sábado, 4 de fevereiro de 2017

126. PARA UMA INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM SEMIÓTICA DA FUNDAÇÃO PORTUGUESA DAS COMUNICAÇÕES / MUSEU DAS COMUNICAÇÕES



A imagem duma Empresa, Museu, Fundação, Arquivo, Biblioteca, Jornal, Igreja, Universidade, Escola, Autarquia, ou qualquer outra entidade coletiva,  assenta nas noções/ideias que fazemos das mesmas. Nessas noções/ideias entram qualidades positivas, menos positivas ou negativas. Daí resultará o conceito de imagem que remonta ao tempo clássico da Grécia. No caso de Platão, a imagem corresponde ao domínio das ideias. Uma imagem ou uma ideia é para este Filósofo uma «projeção da mente». Contudo, para Aristóteles, uma imagem é uma «representação mental de um objeto real». Doravante os dois conceitos de idealismo e de realismo, de Platão e de Aristóteles, não mais deixaram de estar presentes no pensamento de tipo ocidental, até aos dias de hoje. Para uns, a ideia ou o imaterial prevalece e é essencial, enquanto para outros, a materialidade é a geradora e enformadora dos próprios conceitos e imagens. Assim, também, a imagem que fazemos das Organizações deriva do que é ideal / mental / imaterial (platonismo) ou das propriedades físicas / materiais (aristotelismo). Este pensamento, não é de todo, despiciendo, dado que é importante para o estudo, desenvolvimento e projeção de uma boa imagem das empresas, instituições e demais Organizações.
As cores do logótipo/imagem da Fundação Portuguesa das Comunicações revelam-nos os seguintes significados:
O Fundo Preto:
Clássico, imanente
Constante, permanente,
Solidez, duradouro,
Enseada, ancoradouro.

O Encarnado:
Saúde, vida,
Força; alegria,
Império, energia.

 

O Amarelo:
Esfera armilar,
Bandeira Nacional,
Portugal,
Luz, amor, ouro, valor,
Permanência, calor,
Brilho, sol, preservação,
Espírito, contemplação,
Seara luzente,
Colheita, nascente,
Alvorada, Oriente,
Espírito, amizade,
Longevidade, Positividade.

O Fogo:
Força, função,
Expansão, ação,
Transformação.

 O Branco:
Todas as cores,
Lírios, amores,
Luz, difusão,
Junção, reunião,
Estabilidade, liga, irmandade,
Branca pomba
Paz em ronda
Nova tecnologia,
Semiótica, semiologia,
Fibra ótica; união,
Tudo é comunicação.

Nota: Desconheço o(s) autor(es) da imagem do logótipo em referência. Ele será, porém, resultado da negociação e colaboração entre o designer e o(s) responsável(eis) pela imagem da FPC/Museu. Às partes envolvidas, deixo o meu reconhecimento e parabéns pelo resultado.

Permitam-me, porém, uma ligeira crítica, a par do elogio pelo bom trabalho em relação à FPC: O letering “Museu das Comunicações” passa praticamente despercebido na imagem do documento desdobrável, por quase não se ver/não se notar, devido à pequeníssima dimensão das letras, face ao restante conteúdo da FPC FUNDAÇÃO PORTUGUESA DAS COMUNICAÇÕES.
Acontece que a FPC só existe porque já subsistia e persiste um museu e patrimónios de comunicações desde o século XIX. Foi o Museu dos CTT e vários outros núcleos: da PT, da ex Marconi, da ex. Teledifusora de Portugal, dos ex Telefones de Lisboa e Porto e da ANACOM Autoridade Nacional de Comunicações que enformaram e permitiram a instituição da FPC.
A FPC permanecerá enquanto houver património museológico de comunicações e museu. Logo, acho algo injusta a quase irrelevância da dimensão dada à designação “Museu das Comunicações”.
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Quanto à Missão:

Compreendo a missão como a transmissão dos valores informais e formais atinentes à função social, cooperativa, cultural, técnica, científica, comercial e económica.
 Quanto às Finalidades:

Compreendo as finalidades como desideratos que se pretendem obter, consubstanciados em resultados, tais como:

i)                  a mudança de mentalidades,

ii)               a aceitação dos serviços promovidos,

iii)            a divulgação, aquisição, venda, fruição de produtos e serviços.

Em 1993 por altura dum estudo para a constituição da Fundação das Comunicações (então ainda sem o adjetivo de Portuguesa) definimos as finalidades, apontando para a razão fundamental da existência da Fundação / Museu conforme expresso no excerto infra:

«Pretende-se que a Fundação [em que se insere o Museu] constitua uma tribuna de reflexão sobre o papel e o impacto das Comunicações Portuguesas.

A Fundação deverá, ainda, contribuir para a construção de uma Imagem Global das Comunicações. Promovendo a sua identificação como componente fundamental do tecido económico-social e cultural nacional e internacional»

(In  DE000293CI, Nº 293, de 25.05.1993 e entrada em vigor 01.06.93, documentação da Fundação das Comunicações, com a colaboração da Drª Maria da Graça Ennes e Drª Maria João Vasconcelos. Cf. ainda ANCIÃES, 1992-1993, ob. cit., p.16 e Anexo I, p.2-7).

 Quanto à Visão:

Compreendo a visão como uma intenção em perspetiva (no breve e médio prazo) e uma reafirmação dos valores presentes, capacidades e ações em prossecução.

A visão poderá confundir-se com a missão. Contudo, vejo a missão como: valores projetados para o longo prazo, que não se alteram com facilidade; todavia, acho que a missão também deve ser objeto de análise e avaliação periódica pelas Administrações.

Palavras-chave: Fundação Portuguesa das Comunicações, imagem, museologia, Museu das Comunicações, semiótica.
Fontes:
-ANCIÃES, Alfredo Ramos – Fundação das Comunicações/Museu: Subsídios para uma Abordagem Sistémica e Definição de Projectos. Lisboa: ISMAG Instituto Superior de Matemáticas e Gestão – ULHT, 1992-1993;
Em linha, acedidos em 08.02.2017 –
-ANCIÃES, Alfredo Ramos - 125. GESTÃO DAS MEMÓRIAS - RECURSOS SOCIAIS E PATRIMONIAIS. CASO DE ESTUDO http://cumpriraterra.blogspot.pt/2017/02/125-gestao-das-memorias-recursos.html
-WIKIMEDIA, Foundation et al. – “Imagem” https://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem
-WORDPRESS, et al. - “Conceito de Imagem” http://conceito.de/imagem
 
 

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