Por Alfredo Anciães
“Que este
tempo de transição
nos ajude a
viver um presente
com sabor a
inconformismo
e rebeldia
criativa”.
(Citado de
Ana Luísa Janeira, 2015)
- - -
A mãe ao Oiteiro do Pregão sobe
E com todo o fôlego grita
-Antóóóóóóóniooooo ...
A senhora Ana, Forneira com o redoiro
na mão
Manda a Dalinda Mensageira o Povo
avisar
Para o pão amassar.
A senhora Antónia do Rafael
E filhos Toninho e Manel
Como Forneiros e Mensageiros
laboraram.
O tio Mário da Olímpia, os filhos e senhores
Mico, Nico, Pio e Delfim
Giestas e pilras cortaram e
arrancaram
Em carros de bois transportaram
Em prol da aldeia crescer e do bem-fazer.
O Divino Senhor dos Passos adoraram.
Com ofertas do Povo e do Pão da Poia
As festas sustentaram.
O António do Lucas, lavrador e
acarretador
E as famílias beselguenses
As festas e os mordomos apoiaram:
Os Aguiar, Anciães, Augusto, Beco,
Bernardo,
Bogo, Carreira, Carvalhal, Castro,
Cardador,
Coelho, Cruz, Cruzeiro, Diogo, Gomes,
Leitão
Lopes, Lourenço, Fonseca, Ferreira,
Magalhães, Marques, Mateus, Nascimento,
Pádua, Paixão,
Pereira, Pinheiro, Pinto, Pio,
Proença,
Rodrigues, Saraiva, Serôdio, Ramalho,
Ramos, Ronda, Sobral, Sousa,
Teixeira, Veiga,
Morais e outras famílias mais (?) . .
.
Se de alguma me esqueço, peço que me
desculpais.
Com o forno ao rubro
As senhoras avisadas são
Para em massa transportarem o pão.
Do Oiteiro do Pregão replica-se com vozeirão
-Oh Joãoãoãoãoãoãoãooooo ...
Com o pateiro e a carronda na
mão
António e João ao chamado vão.
--Aviai-vos, a mãe de vós precisa!
Insiste a senhora Maria do Alberto.
--Ai que o pai chega-vos!
Reforça o ti`Germaninho.
--Depressa andai o caminho!
A mãe a tender está
E a senhora forneira
Pelo
"Pão Nosso de Cada Dia" espera já.
Na
matriz ou na capela do Divino Senhor dos Passos
Os
reverendos P. Cristóvão, Rodrigues, Ferreira,
Carlos,
Donaciano, Carlos C., Francisco
Ou
os missionários Hermenegildo, Ângelo e Vítor
O
Pão e a liturgia celebram/comunicam sem igual
Do século XIX ao atual.
.....................................
Termos
regionais ou pouco usuais:
-Carronda = aro
com cerca de 50 cm de diâmetro, destinado a ser dirigido pelos rapazes,
utilizando uma vara com um garfo numa das extremidades para o arco guiar. Tinha, para lá da função lúdica, o incentivo à corrida para a prática de caminhadas mais céleres.
-Pateiro =
Instrumento de jogo em madeira - um pau com cerca de 12 cm de comprimento,
talhado nas pontas em bisel e com inscrições sobre os quatro lados.
Destinava-se a ser lançado com uma vara e, conforme o lado em que o pateiro
caísse, mostrava o número de pontos inscritos na parte superior.
-Poia = contributo popular em
pão cozido para a festa do Divino Senhor dos Passos da Paróquia de Santa Cruz
de Beselga. O pão doado por cada família em cada cozedura era arrematado no
final da missa dominical e o produto arrecadado pelos mordomos, a
fim das despesas da festa custearem.
-Redoiro ou Radoiro = Instrumento de madeira com uma pá vertical e um longo cabo com a função de varrer as brasas e as cinzas do forno, preparando-o para a cozedura.
-Tender o pão = estender a massa e dar-lhe
forma comestível, segundo as preferências culturais.
P. S.
Reconstituição de memórias de aldeia. Freguesia de Beselga, concelho de Penedono na Beiraltíssima / Terras do Demo, século XX;
Veja ainda o post
atualizado com 32 + 22 títulos in http://cumpriraterra.blogspot.pt/2015/01/31-comunicando-do-correio-e-das.html
Por Alfredo Anciães
“Que este
tempo de transição
nos ajude a viver um presente
com sabor a inconformismo
e rebeldia criativa”.
(Citado de
Ana Luísa Janeira, 2015)nos ajude a viver um presente
com sabor a inconformismo
e rebeldia criativa”.
- - -
A mãe ao Oiteiro do Pregão sobe
A senhora Ana, Forneira com o redoiro
na mão
Manda a Dalinda Mensageira o Povo
avisar
Para o pão amassar.
A senhora Antónia do Rafael
E filhos Toninho e Manel
Como Forneiros e Mensageiros
laboraram.
Mico, Nico, Pio e Delfim
Giestas e pilras cortaram e
arrancaram
Em carros de bois transportaram
Em prol da aldeia crescer e do bem-fazer.
O Divino Senhor dos Passos adoraram.
As festas sustentaram.
Bogo, Carreira, Carvalhal, Castro,
Cardador,
Coelho, Cruz, Cruzeiro, Diogo, Gomes,
Leitão
Pereira, Pinheiro, Pinto, Pio,
Proença,
Rodrigues, Saraiva, Serôdio, Ramalho,
Ramos, Ronda, Sobral, Sousa,
Teixeira, Veiga,
Com o forno ao rubro
As senhoras avisadas são
Para em massa transportarem o pão.
António e João ao chamado vão.
--Aviai-vos, a mãe de vós precisa!
Insiste a senhora Maria do Alberto.
--Ai que o pai chega-vos!
Reforça o ti`Germaninho.
--Depressa andai o caminho!
A mãe a tender está
Na
matriz ou na capela do Divino Senhor dos Passos
Os
reverendos P. Cristóvão, Rodrigues, Ferreira,
O
Pão e a liturgia celebram/comunicam sem igual
Do século XIX ao atual.
.....................................
Termos
regionais ou pouco usuais:
-Carronda = aro
com cerca de 50 cm de diâmetro, destinado a ser dirigido pelos rapazes,
utilizando uma vara com um garfo numa das extremidades para o arco guiar. Tinha, para lá da função lúdica, o incentivo à corrida para a prática de caminhadas mais céleres.
-Pateiro =
Instrumento de jogo em madeira - um pau com cerca de 12 cm de comprimento,
talhado nas pontas em bisel e com inscrições sobre os quatro lados.
Destinava-se a ser lançado com uma vara e, conforme o lado em que o pateiro
caísse, mostrava o número de pontos inscritos na parte superior.
-Poia = contributo popular em
pão cozido para a festa do Divino Senhor dos Passos da Paróquia de Santa Cruz
de Beselga. O pão doado por cada família em cada cozedura era arrematado no
final da missa dominical e o produto arrecadado pelos mordomos, a
fim das despesas da festa custearem.
-Redoiro ou Radoiro = Instrumento de madeira com uma pá vertical e um longo cabo com a função de varrer as brasas e as cinzas do forno, preparando-o para a cozedura.
-Redoiro ou Radoiro = Instrumento de madeira com uma pá vertical e um longo cabo com a função de varrer as brasas e as cinzas do forno, preparando-o para a cozedura.
-Tender o pão = estender a massa e dar-lhe
forma comestível, segundo as preferências culturais.
P. S.
Obrigado pela visita.
mitalaia said:
ResponderEliminarFred
Embora, tenha andado um pouco sumido, é sempre um prazer ler, cada um dos teus post's, por motivos diferentes. Considero todos eruditos e de interesse para mim. Vejamos o presente: é maravilhoso pela, agradabilidade de enriquecer mais o vocabulário e tomar mais conhecimentos da cultura do interior. Cultura do interior, que me vem fascinando visto que é muito diferente da, da minha Estremadura.
Havendo vários vocábulos iguais, a maior parte desconhecia.
Em suma gostei muito.
Abraços de amizade
# Fevereiro 11, 2015 15:27 [Remover este Comentário]
AlfredoRamosAnciaes said:
Olá Daniel Mitalaia,
É com grande prazer que recebo os teus comentários.
Obrigado.
Abraço