domingo, 25 de junho de 2017

164 A QUINTA / PALÁCIO DA MARQUESA DE RAVARA E O CULTO AO DIVINO ESPÍRITO SANTO EM CARNIDE


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Palavras-chave: Associação Socorro e Amparo, Carnide, Colégio do Menino Jesus, Culto do Divino Espírito Santo, Marquesa de Ravara, Ordem de S. Miguel de Ala
       Antigo palácio, situado na Rua do Norte (ex-Rua do Correio-Mor), na imediação do Largo do Coreto, antes designado Alto do Poço. Continua a fazer jus à antiga proprietária D. Anna Maria Guido - Marquesa de Ravara ou Marquesa de Fora; assim conhecida, talvez pela procedência italiana do título nobiliárquico.

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Prima pela simplicidade na arquitetura e na decoração, como singela e popular era a religiosidade que liga este palácio à proprietária e ao culto, com a filosofia milenarista e práticas relacionadas com o Divino Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. As atuais funções parecem ainda fazer jus à origem.

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Aqui tem sede a Associação Socorro e Amparo: Colégio do Menino Jesus, bem como a sede sul da Ordem de S. Miguel de Ala, cuja tradição diz ter sido fundada por D. Afonso Henriques há 870 anos (2017-1147=870).

Segundo Vitor Bom Norte, o lugar de “Grão-Mestre da Ordem de São Miguel da Ala "é [ou pertence ao] Rei de Portugal” que não estando em funções, é representado pelo(s) pretendente(s) ao trono.

O facto de haver dois ramos aspirantes à coroa portuguesa tem gerado desinteligências inclusivamente em processos nos tribunais. Nada que não possa ser resolvido na Justiça e na Sociedade portuguesa (a). Contudo, o lugar de Grão-Mestrado está atribuído ao Arcanjo São Miguel, patrono da Ordem e também protetor associado ao culto do Divino Espírito Santo.

(a)A História de Portugal regista várias mudanças de dinastia. Até será salutar que se mantenham dois ou mais ramos; permitirá quando um falha, ser investido outro.

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O logótipo que acima vemos com uma asa e um sol traduz uma “aparição” a D. Afonso Henriques e seus próximos que terão visto este signo na mui difícil batalha da reconquista da cidade Escalabitana, escassos meses, antes da chegarem a Lisboa.

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A decoração dos tetos conta com anjos e crianças tocando flauta, a descansar ou sonhar, distribuindo flores, ou apanhando borboletas. 

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D. Anna Maria Guido - Marquesa de Ravara uma das últimas apoiantes (no Continente europeu português) do interessante culto ao Divino Espírito foi, em meu entender, mestra exemplar de fratrimónios(a) na versão setecentista, baseada na ancestralidade e na pureza do bodo e do ágape, tantas vezes representados por figuras angélicas e crianças do povo.


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Daí que peça permissão para divulgar as imagens decorativas dos anjos que povoam esta quinta / palácio e associação de socorro e amparo; imagens estas, publicadas em primeira mão pelo amigo Vitor Bom Norte.


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(a)O termo fratrimónio, traduzido em práticas museológicas, segundo tudo parece indicar, começou com o amigo, ex-Professor de Museologia Mário de Sousa Chagas. Este conceito tem sido por nós ampliado, inclusivamente nas aulas de Nova Museologia da USMMA - Universidade Sénior de Massamá e Monte Abraão e na USIA - Universidade Sénior Intergeracional da Amadora


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Fontes:
-Imagens - 001 a 004 Arq. pessoal AA; 005 a 009 Sítio - gentileza de Vitor Bom Norte / Associação Socorro e Amparo - Colégio Menino Jesus 
-Bibliografia -
ANCIÃES, Alfredo Ramos – Alma e Luz de Carnide. Lisboa: Apenas Livros, Ld.ª, 2013

-Em Linha, acedidas em 19.06.2017

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