“Senhor:
posto que o capitão-mor desta vossa
frota,
e assim os outros capitães escrevam a
Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa
terra nova, que ora nesta navegação se achou,
não deixarei também de dar disso minha conta
a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder,
ainda que --para o bem contar e falar--
o saiba pior que todos fazer” [...] (1)
Nos quatro painéis de azulejos da fachada do pavilhão, frente ao jardim, podia observar-se o painel da Nau de Gaspar de Lemos que transportara a célebre Carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão oficial que seguia na Armada de Pedro Alvares Cabral, para o rei D. Manuel I. Acto que simbolizava o primeiro transporte de correio a longa distância, do continente americano para Portugal. Outro painel apresentava a primeira Ambulância Ferroviária Postal Portuguesa. O terceiro painel representava um acto simbólico de idealismo, sonho e realidade. Tratava-se da imagem da “Passarola Voadora” de Bartolomeu Lourenço de Gusmão; prestava homenagem a este português nascido nas Terras de Vera Cruz e funcionava como introdução ao transporte do Correio Aéreo.
Ainda no jardim encontravam-se quatro réplicas de marcos, em pedra, de sinalização de caminhos, nomeadamente para a carruagem da Mala-Posta, cujos locais de fixação eram:
Notas:
(1)Primeiro parágrafo da Carta de Pero Vaz de Caminha, enviada ao rei D. Manuel I aquando do descobrimento da Terra Nova ou de Vera Cruz no dia 1º de Maio de 1500.
(2)Com o encerramento do Museu dos CTT na Estefânia, estes painéis e marcos foram trasladados para o Museu da Fundação Portuguesa das Comunicações na Rua de D. Luís I / Rua do Instituto Industrial.
(3)Estações de Muda eram os edifícios quase standard existentes no percurso para a muda dos cavalos (daí o nome) substituindo os cansados por outros cavalos frescos, a fim da viagem poder prosseguir a bom ritmo. Estas Estações serviam também para descanso dos passageiros e algumas para pernoita.
-CAMINHA, Pero Vaz de; Biblioteca Nacional in http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf, acedida em 20.2.2015
e assim os outros capitães escrevam a
Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa
terra nova, que ora nesta navegação se achou,
não deixarei também de dar disso minha conta
a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder,
ainda que --para o bem contar e falar--
o saiba pior que todos fazer” [...] (1)
Neste piso encontravam-se os serviços
técnicos de Filatelia e organização de exposições itinerantes, bem como um serviço
de documentação.
Seguia-se um pequeno jardim
com cerca de 300 m2. Situado nas traseiras do edifício, entre este e o pavilhão
da Mala-Posta. Revelava este jardim um interesse didático, como local de introdução
ao espaço expositivo do referido pavilhão da Mala-Posta, bem como uma síntese
da atividade de transporte do correio via terrestre e via marítima.Nos quatro painéis de azulejos da fachada do pavilhão, frente ao jardim, podia observar-se o painel da Nau de Gaspar de Lemos que transportara a célebre Carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão oficial que seguia na Armada de Pedro Alvares Cabral, para o rei D. Manuel I. Acto que simbolizava o primeiro transporte de correio a longa distância, do continente americano para Portugal. Outro painel apresentava a primeira Ambulância Ferroviária Postal Portuguesa. O terceiro painel representava um acto simbólico de idealismo, sonho e realidade. Tratava-se da imagem da “Passarola Voadora” de Bartolomeu Lourenço de Gusmão; prestava homenagem a este português nascido nas Terras de Vera Cruz e funcionava como introdução ao transporte do Correio Aéreo.
Ainda no jardim encontravam-se quatro réplicas de marcos, em pedra, de sinalização de caminhos, nomeadamente para a carruagem da Mala-Posta, cujos locais de fixação eram:
1 – Ota, 2 Castanheira do Ribatejo,
3- Cercal, 4- Caldas da Rainha.
De curiosidade é o facto de esses
marcos estarem equipados com relógios de sol que permitiam aos passantes e
viajantes informarem-se do decorrer do tempo, em dia limpo. Este pormenor
revelava curiosidade, sobretudo nas visitas escolares. (2)
Ao fundo do jardim situava-se o Pavilhão
da Mala-Posta. Com as dimensões aproximadas de 11,10x17,30 m2. Neste pavilhão figuravam peças originais, ou seja, as diligências
mistas do primeiro transporte público
de carreira em Portugal para passageiros e correio. Além desta coleção, estavam presentes alguns quadros de
viaturas automóveis, algumas das quais usadas ao tempo da abertura da exposição
do pavilhão, em 1975.
Também havia expostos alguns exemplares de fardamentos de carteiros, de várias épocas. Interessante igualmente se revelava um quadro, pintura a óleo, de José Pedro Roque, 1973, onde na realidade incluía quatro cenas correspondentes a quatro momentos da viagem da Mala-Posta e ainda o mapa de Portugal indicando o percurso da Mala-Posta do Carregado até ao Porto, com as respetivas Estações de Muda (3) incluindo as refeições e a pernoita, nalguns casos. Este quadro revelava-se um dos espécimes de maior valor didático do Museu dos CTT, dado apresentar as fases mais importantes do percurso da Mala-Posta. O quadro podia ser comparado com os espécimes autênticos de carruagens da época (primeiro transporte público de carreira para passageiros e correio) e com uma miniatura de Raul Campos, 1954, referente ao edifício da Estação de Muda de Casal dos Carreiros, situada entre Caldas da Rainha e o Cercal.
Também havia expostos alguns exemplares de fardamentos de carteiros, de várias épocas. Interessante igualmente se revelava um quadro, pintura a óleo, de José Pedro Roque, 1973, onde na realidade incluía quatro cenas correspondentes a quatro momentos da viagem da Mala-Posta e ainda o mapa de Portugal indicando o percurso da Mala-Posta do Carregado até ao Porto, com as respetivas Estações de Muda (3) incluindo as refeições e a pernoita, nalguns casos. Este quadro revelava-se um dos espécimes de maior valor didático do Museu dos CTT, dado apresentar as fases mais importantes do percurso da Mala-Posta. O quadro podia ser comparado com os espécimes autênticos de carruagens da época (primeiro transporte público de carreira para passageiros e correio) e com uma miniatura de Raul Campos, 1954, referente ao edifício da Estação de Muda de Casal dos Carreiros, situada entre Caldas da Rainha e o Cercal.
OBS. Do Museu dos CTT ...
continua em próximo post
Notas:
(1)Primeiro parágrafo da Carta de Pero Vaz de Caminha, enviada ao rei D. Manuel I aquando do descobrimento da Terra Nova ou de Vera Cruz no dia 1º de Maio de 1500.
(2)Com o encerramento do Museu dos CTT na Estefânia, estes painéis e marcos foram trasladados para o Museu da Fundação Portuguesa das Comunicações na Rua de D. Luís I / Rua do Instituto Industrial.
(3)Estações de Muda eram os edifícios quase standard existentes no percurso para a muda dos cavalos (daí o nome) substituindo os cansados por outros cavalos frescos, a fim da viagem poder prosseguir a bom ritmo. Estas Estações serviam também para descanso dos passageiros e algumas para pernoita.
Fontes auxiliares:
-ANCIÃES, Alfredo Ramos - O Museu
dos CTT. Lisboa: Arquivo UNL, 1988/1989. Disponível também em Arquivo do
Grupo dos Amigos do Museu das Comunicações.-CAMINHA, Pero Vaz de; Biblioteca Nacional in http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf, acedida em 20.2.2015
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