Breve resumo: Aquilino Gomes Ribeiro
Nasceu em
1885, no Carregal, Sernancelhe, e faleceu na capital, em 1963, faz este mês de
maio 50 anos. Em 1933, recebeu o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das
Ciências de Lisboa, pela publicação de “As Três Mulheres de Sansão” e, em
1935, foi eleito sócio correspondente da mesma Academia. Em 2007, a
Assembleia da República aprovou uma homenagem, incluindo a transferência do
corpo com honras de Estado para o Panteão Nacional de Santa Engrácia.
Originário e profundamente beirão, aos 10 anos, fez exame
da primária no Colégio da Sra. da Lapa, e aos 15, encontrava-se no “Colégio Roseira”, de
Lamego. Após um curto intervalo
de tempo, quando estudou Filosofia em Viseu, transferiu-se para o “Seminário de Beja”. A falta de
vocação levou-o a abandonar o Seminário e vir para Lisboa, aos 18. Um ano
depois regressou a Soutosa (aparece em “Terras do Demo” pela grafia de Soitosa),
concelho de Moimenta da Beira mas aos 21 anos já estava novamente em Lisboa,
desenvolvendo uma ação de cariz ideológico republicano e colaborando com o
jornal “A Vanguarda”.
Em 1907,
iniciou a publicação de livros, onde denota uma intervenção na esfera política,
com o conto “A Filha do Jardineiro” em parceria com José F.
Silva. Esta obra de ficção tinha como objetivo a caricatura do regime
monárquico vigente, através da análise de figuras públicas. Ainda em 1907,
aderiu à Maçonaria. Pouco tempo após foi preso e acusado de anarquista.
Conseguiu evadir-se da prisão e prosseguiu contactos com a Maçonaria, incluindo
a vertente carbonária.
Em 1910,
encontrava-se a estudar Letras na Sorbonne, vindo a Portugal após a
Revolução do 5 de Outubro. O relacionamento com Grete Tiedemann levou-o à
Alemanha, onde residiu durante alguns meses (1912/1913) e casou.
Em 1914,
nasceu o filho Aníbal Aquilino Fritz, que veio a ser presidente da Câmara
Municipal de Lisboa. Entre 1915 e 1918, exerceu funções de professor no Liceu
Camões. Seguiu-se outro período intenso, na Biblioteca Nacional, como na
produção literária de “Terras do Demo”, direção da revista “Seara Nova”,
publicação de “O Malhadinhas”; "Andam Faunos pelos Bosques" e
“Estrada de Santiago”, até que entrou na revolta de 1927, em Lisboa. Participou
no movimento militar republicano contra a Ditadura Militar e na revolta de
Pinhel em 1928.
Consequentemente,
procurou Paris para se exilar. Em 1929, casou em segundas núpcias, com a filha
do Presidente da República, Bernardino Machado. Continuou a atividade de
escrita regular de livros, destacando-se, nos anos 30, "O
Homem que Matou o Diabo" e "Batalha Sem
Fim”. Nos anos cinquenta, foi fundador e presidente da Sociedade Portuguesa
de Escritores. Continuou a produção de várias obras, entre as quais “A Casa
Grande de Romarigães” (1957) e “Quando os Lobos Uivam” (1958). Neste ano de
1958 foi nomeado sócio efetivo da mesma Academia e tornou-se militante da
candidatura do General Humberto Delgado à Presidência da República.
Em 1960, foi proposto para Prémio Nobel da Literatura
Entre um leque extenso de proponentes encontravam-se nomes
tais como: José Cardoso Pires; David Mourão-Ferreira, Urbano Tavares Rodrigues,
Mário Soares, Vitorino Nemésio, Alves Redol e Virgílio Ferreira. Com uma obra
literária composta, grosso-modo, por contos, romances, novelas e artigos
em periódicos, desenvolveu uma linguagem vernácula e difundiu termos regionalistas ou pouco conhecidos,
enriquecendo sobremaneira o vocabulário e a literatura de expressão portuguesa.
Concluindo, na sua obra literária perpassam contextos e costumes, com
relevância para modos de fazer tradicionais.
A propósito
do Nobel da Literatura em 1998, José Saramago disse “Se Aquilino Ribeiro fosse
vivo quem o recebia era ele (Aquilino)”. Porém, entre 1960 e 1998 vão 38 anos
de distância, de conquistas democráticas e de educação para a cidadania de que
Aquilino foi um dos grandes arautos, precursor e motivador. (cf. Texto e galeria de imagens de Alfredo
Anciães, revisão de Ana Luísa Janeira Online. (Ref.:F.331)
Online Igreja de Santa Engrácia;
Panteão Nacional; Rua Aquilino Ribeiro, in
http://marcasdasciencias.fc.ul.pt/imagem/original/2733.jpg)
"Alcança quem não cansa" era o ex-libris ou a visão/esperança de Aquilino.
ResponderEliminar