A sua ida para o Colégio da Senhora da Lapa, em 1895, seria o início de
um longo percurso. Em 1904 foi expulso do seminário de Beja, depois de ter dado
uma “réplica cortante a uma acusação do Padre Manuel Ançã”. Chegou a Lisboa em 1906.
Escreve artigos de opinião publicados em jornais, tais como “A Vanguarda”. É tradutor e redige, em parceria com
José Ferreira da Silva, o folhetim “A Filha do Jardineiro”, uma ficção onde
perpassa a propaganda republicana e a crítica às figuras do regime monárquico, a começar por D.
Carlos.
Em Paris inscreveu-se em Filosofia na Sorbonne,
onde teve a oportunidade de ser discípulo de mestres, tais como George Dumas, André Lalande, Levy
Bruhl, Durckeim, e onde contactou com outras figuras portuguesas que, igualmente
por motivos políticos, se viram forçadas a sair de Portugal.
O curso, a política, os
projetos editoriais que desenvolveu com os mestres e companheiros de exílio, as
crónicas que enviou para Portugal, para publicação, nomeadamente na “Ilustração
Portuguesa” e no “jornal A Beira” e as pesquisas de bibliófilo proporcionaram-lhe a oportunidade da escrita.
Ainda em Paris, conheceu Grete Tiedemann, sua primeira mulher e mãe do primeiro
filho de ambos.
Em Portugal aderiu ao M.U.D.
(Movimento de Unidade Democrática) e empenhou-se na defesa e difusão da causa da
Democracia e Liberdade, por exemplo, em textos publicados na imprensa diária.
Em 1948-49 apoiou a
campanha presidencial de Norton de Matos. Integrou, com outras figuras do saber,
a Comissão Promotora do Voto.
Militou na candidatura de
Humberto Delgado à presidência da República, no ano de 1958.
Criou, com alguns
contemporâneos, a Sociedade Portuguesa de Escritores, de que foi fundador e
presidente nos anos 50`s.
Foi proposto à candidatura do Prémio Nobel
por Francisco Vieira de Almeida e subscrito por José Cardoso Pires, David
Mourão-Ferreira, Urbano Tavares Rodrigues, José Gomes Ferreira, Maria Judite de
Carvalho, Joel Serrão, Mário Soares, Vitorino Nemésio, Abel Manta, Alves Redol,
Luísa Dacosta, Vergílio Ferreira, entre outros.
Assistiu ao movimento em
sua defesa, após a publicação do romance “Quando os Lobos Uivam”, em
1958. Este romance foi considerado pelo regime de Salazar como “injurioso das
instituições de poder”. Instauraram-lhe, por isso, um processo crime.
O advogado Heliodoro Caldeira encarregou-se da sua defesa
formal, contando com o apoio de cerca de 3 centenas de intelectuais portugueses que se
juntaram num abaixo-assinado, a fim de obterem o arquivamento do processo. Lá fora,
contou com uma petição redigida por François Mauriac assinada por figuras
relevantes, tais como: Louis Aragon, André Maurois e publicada em vários media franceses.
Na língua portuguesa Aquilino imprimiu uma “plasticidade impressionante
combinando o rústico com o erudito. [...] Criou uma galeria de personagens passando pelos:
campesino, pequeno-burguês, cosmopolita, idealista, obcecado, asceta e sibarita” (1) alguém que deixou
para os posteros uma “visão exaltante da existência”. […] (2)
Notas e fontes:
(1)
Sibarita: pessoa ou grupo urbano de gostos
refinados pela mulher tentadora e pela virgem solícita e generosamente
disponível (dic. Web / Google / http://ar.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070525173559AATc3fs ;
(2)
Cf. http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/bases-tematicas/figuras-da-cultura-portuguesa/1398-aquilino-ribeiro.html; acedidos e resumidos em 24.01.2013).
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