como a monarquias de países da cristandade/catolicidade, tal como o demonstram
os vários símbolos ligados a França, a Joana d`Arc, aos vitrais de igrejas, catedrais europeias e demais iconografias religiosas.
Em teoria podemos associar
a cidade de Lisboa, incluindo
Carnide (com a flor-de-lis no próprio brasão) ao sinal/significado da flor-de-lis, com as conotações religiosas; nomeadamente
ao Espírito Santo que teve a sua Ermida e culto em Carnide. Esta
Ermida acabou por ser demolida por razões de Reforma ou Contra Reforma (depende dos
pontos de vista) e do Concílio de Trento, contudo a flor-de-lis continuou a fazer parte do imaginário de Carnide, denotando a sua especial pertença a Lisboa e ao antigo culto do Espírito Santo.
As três torres sobrepostas ao escudo do brasão de Carnide
recordam a antiguidade desta terra, começando como simples termo de Lisboa,
passando a fazer parte do Concelho de Belém durante a existência deste e
novamente regressando a Lisboa com passagem a sede de freguesia.
Fontes bibliográficas:
-ANCIÃES, Alfredo Ramos - Alma e
Luz de Carnide. Lisboa: Apenas Livros, 2013
-MORAIS, Gabriela – Lisboa Guarda Segredos Milenares:
Santa Brígida, Uma Deusa Céltica no Lumiar- Lisboa: Apenas Livros, 2011
Sobre a
Flor-de-Lis: http://pt.wikipedia.org/wiki/Flor-de-lis#mediaviewer/File:H%C3%A9raldique_meuble_Fleur_de_lys_liss%C3%A9e.svg; https://www.google.pt/search?q=vitrais+com+a+flor-de-lis+em+portugal&biw=1024&bih=682&tbm=isch&imgil=ik-akUTFC2tecM%253A%253BnVq2m2WHQcYOgM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fblogdasflores.com%25252Fcategory%25252Fflores-famosas%25252F&source=iu&pf=m&fir=ik-akUTFC2tecM%253A%252CnVq2m2WHQcYOgM%252C_&usg=__5WjHv_vEDl-hUYCkg08dQHMlF-0%3D&ved=0CDUQyjc&ei=6-FGVInHLtLKaMrTgNgB#facrc=_&imgdii=_&imgrc=HtXjPckfcWJElM%253A%3BXQmo4FhIAX6t3M%3Bhttp%253A%252F%252Flusophia.files.wordpress.com%252F2009%252F09%252Fdscf11221.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Flusophia.wordpress.com%252F2009%252F09%252F09%252Fa-catedral-do-graal-olisiponense-paulo-andrade%252F%3B360%3B493; http://lusophia.wordpress.com/2009/09/09/a-catedral-do-graal-olisiponense-paulo-andrade/, acedidos em
21.10.2014)
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