quinta-feira, 8 de agosto de 2013

HÁ LUZ EM CARNIDE: LOCALIZAÇÃO. DIMENSÃO RURAL


            Situada a norte e noroeste da Capital, Carnide teve uma longa tradição rural, desde os primórdios como termo de Lisboa, havendo documentação escrita a partir da segunda metade do século XIII, referindo-se a esta localidade.

            Foi frequentada por reis. Consta que D. Afonso V, em 1442, fez doações de terras em Carnide e que o próprio monarca aqui terá residido temporariamente. Este monarca frequentou Carnide, nomeadamente por altura do culto ao Espírito Santo e início do culto a Nossa Senhora da Luz. Fez parte da irmandade local. Temos notícia de que o seu filho D. João II também frequentava Carnide, havendo uma carta do rei, datada deste termo de Lisboa. Um restaurante na Rua do Norte tem a denominação de “Restaurante Paço de Carnide”. Esta expressão liga-se, provavelmente à tradição das memórias, onde neste sítio ou na proximidade se situaria o antigo paço rural.

            As terras férteis e os bons ares atraíram agricultores, bem como nobres e burgueses que vinham para aqui, temporariamente, acabando alguns por se fixar em Quintas agrícolas /ou apalaçadas, algumas das quais com a função de retiro quando a capital era atingida por pestes ou quando marinheiros, viajantes e emigrantes vinham para aqui descansar, o espírito, a alma e o corpo.

            O “termo de Lisboa” era uma espécie de arrabalde constituído grosso-modo pelas atuais freguesias de Benfica, Carnide, Ameixoeira, Charneca e Lumiar, onde existiam quintas, campos, prados, bosques e pequenos aldeamentos.